Por Hermes C. Fernandes
No último domingo (21/04), milhares de evangélicos aderiram à campanha de boicote à Rede Globo de Televisão. Sinceramente, jamais aderiria a uma campanha assim, por achá-la ingênua, contraproducente e potencialmente alienante.
Paulo diz que não devemos ser julgados pela consciência alheia. Ninguém tem o direito de dizer o que devo ou não assistir. Minha liberdade em Cristo é inegociável. Devo exercê-la enquanto examino de tudo, retendo somente o que for bom. Aderir a uma campanha assim é como passar uma procuração para que outros pensem e decidam por mim.
Esta mania de boicotar produtos vem da igreja americana, que já boicotou a Disney, a CNN (porque é democrata e apoia o Obama), redes de supermercados e lojas que apoiem a causa gay, etc.
Não vamos mudar o mundo simplesmente boicotando canais de TV ou qualquer outro produto. Em vez disso, deveríamos SABOTAR o sistema, recusando-nos a entrar no jogo de poder. O tal boicote só serve para mostrar "para eles" o quão poderosos somos. Trata-se de estratégia mercadológica e política. Que desperdício! É como entrar numa queda-de-braço com o mundo. Prefiro atentar à admoestação de Paulo e não me conformar, isto é, não adequar-me aos padrões vigentes. Recuso-me a contribuir estatisticamente para fortalecer a agenda de alguns grupos cujo interesse não é outro, senão, o poder. No meu controle-remoto, mando eu!
As pessoas devem ser conscientizadas, não manipuladas. Quase não assisto a esta emissora. Geralmente, vejo o programa do Jô e o jornal da Globo. Prefiro um bom filme (seja no cinema, alugado ou em canais por assinatura) ou uma boa leitura. Espero influenciar o rebanho com a minha postura, mas não me vejo no direito de interferir em sua liberdade. Quero que sejam guiados por suas consciências iluminadas pelo Espírito.
Ademais, toda abstinência tem o mesmo tipo de efeito colateral. Geralmente, quem jejua acaba comendo mais do que devia depois de terminar seu período de jejum.Depois de 24 horas sem assistir a um canal, acabamos vencidos pela curiosidade e a ansiedade gerada pela abstinência.
Não boicote! Sabote! E comece sabotando este tipo de campanha infantil.
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