sábado, 13 de julho de 2013
A CEGUEIRA DA CEGUEIRA
A Bíblia Sagrada fala da experiência espiritual cristã como “passagem das trevas para a luz” e anuncia a irrupção do Reino de Deus na pessoa de Jesus. A descrição é clara: “O povo que estava em trevas viu uma grande luz”, e por essa razão aqueles que seguem a Jesus não andam em trevas. Quem nasceu de novo, isto é, recebeu o toque do Espírito Santo e acolheu o reinado de Deus em sua vida, foi iluminado e passou a ver, como o cego curado por Jesus: “Eu era cego, agora vejo.”
Jesus disse que o olho é a lâmpada do corpo. Assim, se você tiver um olho bom, todo o seu corpo será repleto de luz, mas se tiver um olho mau, tudo em você estará repleto de escuridão. E, continua, “caso a luz que está em você seja escuridão, quão terrível será essa escuridão”.
No judaísmo, “ter um olho bom”, um ayin tovah, significa ser generoso, e ter “um olho mau”, ou ayin ra’ah, significa o contrário — ser mesquinho. A cegueira é comparada ao egoísmo, a visão, à solidariedade, à compaixão e também à autodoação voluntária e ao serviço abnegado. Enxergar é servir. Andar na luz é praticar as “boas obras, preparadas de antemão para que andássemos nelas”, e sem as quais “a fé é morta”.
Aproveitando o dito popular que afirma que “o pior cego é aquele que não quer ver”, podemos crer que a pior cegueira é a cegueira da cegueira. Quem transforma a fé em Cristo numa crença inconsequente é cego que pensa que vê. E é cego de sua própria cegueira, isto é, o pior dos cegos. A distância entre a cegueira e a visão é a mesma que separa a indiferença do engajamento. Quem recebe a graça de ver recebe a missão de servir.
Ed René
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