A experiência com Jesus é Presença.
É o conhecimento da única Presença real.
Quando você é tocado em seus sentidos por todas as coisas que aos sentidos tocam, sempre haverá graça divina em todas as coisas.
Outra coisa, todavia, é quando você experimenta todas as graças de Deus em todas as coisas, tendo seu próprio ser possuído pela Presença, e que interpreta tudo o que vem de fora e de dentro—e o que vem do fundo e do alto—e faz com que cada coisa passe a significar muito mais que a coisa em si para você.
“Assim, habite Cristo ricamente em vossos corações pela fé!”
Esse é um estado de permanência do ser na Presença que é!
E esse estado é fruto do conhecimento de Deus como Presença e Confiança!
Ora, isso gera Contentamento, mesmo quando dói!
Mas nem sempre dói. Há muitas brisas de prazer e muitos aromas de amor. Há muitas águas geladas e tépidas. E há muitos dias diferentes. E cada um deles tem o seu próprio cheiro, cara e sabor. E quando se experimenta cada dia na Presença, e quando essa Presença não é apenas um arrepio que evoca o que está fora de nós, mas sempre um-ser-em-si-Nele, então, acaba essa relação com Deus que o projeta para fora de nós, e se estabelece a relação com Deus em nós.
Isto significa “Cristo vive em mim”. Isto significa “...eu e meu Pai viremos, e faremos nele morada”. Isto significa “Cristo em vós, a esperança da Glória”.
Como eu não sou dispensacionalista, não creio na “teoria da habitação de Deus no homem apenas depois do dia de Pentecoste”. Deus sempre fez o que quis.
Ou alguém acha que não? Dele é o domínio e a glória!
Portanto, digo que era a essa Presença que Moisés fazia referencia, quando disse que nem com o Anjo do Senhor indo adiante de Israel fazendo proezas e destruindo inimigos, ele, Moisés, se atreveria a sair de onde estava, e nem iria com Israel, à menos que a Presença fosse com ele.
E Presença é. Portanto, seu conhecimento acontece na existência. Não dá para conhecer a Deus se não nos entregarmos com fé, coragem, confiança e amor à vida em Deus.
Mas nós ainda estamos na era anterior à conversão da mulher Samaritana. Ela é quem desejava saber “onde era o lugar onde se deveria adorar”. Se era em Jerusalém ou em Samaria. Jesus estava oferecendo a experiência de Deus dentro. A mulher via tal relação como algo a ela exterior. A religião cria uma visão de Deus fora de nós--em algum lugar. Mas Jesus nos chama para encontrar o reino de Deus, e o próprio Pai, dentro, no coração.
“Deus é espírito”, foi o que disse Jesus. E acrescentou: “Importa que Seus adoradores o adorem em espírito e verdade”.
Espírito é Presença. E sem Verdade não há Presença, pois sem Verdade tudo é ausência. Por isto, sem espírito nada é Presença.
Ora, digo isto não como deletantismo, mas como confissão de fé. Eu creio que o verdadeiro entendimento espiritual tem que nos levar ao conhecimento de Deus como Presença em nós. E creio que isso não nos serve como “compreensão”, mas tão somente como experiência real, pela fé e no coração. E seu último ponto de instalação é o intelecto.
O mergulho nessa dimensão muda todo o nosso discernimento do mundo, e nos deixa num estado de percepção muito diferente, pois é como se tudo fosse possível, embora você tenha prazer apenas em fazer aquilo que gera paz para o coração.
Os medos também acabam. E aparece uma imensa vontade de se conhecer, pois, quanto mais a pessoa se conhece, mais ela mesma conhece a Deus como Graça e Presença—visto que muito dessa auto-revelação seria insuportável se o olhar do próprio indivíduo que está se vendo, não acontecesse na Graça.
A infância da fé propõe a realidade de um Deus que existe. Mas a maturidade da fé nos chama para a experiência de Deus como Presença.
Isto é Emanuel. Isto é Deus conosco. Isto é Deus em nós. Isto é Presença!
Caio
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