– Um presente meu para você
O texto que segue foi fruto de uma angustia em meu coração.
Desde 1981 que eu sofria por ver a falta de visão de cooperação no Evangelho por parte dos cristãos brasileiros.
O que eu via então já era o que hoje se tornou uma realidade esmagadora.
Ou seja:
Os que dão muito (ou tudo o que têm), em geral são os que não podem dar, mas que dão, mesmo não tendo. Posto que assim procedem em razão do medo que lhes é imposto pelos cobradores de impostos-dízimos ou de impostos-taxa-de-segurança-espiritual: os “oficiais do medo”.
Também via que os que podem nada dão, ou dão menos do que seus serviçais domésticos doam nos cultos que freqüentam.
Entre todos, os ricos e a classe média estável são os que menos dão, especialmente se tais pessoas freqüentam ou trazem a cultura das chamadas “igrejas históricas”.
Assim, em 1986, durante o Congresso Mundial de Evangelização promovido pela Associação Billy Graham, em cujo evento eu estava também falando, aproveitei o que naquele tempo era para mim uma raridade, tempo, e escrevi de duas sentadas o texto que segue.
Escrevi a mão no hotel onde estava hospedado. Os cerca de 500 brasileiros que estavam lá haverão de lembrar tal fato.
Hoje, vendo o mundo se acabar bem diante de nossos olhos, sendo testemunha de tudo o que antes fora predito pelos profetas, pelos apóstolos e pelo Senhor, assusto-me com a indiferença do chamado povo de Deus em relação ao que está acontecendo.
Indiferença à hora dramática de nossa presença na História. Indiferença ante a calamidade que está às portas. Indiferença ante o Juízo que se aproxima. Indiferença para com a carência humana do Evangelho.
Indiferença, cinismo, mornidão, deboche, escárnio, irreverência, morte da esperança — é o que vejo.
Ora, em meio a tudo isso é chocante ver a morte de todos os compromissos, sonhos, e visões do Evangelho no coração de quase todos.
Escândalo após escândalo relacionado a dinheiro e sua gestão no ambiente da chamada “fé”, aumenta o buraco de indiferença, cinismo, mornidão, deboche, escárnio, irreverência, morte da esperança. Assim, quem já estava morrendo na exultação da esperança, aproveita o embalo e “chuta o balde” de vez. Desse modo se torna um ser impermeável.
Mas eu creio que o poder da consciência e do entendimento convertido ao Evangelho, hão de gerar seus próprios filhos.
Desse modo, disponho o texto aqui no site, e que fala acerca do tema do significado do dinheiro na espiritualidade comunitária do N.T. E faço isto mesmo sabendo que o texto foi produzido no tempo em que eu tinha apenas 31 anos, e escrevia sem ajuda na escrivaninha de um hotel.
Leia o texto com todo carinho, pois é com muito amor e esperança que eu o posto aqui.
Nele, que sendo rico se fez pobre para que Nele nos tornássemos ricos de toda Graça,
Caio
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