Leia o que o precursor da Ficção Científica, autor de "Guerra dos Mundos" e "A máquina do tempo" diz acerca do conceito do Reino de Deus de acordo com Cristo.
"Na
parábola do bom samaritano Jesus lança seu escárnio contra nossa
tendência natural a glorificar nossa própria gente e minimizar a virtude
dos povos de outros credos e raças. Na parábola dos trabalhadores ele
rejeita a pretensão obstinada dos judeus de possuírem um crédito
especial diante de Deus. Todos que Deus acolhe em seu reino, ensinava
ele, Deus serve da mesma forma; não há distinção no seu tratamento,
porque não há medida para sua liberalidade. De todos, além disso – como
dá testemunho a parábola dos talentos e reforça o episódio da moeda da
viúva, – ele exige o absoluto máximo. Não há privilégios, não há
abatimentos e não há desculpas no reino do céu.
Porém não era apenas o patriotismo tribal dos judeus que Jesus ultrajava. Os judeus eram um povo que valorizava intensamente a lealdade familiar, e Jesus queria que a estreiteza das restritas afeições familiares fosse levada de arrasto pela grande torrente do amor de Deus. Para os seus seguidores, “família” deveria ser o reino do céu inteiro.
Jesus não se contentava ainda em investir contra o patriotismo e contra os laços de família em nome da paternidade universal de Deus e da irmandade de toda a humanidade; fica claro que seu ensino condenava também todas as gradações do sistema econômico, toda a riqueza privada e todas as vantagens pessoais. Todos os homens pertenciam ao reino; todas as suas posses pertenciam ao reino; o modo de vida íntegro para todos os homens, o único modo de vida íntegro, era o serviço de Deus com tudo que temos, com tudo que somos – pelo que, vez após outra, Jesus denunciava as riquezas privadas e as reservas de qualquer vida privada.
Finalmente, em sua tremenda profetização desse reino que consistia em todos os homens unidos em Deus, Jesus reservava pouca paciência para com a integridade de barganha da religião formal. Uma porção significativa de suas palavras registradas nos evangelhos está dirigida contra a meticulosa observância de regras por parte dos seguidores da piedosa carreira."
Porém não era apenas o patriotismo tribal dos judeus que Jesus ultrajava. Os judeus eram um povo que valorizava intensamente a lealdade familiar, e Jesus queria que a estreiteza das restritas afeições familiares fosse levada de arrasto pela grande torrente do amor de Deus. Para os seus seguidores, “família” deveria ser o reino do céu inteiro.
Jesus não se contentava ainda em investir contra o patriotismo e contra os laços de família em nome da paternidade universal de Deus e da irmandade de toda a humanidade; fica claro que seu ensino condenava também todas as gradações do sistema econômico, toda a riqueza privada e todas as vantagens pessoais. Todos os homens pertenciam ao reino; todas as suas posses pertenciam ao reino; o modo de vida íntegro para todos os homens, o único modo de vida íntegro, era o serviço de Deus com tudo que temos, com tudo que somos – pelo que, vez após outra, Jesus denunciava as riquezas privadas e as reservas de qualquer vida privada.
Finalmente, em sua tremenda profetização desse reino que consistia em todos os homens unidos em Deus, Jesus reservava pouca paciência para com a integridade de barganha da religião formal. Uma porção significativa de suas palavras registradas nos evangelhos está dirigida contra a meticulosa observância de regras por parte dos seguidores da piedosa carreira."
Texto de H. G. Wells em Breve História do Tempo (1922) - Via "A Bacia das Almas"
Obs.:
É, no mínimo, intrigante que um agnóstico conseguisse enxergar o reino
de Deus com uma precisão que falta a muitos crentes.
Fonte: Blog do Hermes C..Fernandes
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