Estou vendo todos os dias o que já não existe, mas que para mim parece ser ainda real.
Olho para o céu. Nele há coisas que existem ainda, como o sol, a lua, os planetas e bilhões de galáxias, enquanto vejo também um monte de corpos celestes que já morreram, que viraram poeira cósmica há milhões ou até bilhões de anos, que morreram antes de a Terra existir, mas cuja luz viaja pelo espaço cintilando desde sempre sobre nosso planeta, e, especialmente sobre a percepção sensorial dos humanos, sendo, entretanto, apenas luz viajando no espaço, anunciando a morte de uma estrela antes mesmo de nosso sistema solar haver sido criado.
Ora, quando tais estrelas morreram, nós não existíamos, e, em muitos casos, a vida como a conhecemos não existia também.
Assim, até mesmo na linearidade do tempo-espaço nós não temos nem mesmo modo de sentir tais coisas, pois, vemos muito do que já não é.
Estamos fazendo poesia para estrelas defuntas ou até já inexistentes.
Entretanto, ousamos dizer se Deus sabe, não sabe, pode ou não pode saber as coisas antes de nós...
Brincadeira!
O que é antes? Para quem?
Ora, existe antes para mim, que até a um século achava que as estrelas todas que vejo ainda estavam existentes no céu.
Mas para Deus o que é antes?
Sim! Para Ele que criou e vê a criatura dizer o que é ou não é para Deus, quando, essa criaturazinha nem pensa que quando as estrelas morriam já era antes de haver homem?
Mas o homem vê o que não existe e tenta ainda dizer o que é e o que não é em relação a Deus.
O tempo não é o mesmo para ninguém, mas apenas para Deus. O tempo existe em Deus, mas Deus não habita o tempo.
Até na dimensão básica que habitamos de tempo-espaço, o tempo não é o mesmo, pois, uma estrela morre antes de haver Terra, e, ainda assim, só ficamos sabendo quando a Civilização humana está chegando ao seu ocaso.
O tempo só seria o mesmo para o homem se o homem pudesse também ser simultâneo na percepção do espaço. Mas como o espaço não nos é simultâneo na percepção — prova disso é nossa dês-atualização em relação à morte das estrelas para nós supostamente ainda existentes — o tempo também não nos é, sendo essa a razão porque o homem somente conhece uma fagulha do tempo, do mesmo modo como é esmagado pelo espaço.
Desse modo, como discutir Deus em relação ao tempo, se, até a luz de uma estrela só me é discernível, muitas vezes, bilhões de anos após ela ter morrido?
Teólogos! Um conselho: É melhor virar astrônomo e estudar estrelas do que se arrogar a dizer o que é antes, durante e depois para Deus.
Pelas dimensões do Universo fica claro para mim que apenas para Deus existe o que chamamos de “ao mesmo tempo”.
Sim! Para Deus tudo é ao mesmo tempo!
Para mim, todavia, não. Pois, morre uma estrela e só fico sabendo bilhões de anos depois!
Quem pensa, pára de pensar bobagem!
Caio
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