quinta-feira, 25 de julho de 2013

O FÃ É PIOR DO QUE O DIABO!




A vida toda, desde menino, de um modo ou de outro conheço o significado de fixações emocionais e afetivas.

Na juventude a experiência mais forte foi a que aconteceu com a filha da mulher com quem meu pai tivera um affair antes de conhecer a Jesus.
Quando reencontrei a menina, já adolescente, aos 15/16 anos de idade, ela desenvolveu uma fixação em mim que acabou levando-a a internação em uma Clinica Psiquiátrica, com alternâncias de idas e vindas até o dia de hoje.
Conto isto no livro “Confissões de Um Pastor”, aqui no site.
Depois de convertido, e depois de começar a pregar, aumentou muito o cordão dos surtados com desejo louco e insano de entrarem em minha vida, se possível até no seu intestino.
Eram “amigos” de imaginação própria, que na solidão me faziam suas companhias, e que “comigo” desenvolviam relações de intimidade passional, de tal forma que, se eu não os reconhecesse, ainda que nunca os tivesse visto na vida, recebia logo uma reprimenda doída e doida, dizendo que eu era besta, pois, convivendo com a pessoa todos os dias pela “televisão” não a reconhecia na rua...
É assim a loucura...
Então, eram mulheres sozinhas, infelizes, sonhadoras, arrebatadas de fantasia, que, do nada, começavam a aparecer em todos os lugares, até que começavam a escrever para o meu escritório na Vinde, oferecendo-se para tudo o que eu quisesse ou desejasse, com a garantia de que ninguém ficaria sabendo...
Também havia os tão viajantes..., que eram capazes de criar um mundo para “nós dois”. Foi, por exemplo, o caso de uma senhora surtada, que, durante um ano me perseguiu de todos os modos, perguntando por que eu não admitia que nosso amor era desde a infância...
Sem falar nos que, em sua loucura, foram a sessões espíritas e “me viram lá”, e, depois, quiseram saber como eu podia enganá-los estando no espiritismo sem dizer nada a ninguém...
Na Internet é um pouco diferente...
O surto aqui não diz que você e alguém eram íntimos desde sempre, por exemplo.
Aqui é diferente...
Em geral o surtado na Internet é aquele “profeta virtual”, que, encontrando na real com você, nem levanta a cabeça de tão tímido ou assustado, mas que, atrás do teclado, vira o ser mais estúpido, agressivo, entrão... e desrespeitoso que se possa encontrar...
Invariavelmente é assim...
A pessoa escreve cheia de elogios infantis, pros quais não dou a menor bola, tanto é que nunca falo das introduções, sejam elas verdadeiras ou exageradas...
Então, caso eu não veja a carta ou não a responda por não ter conseguido... — passa um tempo e a pessoa começa a mandar a mesma carta 20 vezes ao dia...
Se eu não responder a contento em 24 a 48 horas, então, começam as agressões...
Dá muita pena... Mas dá pra ver o que está acontecendo na mente das pessoas...
Não existe na Terra nenhum metro quadrado mais doido do que o do ambiente da “igreja”.
Não tenho nem mesmo coragem de publicar tais cartas surtadas, que variam do amor adoecido e homicida ao desejo de absorção de sua alma como patrimônio da loucura da pessoa.
Entretanto, nunca deixo de dizer: “Olhe! Sua fixação em mim é tão grande que esse é o seu maior problema! Procure um médico!”
E olhe que eu trabalho contra isso o dia inteiro durante todos os dias de minha vida!
Fico imaginando se meu espírito não fosse o do Evangelho!...
Meu Deus! Quanta loucura não aconteceria!...
Daria para mobilizar um exército de enlouquecidos!... Dispostos a tudo!...
É por tal fragilidade que me apavoro, pois, todos sabem que a maioria, com o dízimo do que me vem como desejo e fixação tendentes ao fanatismo, não hesitaria em criar sua seita, seu grupo, sua legião de adoecidos...
Esse fenômeno já tão bem conhecido no mundo foi recentemente apresentado de um modo soberbo no filme “O Assassinato de John Lennon” 
Recomendo a todos que vejam o filme, pois, de fato, por ele dá pra se ter uma idéia do processo fantasioso que pode levar uma pessoa a ações de natureza impensável em razão de suas viagens pessoais.
Fica aqui, porém, uma advertência:
Quando você vir que sua mente está girando o dia todo em torno de uma pessoa que não é alguém real no seu mundo concreto, íntimo e, portanto, real — abra o olho; pois, isso pode significar que você estabelecerá uma relação fantasiosa com a pessoa; e o grande mal será sempre em quem desenvolver tal fixação na mente.
Você pode amar alguém pelo que ela é, faz ou diz. Mas tal amor ainda não é amor; é apenas profunda identificação. Mas é aí que as coisas ficam quando há saúde em tal pessoa.
Tenho pânico quando alguém me diz: “Sou seu fã número 1”.
Detesto fãs...
Não quero fãs.
Fã é coisa de pagão!
Fã vem de fantasia, de phanton... de fantasma.
Portanto, quando alguém diz que é fã, o que ele diz é que você é a fantasia dele ou dela.
Não trabalho para ter fãs e nem eleitores...
Minha vida é uma busca permanente de levar as pessoas à consciência do Evangelho; e, no Evangelho, ninguém é fã de ninguém.
No Evangelho a gente não é nem mesmo fã de Jesus!
O fã de Jesus jamais será um discípulo.
Os fãs são os que no fim ajudam a matar...
No Evangelho quem não é discípulo não é nada...
Para mim, tudo o que busco é ver gente amando a Jesus e ficando capaz de andar com as próprias pernas segundo o Evangelho.
O que passar disso é doença para a qual eu digo: “Xô, fã!”



Nele, acerca de Quem todo aquele que o ama diz: “Convém que Ele cresça e que eu diminua!”,


Caio Fábio

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