Isaías [capítulo 53] disse cerca de 800 anos antes de Jesus começar a curar os doentes, enfermos e humanos carregados de moléstias e opressões diversas, que Aquele que viria [...], seria o Servo Sofredor; e que levaria sobre Si o pecado, as transgressões e as dores de todos, sendo Ele mesmo o mais rejeitado entre os homens; e que Ele, mais que qualquer outro, saberia o significado da dor — pois, além de tudo, Ele seria moído pelo Eterno pelas angustias e sofrimentos de todos os demais humanos!
Jesus...
O Servo Sofredor! O homem de Dores! O homem que sabe o que é Padecer! O homem moído pelo Eterno! O Filho do Homem!
Entretanto, Ele tinha boa saúde, era forte, suportava desafios físicos e psicológicos que poucos aguentariam; e que, além disso, também existia andando sempre na direção premeditada da morte; afastando-se dela apenas enquanto a Hora não chegasse!
Teria Ele levado sobre Si as nossas dores apenas por que curou alguns ou muitos dos doentes que lhe trouxeram?
Teria Ele sido o Servo Sofredor por que foi maltratado antes e durante a Sua execução?
Teria Ele sido o mais rejeitado entre os homens apenas por que alguns dentre os judeus ou dentre a Sua parentela não acolheram?
Assim, pergunto:
Não seriam as afirmações de caráter universal feitas por Isaías de realização pequenas demais na vida do homem Jesus?
Sim, pois em Isaías se vê um quadro no mínimo nacional, embora se enseje na narrativa uma dor maior, quem sabe pelo mundo inteiro...
Na vida de Jesus, todavia, não há espaço histórico para que Ele pudesse ser afirmado em dimensões tão abrangentes de sofrimento, apesar do esforço do Mel Gibson de fazê-lo apanhar antes e durante a Cruz como nunca se vira antes...
Na realidade Jesus sofreu não apenas o que Nele se viu como sofrimento histórico. Quando Paulo diz que “Deus o fez pecado por nós”, estava afirmando que Jesus, em suas dores, era um ente supra-histórico na existencialidade; não podendo nós apenas recorrer ao “Direito Romano” da figura deputada-forense e judicial como a “representante” dos demais.
Seria como fazer do “Direito Romano” uma revelação divina, o qual nascera nos mistérios da eternidade; o que é banal, tolo e louco!
De fato, quando se diz que Ele sofreu e foi feito tudo por todos, é porque assim aconteceu mesmo; não sendo nem poesia, nem figura de linguagem, e, menos ainda, um “artifício jurídico” resultante da “Republica Romana” e do seu conceito de “Deputado Representante do Povo”.
“Ele levou sobre Si” [...] — é o que está escrito!
E isto era real e não apenas simbólico!
Assim, sem rodeios, o que se deve saber é Jesus carregava todos os Infernos possíveis em Sua existência!
Sim, todas as dores, de todos os tipos [...]; todas as angustias e desesperos, de todas as formas, nuances e naturezas [...]; todas as calamidades, perplexidades, pânicos, medos, tormentos, e perturbações [...]; todas as doenças do corpo, da alma e do espírito [...]; todas as pulsões de agonia indizível e incompartilhavel [...]; todos os gemidos jamais ouvidos e todas as formas de pulsão de morte jamais descritos [...]; todas as solidões, todas as rejeições, todos os desrespeitos, todos os descasos, todas as traições, todas as negações, todas as possíveis decadências do gênero humano [...]; bem como todos os gemidos da criação! — tudo estava Nele; e tudo se tornou Ele!
Jesus é também o andar doído, sofrido, angustiado, tentado, enlouquecido, abandonado, absurdificado, moído e des-significado de toda a humanidade!
Se não fosse assim estaríamos olhando para o Jesus Deputado Universal dos Humanos sob a Lei Romana; ou, numa outra perspectiva, sob a Lei dos Substitutos Inocentes Simbólicos entregues à divindade em favor dos demais!
Porém, nem Isaías e nem Paulo abrem tal precedente. Afinal, Ele foi tudo por todos [conforme Isaías] e foi feito pecado por nós segundo Paulo].
Por esta razão se pode crer que Ele é o nosso Sumo Sacerdote, que conhece em Si todas as nossas dores e fraquezas; tanto quanto se pode crer também que Nele o mundo já acabou!
Jesus é a História Realizada, sendo, portanto, também, a Escatologia Realizada de todas as coisas!
Quando Deus morreu em Cristo o mundo acabou!
Imagine toda dor humana passada, presente e futura, e saiba: tudo estava Nele, tanto quanto Deus Nele estava!
Se Deus estava em Cristo, tudo mais estava em Cristo, na mesma medida em que tudo existe em Deus!
Cristo Jesus é [...] todos os holocaustos e todos os absurdos [...] em estado supra quântico de convergência multi-universal!
Cristo Jesus é [...] tudo quanto possa existir de catástrofe e calamidade natural conhecida e desconhecida no mundo, na Terra e em todos os Universos!
Cristo Jesus é [...]tudo o que foi, está sendo e será criado!
Cristo Jesus é [...] tudo em todos!
Afinal, tudo existe Nele, e, portanto, embora Ele não seja o que Nele exista, mas tudo é Nele; o que implica de todos os modos que Ele é também tudo o que Nele existe, posto que tudo Nele exista; ainda que isto nos seja não apenas um Mistério, mas uma impossibilidade do dizer e do expressar com códigos finitos, os quais sempre nos pedem que digamos que as coisas são Nele, embora Ele não seja as coisas que Nele são..., a fim de que temerariamente eu não caia nas línguas que amariam acusar-me de Panteísmo.
Rsrsrs!
Ora, do mesmo modo que o mundo Nele acabou, também Nele o mundo recomeçou. Sim, Jesus, na Sua Ressurreição, é o Novo Céu e a Nova Terra!
Assim...
Jesus... O Servo Sofredor! O homem de Dores! O homem que sabe o que é Padecer! O homem moído pelo Eterno! O Filho do Homem!
É também o [...]...
Jesus... O Criador do tempo/espaço, do não tempo, do não espaço, dos multitempos, dos multiespaços, das multidimensões, dos multiversos, dos multimundos, dos multiseres, das multialternativas, das multiliberdades, da multiforme Graça, da Única Soberania!
Entender isto faz parte do que Paulo pedia que tomasse conta do entendimento espiritual dos discípulos, quando orava rogando que lhes fosse dado conhecer “o mistério antes oculto..., mas agora revelado aos santos”; e que, para o apóstolo, implicava em penetrar na altura, na profundidade, na largura e no comprimento do amor de Cristo que excede a todo entendimento.
Ora, tudo o que aqui digo, o digo a partir da fé; e da fé que se estriba em Revelação Escrita e, sobretudo, Encarnada em Jesus. Revelação essa que se faz fato para mim pela incompreensível compreensão de que Deus estava em Cristo Jesus [fato/fé; fator/fé]; fazendo da vida do homem Jesus a própria existência de todos os Cosmos, com todas as suas dores e acasos, com todos os seus absurdos, com todas as suas mortes, e, também, com todas as suas criações e recriações!...
Jesus é o Big Bang e é o Anti- Big Bang de todas as coisas!
Jesus é também o inicio, o fim e o eterno recomeço de todas as coisas!
Em Jesus tudo o que está sendo [...] já não é; tudo o que ainda não foi [...] já aconteceu; e tudo o que ainda será [...] já está Nele feito e consumado!
Tudo o que Paulo, por exemplo, diz acerca de Jesus [...], deve ser por nós entendido não na perspectiva histórico/linear, mas, no mínimo tendo em mente o discernimento da Física mais moderna [... ainda pobre e rasteira] acerca das realidades atemporais, quânticas, multiquânticas, multiversicas; de cujas realidades o tempo/espaço são parte, mas jamais a coisa toda...
Quando se diz que Ele é o Alfa e o Ômega não se quer dizer que Ele foi o Primeiro antes [...] e será o Último depois [...], numa perspectiva linear... Não! O que se quer dizer é que Nele tudo subsiste; sendo que tudo é esse tudo a cada dia maior [...]. Esse tudo que se vai podendo discernir em todas as formas de tudo/nada; sim, em todas as formas de existências verificáveis, além das por enquanto ainda inverificáveis!
Assim, Nele estavam, estão e estarão todas as coisas!
Afinal, Nele foram criadas todas as coisas, as visíveis, as invisíveis, as conhecidas e as desconhecidas; e, portanto, Nele são todas as coisas. Assim, tudo o que existe, Nele existe; assim como todos somente podem existir Nele; até o que designamos como absurdo, mal e mau!
Este é o continuo amar/sofrer do Deus que estava em Cristo; o qual dá vida até àquilo que mata, e, no sentido histórico, matava até mesmo o Autor da Vida!
Somente Deus que seja Amor é capaz de tal Inconcebível Loucura!
O que creio sobre Jesus é no mínimo do tamanho desta loucura; loucura que aqui mesmo [no espaço deste texto] somente não se torna ainda maior porque temo que você não me venha a compreender. Todavia, virá o tempo em que direi tudo o que creio sobre o significado
mínimo do meu discernimento acerca do mistério de Deus em Cristo, e, portanto, sobre as infinitamente loucas e não fronteiráveis perspectivas da Loucura do Evangelho!
Nele, em Quem até o diabo respira, suspira e trama em estado de derrota, perplexo ante o Amor Eterno,
Caio
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