segunda-feira, 15 de abril de 2013


Thomaz farkas é um dos grandes expoentes da fotografia moderna no Brasil. Em 1932, aos 8 anos, Farkas ganha de seu pai a primeira câmera fotográfica. Durante os dez anos seguintes, realiza fotografias que podem ser compreendidas como experimentos visuais intuitivos e exploratórios, à maneira de Lartigue. A qualidade e o frescor dessas imagens são consequência do espírito livre e investigativo que caracteriza Thomaz Farkas desde cedo e, também, da sua imersão precoce no universo da fotografia, em função da atividade comercial da família no ramo.
As primeiras séries autorais de Thomaz Farkas estão associadas ao seu ingresso no Foto Cine Clube Bandeirante em 1942, aos 18 anos. Predominam a partir desse momento suas fotografias de forte viés formal e abstrato, baseadas em construções de luz e sombra a partir da paisagem, da arquitetura, de objetos ou de naturezas-mortas, além de imagens marinhas registrando a água e a luz por ela refletida em suas constantes mutações de forma. Os trabalhos de Farkas, em conjunto com outros fotógrafos atuantes no FCCB, como Geraldo de Barros, German Lorca e outros, são a vertente formadora da fotografia moderna brasileira, confrontando, inovando e ampliando a linguagem então predominantemente pictorialista. Muitas das fotos de Farkas desse período são abstrações geométricas que prenunciam o construtivismo que vigoraria na década seguinte nas artes plásticas no país.
Em 1949, realiza sua primeira exposição individual, Estudos fotográficos, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. É nesse período também que seus interesses se ampliam e sua fotografia se volta para uma visão mais humanista, mais próxima do fotojornalismo e da fotografia documental, como nas séries de imagens sobre o Rio de Janeiro que incorporam o retrato e a vida dos moradores de bairros populares e regiões do centro histórico da cidade.
A linguagem de suas séries fotográficas sobre a construção de Brasília já aponta também para os trabalhos que realizaria durante as décadas de 1960 e 1970, em especial a Caravana Farkas de documentários cinematográficos sobre o Brasil profundo e a série em cores sobre a Amazônia e o Nordeste (Notas de viagem), todos de vertente humanista.
Essa trajetória de mais de 40 anos de produção fotográfica foi sintetizada por Thomaz Farkas na seleção e na edição de imagens para o livro Thomaz Farkas – Uma antologia pessoal, publicação realizada em 2011 com o suporte de seus filhos João e Kiko Farkas, em conjunto com os pesquisadores do Instituto Moreira Salles.
Este site especial sobre Thomaz Farkas apresenta, além das fotos que chegaram ao conhecimento do público nesse livro e na exposição homônima organizada pelo Instituto Moreira Salles, outras séries ricas de imagens. Nessa nova síntese que se faz das vertentes formais e humanistas de sua obra, o IMS expõe a contribuição de Thomaz Farkas para a fotografia brasileira moderna e 
Este texto foi adaptado do prefácio escrito por Sergio Burgi para o livroThomaz Farkas – Uma Antologia Pessoal (2011).

















































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