terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Fórum: O Discípulo Radical (John Stott) - Parte 2

O Festival Woodstock










































Tá quente... tá frio... tá morno!


Por Hermes C. Fernandes

Quem nunca brincou de “tá quente-tá frio”? Se não está ligando o nome à brincadeira, deixe-me explicar: trata-se daquele jogo infantil em que a criança tem seus olhos vendados, e tenta encontrar algo através do tato, enquanto as outras crianças dizem “está quente” ou “está frio” de acordo com a proximidade da coisa que se almeja achar. A graça da brincadeira é dizer que tá quente, quando na verdade tá frio. O problema é que ninguém se segura, e acaba caindo na gargalhada, revelando assim o embuste.

Penso que isso sirva de analogia para a relação entre a igreja e a cultura. Como cristãos, cremos que tivemos nossos olhos desvendados, e fomos arrebatados do império das trevas para o reino da luz. Porém, o mundo ao nosso redor segue mergulhado na escuridão. Devo esclarecer que não me refiro aos cristãos nominais, cegos em sua presunção religiosa, mas àqueles que, de fato, foram encontrados e transformados pelo amor que emana de Deus, e que personalizou-se na figura histórica do Nazareno.

Como cristãos, não podemos fazer vistas grossas ao que acontece à nossa volta. As Escrituras dizem que as nações andariam à nossa luz. Compete-nos, portanto, ajudar àqueles cujas vistas parecem estar ainda vendadas.
É claro que entre os ‘vendados’, há os que estão ‘quentes’ e os que estão ‘frios’ em sua busca. Isso pode ser facilmente percebido através de expressões culturais, seja na música, na poesia, na dramaturgia, nas artes plásticas, e até na ciência. Como também pode ser percebido na práxis adotada por cada um.

Em seu discurso no Areópago de Atenas, Paulo resume a verdade bíblica magistralmente. Ele afirma, sem medo de errar, que o Deus desconhecido a quem eles dedicaram um altar, é o Criador do Mundo e de tudo quanto existia, e que não carece de ser servido por mãos humanas. Também diz que ele mesmo havia estabelecido as nações, ordenando de antemão quais seriam seus limites geográficos e históricos. Segundo o apóstolo dos gentios, “Deus fez isto para que o buscassem, e talvez, tateando, o pudessem achar, ainda que não está longe de cada um de nós” (At.17:27).

Após esta contundente declaração, Paulo cita os poetas/filósofos gregos: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos. Como também alguns dos vossos poetas disseram: Somos também sua geração” (v.28). Seria como se um pregador de nossos dias resolvesse citar um autor secular famoso em um de seus sermões. Quem bom que Paulo não estava se dirigindo a crentes legalistas de nosso tempo, ou estaria se metendo numa encrenca das boas.

Em outras palavras, era como se o apóstolo dissesse: Está quente! Vocês não estão longe d’Ele. Estão chegando cada vez mais perto. Mas estou aqui para desvendar seus olhos para que finalmente vocês O encontrem.

Se fossem alguns pregadores de hoje, aquele altar teria sido derrubado num verdadeiro show de exorcismo e desrespeito à crença alheia. É difícil falar disso e não lembrar do episódio em que o bispo da igreja universal chutou a imagem de uma santa católica em pleno programa de TV. O que teria feito Paulo numa situação daquela? Teria xingado a imagem? Creio que não. Em vez disso, teria dito: Maria, a mãe do Salvador, por quem vocês têm tamanho respeito e devoção, foi quem disse acerca de seu Filho: Fazei tudo quanto Ele mandar. E por aí, Paulo conquistaria o coração até do mais fervoroso devoto mariano.

Imagine um pregador de hoje ter a ousadia de citar Chico Xavier para anunciar as boas novas aos espíritas? Ou ainda: que tal citar Maomé para introduzir a mensagem de Cristo aos muçulmanos? Ousado, não?

Mas a gente prefere gritar: Tá frio! Vocês estão completamente errados em sua fé! Chico Xavier era apenas um embuste! Maomé era um falso profeta! Buda não passava de um glutão safado!

E o pior é que com esta postura, estamos cada vez mais afastados daqueles que realmente necessitam conhecer a Luz do Mundo. E enquanto atacamos os que julgamos estar frios, nós estamos nos amornando, como a igreja dos laodicenses. Achamo-nos tão perto, e não percebemos o quanto estamos nos distanciando da verdade, na mesma medida em que nos distanciamos do amor. Tão perto, mas tão distante. Bom seria se déssemos ouvidos à advertência de Jesus à igreja de Laodicéia: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem qunte, vomitar-te-ei da minha boca. Dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta. Mas não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu.  Aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, para ungires os teus olhos, a fim de que vejas” (Ap.3:15-18).

Bem que podiam ter dormido sem esta! Não se enganem. A carapuça cabe em nossas cabeças. Achamo-nos tão ricos, que jamais aceitaríamos que a cultura ao nosso redor tivesse qualquer contribuição a dar. Fechamo-nos hermeticamente em nosso mundinho gospel, a ponto de deixarmos de fora o próprio Jesus, que insistentemente bate à porta, conclamando-nos a cear com Ele. Aliás, Jesus toma a realidade social e cultural da cidade Laodicéia como analogia do estado espiritual em que aquela igreja estava. O colírio, por exemplo, era produto daquela região. Eis o exemplo de uma espiritualidade engajada com a realidade, aberta ao diálogo respeitoso, sem contudo, abrir mão da verdade do Evangelho.

Penso que nosso maior problema é com a presunção. Somos os santos, os eleitos, os sabichões, e que, ainda por cima, têm que aturar este monte de gente pecadora. Cabe aqui a reflexão certeira de Tomás de Aquino: “A santidade não consiste em saber muito, meditar muito, pensar muito. O grande mistério da santidade é amar muito." Tenho a impressão de que muitos cristãos contemporâneos estão entre aqueles para quem Paulo declara: “Confias que és guia dos cegos, luz dos que estão trevas, instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei; tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo?”(Rm.2:19-21a).

Que tal se mirássemos nossas críticas mais ferrenhas em nossa própria direção, e olhássemos com mais amor e compaixão aqueles que nos rodeiam?

A FÍSICA, NEWTON, EINSTEIN E A NATUREZA ESPIRITUAL DO UNIVERSO…


O “Cosmo cristão” [digo: “Cosmo” como Universo] ainda é segundo a imagem e semelhança de Newton. Ou seja: ainda é uma noção de Universo pré-einsteiniano e, portanto, fixo, uno e estável.
Depois de Einstein o Cosmo passou a ser Cosmos, posto que a Relatividade de Einstein abrisse espaço para muitos universos...
Sim, abriu a tal ponto que o próprio Einstein não suportou a desconstrução que suas duas principais teorias geraram nas suas múltiplas implicações...
Foi em razão das descobertas de Einstein que se abriram outros mundos [...], especialmente o mundo das partículas subatômicas, gerando uma ampla compreensão de outro modo do Universo existir...
Sim, surgiu um modo totalmente diferente de se ver a existência dos mundos, e que é totalmente diferente do Universo na sua manifestação Macro, de percepção Newtoniana...
Portanto, desde Einstein que o Universo cresceu..., sendo percebido não mais como realidade única e fixa; mas sim como algo que continha muito mais do que estava disponível à vista e aos sentidos...
Assim, a cada dia, mesmo contra a vontade de Einstein, suas teorias abriram mundos que ele não desejaria que existissem...
Einstein morreu com raiva do que suas teorias haviam aberto como noção [...] no mundo da Física, em razão, sobretudo, do que e Mecânica Quântica havia incorporado como noção revolucionaria do sentido e constituição da natureza do Universo...
Hoje, mais e mais, a Física vai se transformando em uma espécie de Teofisica; ou ainda numa espécie de Pneumo-física...
Sim, posto que cada vez mais se discirna que o Universo não é um só; que há muitos universos; que há mundos paralelos; que podemos conviver com dimensões distintas que existem no ambiente invisível à nossa percepção; que a natureza do universo é feita de elementos que somente se parecem com o conceito de energia espiritual; que existem muitos tempo/espaço; que existem muitas camadas de existência; que existe o mundo invisível para além do que os olhos captem; que podem haver seres e vida justamente a uma membrana dimensional de nós; etc...
Ou seja: a cada dia a Física vai se tornando uma Teologia da Natureza das Coisas!...
Ora, é por tal razão que julgo que compreender a Física deste tempo é o melhor dever de casa que alguém possa pretender realizar [depois do estudo da Palavra] a fim de melhor perceber a natureza espiritual do Universo!
Hoje, pela Física, vejo anjos existindo a uma membrana de mim...   
Hoje, pela Física, vejo o céu a uma membrana de mim...
Hoje, pela Física, vejo Principados, Potestades, Poderes, Rodas [arcos, círculos, como os de Ezequiel], Tronos e Soberanias... — todos existindo a uma membrana de mim...
Hoje, pela Física, vejo o Inferno a uma membrana quântica ou a uma membrana dimensional de distancia de mim e de você...         
Sim, hoje, pela Física, vejo que o Novo Testamento não apela para a magia espiritual quando determina a existência de muitos mundos, visíveis e invisíveis, os quais existem de modo simultâneo e paralelo à camada de existência na qual eu existo...
Não! A Natureza do Universo não é grega, nem barroca, nem newtoniana, nem einsteiniana; mas sim espiritual, visto que espírito é energia, é existência na sua forma mais sutil e essencial... 
Assim, anjos, por exemplo, são criaturas de uma outra energia e dimensão, mas existem em universos que se comunicam com o nosso; seja por portais; seja por capacidade de inter-relação deles com o nosso mundo...
Ora, entender isso e isso discernir em suas implicações, cria uma percepção do mundo espiritual totalmente diferente...
É nesse sentido que digo que os tais dos Óvnis são apenas Macro-Assombrações; sendo que a sua natureza é “espiritual”; porém, um “espiritual” que tem a ver com as noções que a Física atual nos ajuda a compreender com mais clareza fenomenológica...
Pode ser total coincidência que a Teoria Física das Cordas proponha que existam de9 a 11 camadas de existência além da nossa [ou seja: de mundos paralelos], — à semelhança do que as antigas teses teológicas sobre o mundo invisível declaravam, ou seja: que existem de 9 a 11 camadas de mundos invisíveis, feitos das camadas existentes de anjos, arcanjos, principados, potestades, poderes, tronos, soberanias, rodas, querubins, serafins... Etc.
Portanto, para mim, a Física Moderna é um guia de estudo fenomenológico não apenas da existência como a vemos, mas das existências que não vemos...; e, mais que isto: é um guia de ajuda para a visualização de tais fenômenos como parte agora constatável e semi-observável para nós... Digo semi-observável apenas porque ainda não temos mais que a teoria em avançado processo de demonstração, mas que ajudam imensamente a entender a natureza dos fenômenos por nós designados como de natureza espiritual...
O que Física nos ajuda hoje a ver mais do que a teologia [...] é a natureza do Universo é essencialmente espiritual!...       
Esta é a razão de eu dar tanta ênfase a que se busque entender a natureza essencial do Universo, pois, será por tais compreensões que nos preparemos para as invasões espirituais que já estão acontecendo no nosso mundo, e que aumentarão enormemente...
Portanto, simplificando, para mim, por exemplo, os Óvnis são manifestações espirituais de uma camada [ou de qualquer delas...], sendo “vazadas” para dentro de nossa dimensão...
Chegará a hora em que seremos visivelmente invadidos por tais fenômenos..., e quem não estiver preparado cairá em perplexidade assombrosa...
Coisas espantosas” [...] “Grandes sinais do céu” [...] “Sinais nos céus” [...] “Angustia entre as nações” [...] — são expressões que Jesus usa a fim de designar o ambiente psicológico da humanidade ante a manifestação de fenômenos inusitados e chocantes...
Assim, dou graças a Deus pela Física, por Newton, por Einstein...; e pelos que creram nas teses de Einstein mais do que ele mesmo!...
Sim, dou graças a Deus pela descoberta cientifica acerca dos mundos paralelos; e por tudo quanto seja iluminação na verdade acerca da realidade; pois, toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm e do alto, descendo do Pai das Luzes; sendo mediada por qualquer um [...], posto que Deus seja livre para revelar-se..., assim como para revelar a natureza das coisas que Ele criou a quem bem desejar...
Pense nisso!...

Caio