domingo, 31 de maio de 2015

Olavo de Carvalho explica o comunismo completamente - explains the commu...

sábado, 30 de maio de 2015

Brasília em 4 tempos

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Brasília Terra de Todos Nós.mpg

O desaforo da graça radical


Por Hermes C. Fernandes


A gente costuma dizer que crê na graça, mas desde que seja uma graça moderada, que não cometa a indiscrição de insultar nosso senso de justiça própria. Porém, a graça oferecida em Cristo é desaforada e escandalosamente radical e subverte nossa lógica fundamentada na performance e no mérito. Como entender que o Deus santo e justo poderia se relacionar com gente de nossa laia sem impor qualquer condição? E como admitir Sua disposição em aceitar em Sua companhia gente ainda pior do que nós? Quanta petulância achar que a graça só pode alcançar pessoas do nosso nível para cima, como se representássemos uma espécie de padrão mínimo. Qualquer que consideremos abaixo desta linha é simplesmente inalcançável.

Ultrajados em nossa presunção religiosa, estabelecemos condições sine qua non que devem ser preenchidas para que pecadores iguais ou piores do que nós sejam aceitos por Deus. Em nossa mentalidade medíocre Deus faria certa concessão aos pecadores "desde que..."

Ora, se houver qualquer condição preliminar, logo, a graça é invalidada. Todas as razões para que Deus nos acolha devem estar exclusivamente n'Ele, não em nós. Portanto, o conceito de graça e o conceito de condições preliminares são mutuamente excludentes.

A lógica paulina é implacável:
"Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra." Romanos 11:6 
O problema é que quando pensamos em obras, somos remetidos às exigências da Lei. Porém, o conceito encerrado no termo "obras" é muito mais abrangente.

Sutilmente, afirmamos a graça ao mesmo tempo em que dizemos que Deus salva o pecador desde que este creia, se arrependa e obedeça aos mandamentos. Tudo isso soa tão piedoso que não percebemos sua contradição lógica.

O que é o arrependimento, senão uma obra? O mesmo pode-se dizer tanto do crer, quanto do obedecer. Se estas são condições que devem ser cumpridas para que sejamos salvos, logo, a graça se torna inútil e teremos do que nos gloriar diante de Deus. Ao chegarmos à glória derradeira poderemos bater no peito e dizer: "Aqui cheguei graças a algo que fiz. Fui salvo porque cri, me arrependi e obedeci."

Então, tais coisas não são importantes? Sim, são importantes, porém, não são condições preliminares para que se alcance a salvação.

Paulo põe uma pá de cau sobre qualquer pretensão humana de fazer da salvação uma conquista meritória:
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas." Efésios 2:8-10
Alguns dirão que a graça é a parte que compete a Deus, porém, a fé é a parte que nos cabe. Porém, Paulo afirma que mesmo a fé mediante a qual temos acesso à graça nada mais é do que manifestação desta própria graça. "Isto não vem de vós", brada o apóstolo. A fé nada mais é do que um dom que recebemos ao ouvirmos a Palavra. Em Filipenses 1:29-30, o mesmo apóstolo diz que o crer em Cristo é uma concessão celestial.
"Pois vos foi concedido, por amor de Cristo, não somente o crer nele, mas também o padecer por ele." 
Repare nisso: até mesmo o padecer por amor a Ele não nos serve como razão para nos gloriarmos, pois também é uma concessão da graça. Portanto, deveríamos crer piamente em nossa incapacidade de crer sem uma intervenção da graça.

 Então, não é necessário que nos arrependamos ou que renunciemos às paixões pecaminosas?

Sim. Mas não são condições, e sim, consequências da ação da graça em nós. Lembre-se que, apesar de não sermos salvos pelas obras, somos salvos para as boas obras, "as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas". 

Não se tratam de exigências para que sejamos salvos. Quem pensa assim não leva em conta o estado espiritual lastimável no qual nos encontrávamos. Paulo diz que estávamos mortos em nossos delitos e pecados.
"Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo {pela graça sois salvos}." Efésios 2:4-5
Como exigir que um morto creia, se arrependa, renuncie a si mesmo e obedeça? Quando Cristo faz tais exigências, estava revelando a inabilidade humana em cumpri-las à parte da graça. Ele exige de nós o que não podemos pagar para depois revelar Sua misericórdia ao quitar nossa dívida. Isso fica claro na parábola do credor incompassivo.

Precisamos nos arrepender de atribuir ao nosso arrependimento um poder salvífico que ele não tem. É a graça divina que nos conduz ao arrependimento, e não vice-versa:
"Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te conduz ao arrependimento?" Romanos 2:4 
Devemos renunciar nossa pretensão em achar que somos salvos pelas renúncias que fizermos. Qualquer renúncia verdadeira é patrocinada pela graça:
"Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos, para que, renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos no presente mundo sóbria, e justa, e piamente." Tito 2:11-12
À luz disso tudo, podemos afirmar sem medo de errar que o "negar a si mesmo" exigido por Jesus a Seus discípulos nada mais é do que admitir nossa incompetência em atender quaisquer condições. Só nos resta apelar à graça, e aceitar que esta é a única maneira para que a glória se mantenha intacta e seja inteiramente atribuída a Deus. Simplesmente, não há do que nos gloriar diante de Deus.

Disputamos com Paulo o título de "Principal dos pecadores". Se a graça foi capaz de nos alcançar a despeito de nossa miserável condição, que outro pecador ela também não alcançaria? Considerar-se o "principal" não é condição para sermos salvos, mas, definitivamente, é condição para que olhemos os demais com compaixão.

Como sugerido pela parábola do credor incompassivo, uma vez perdoados, devemos estender este perdão aos demais sem impor-lhes qualquer condição.  Não imponhamos aos outros condições que não nos foram impostas. Creiamos que Aquele que em nós começou a boa obra, igualmente a começou nos demais, e a completará no prazo determinado pelo Pai (Fp.1:6).

Não há verdade mais inconveniente do que a graça. Ainda que libertadora, ela dá uma rasteira em nossa presunção, emperra todo mecanismo de controle, faz secar as fontes que alimentam nossas neuroses, decreta a falência da indústria religiosa que se alimenta da culpa, e, por fim, constitui-nos seres subversivamente livres e perigosamente autênticos.

Antes de nos proporcionar qualquer segurança, a graça nos tira o chão, nos arrebata, nos gera um desconforto, uma vertigem e até uma certa desconfiança. "É muito bom pra ser verdade", ponderamos. Mas depois que a ficha cai, nunca mais aceitamos nada menos que aquela sensação incomparável de frescor e liberdade. Somente aí, genuinamente livres, poderemos ser canais do amor de Deus, sem exigir das pessoas absolutamente nada, posto que nada nos foi exigido.

Não custa relembrar: Precisamos nos arrepender de fazer do arrependimento a razão de nossa salvação. Renunciar nossa pretensão de fazer da renúncia o preço a ser pago para sermos salvos. E, finalmente, reconhecer que não há qualquer mérito em se reconhecer nossa total ausência de mérito. Somos salvos exclusivamente pela graça, sem tirar, nem por. E, uma vez salvos, nosso prazer será ir muito além de qualquer dever, motivados por amor e gratidão, e não mais pela culpa por não atingirmos um ideal de santidade.

Fonte: Blog de Hermes C. Fernandes

sexta-feira, 22 de maio de 2015

MARTA SERRAT E AS HISTORIAS DE CABO ANSELMO(primeira parte)

GRAÇA SEM TETO


Estou muito feliz com a resposta que meus últimos textos têm provocado em milhares de pessoas.


Todos eles são textos muito simples e tratam acerca da extensão da Graça em nós: para dentro e para fora do ser — no íntimo, como vida no “secreto”; e publicamente como expressão da existência em missão no mundo.

De fato não digo nada novo.

Todos os meus 120 livros anteriores tratam das mesmas coisas; sempre ampliando o conceito de Graça, conforme o exemplo do livro “Uma Graça Que Poucos Desejam” (sobre dinheiro e contribuição – 1986); ou ainda de acordo com a série “Divã de Deus”- I-II-III; ou conforme toda a série de livros extraídos das minhas palestras nos Congressos da Vinde, durante mais de 20 anos.

Entretanto, depois de toda a catástrofe acontecida entre os evangélicos nos últimos 12 anos, com a prevalência da Teologia da Prosperidade contra e sobre oEvangelho de Jesus, a simples idéia de Graça, de favor imerecido, foi banida pelo paganismo dos sacrifícios feitos à base de muita Barganha com Deus(conforme meu livro “Sem Barganha com Deus” denuncia).

Ora, tal realidade histórica gerou um espírito-comum-pervertido pelo anti-evangelho da Teologia da Prosperidade; o qual também corroeu toda noção de Graça, a qual foi exilada do entendimento da maioria.

Assim, ao re-começar toda a jornada, decidi começar do começo, como se eu mesmo estivesse pregando no tempo da Reforma Protestante.

Agora, todavia, com tantos já entendo e crendo, chegou a hora de avançar na Graça e no Conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, conforme nos convocou Pedro.

O que é fundamental é saber que a Graça é melhor que a vida exatamente porque ela é maior que a vida.

Ou seja: o que se tem na Graça de Deus é toda suficiência para todas as dimensões da existência.

A Graça começa como verdade de Deus para nós, mas seu caminho é levar-nos a tratar da verdade-nossa-em-Deus.

Assim, a verdade de Deus é a declaração de Seu amor para conosco em Cristo — está tudo feito e consumado. Entretanto, a nossa verdade para Deus é feita da decisão que se toma de deixar que a Graça nos trate em verdade em todas as áreas de nosso ser.

Durante anos tenho dito em alguns de meus livros (e mesmo aqui no site em alguns textos) que a Graça não apenas tira o homem do inferno, mas que seu objetivo é tirar o inferno do homem.

Desse modo, não existe Graça sem crescimento; pois a Graça só sobrevive como bem de Deus em nós se não pararmos seu processo em nossos corações jamais.

Celebrar a Graça que inclui e que perdoa tem que nos remeter diretamente a vida grata que obedece por amor e com muita alegria.

Somente um coração grato pela Graça recebida é que se põe voluntariamente no caminho da entrega sem medo.

Se for Graça o que se recebeu e se recebe de Deus, então, para o discípulo, tudo mais é gratidão ativa e criativa na vida.

Quem provou a Graça como amor de Deus, esse já não teme; antes disso, alegra-se na aventura do crescer.

Graça parada é como vida morta. Simplesmente não existe tal coisa.

Graça passiva” é como vida vegetativa. Simplesmente não realiza nada em ninguém.

Graça barata” é contradição de termos; pois, se é Graça não tem preço a ser oferecido como resposta.

Graça atributo divino” é loucura; pois, Deus é amor — portanto, Deus é Graça; e tudo o mais que de Deus se possa falar ou discernir acontece como Graça — justiça, verdade, juízo, perdão, santificação e qualquer outro atributo de Deus, nada mais são do que Graça; assim como também tudo de bom que se pode provar como fruto do Espírito decorre exclusivamente do amor.     

Encarnação de Jesus é o Beijo da Graça e da Verdade entre os homens, no meio da história de nossas percepções.

Ora, estou escrevendo estas coisas apenas porque minha ênfase nos próximos tempos será no caminhar na direção dessas aventuras na Graça, as quais nos colocam no chão criativo e solidário do amor de Deus entre os homens.


Você vem?


Nele, em Quem a vida não tem teto, como teto não tem a Nova Jerusalém,


Caio

Fonte: Site de Caio Fábio

quinta-feira, 21 de maio de 2015

A Árvore da Vida e a Cura das Nações


Por Hermes C. Fernandes


De acordo com as Escrituras, a história da saga humana começa num jardim e termina numa praça. O que os difere é que o jardim era cercado de árvores, enquanto a praça é cercada de edifícios. No centro de ambos, a Árvore da Vida. Ora, a menos que a tal árvore tenha mudado de lugar, somos levados a crer que se trata do mesmo ambiente. O jardim do Éden foi promovido a praça da Nova Jerusalém. E ao redor da Árvore da Vida erigiu-se uma civilização. Uma sociedade formada de seres humanos regenerados. Gente que abriu mão de viver para si, para construir suas vidas ao redor do trono da graça.

O perímetro onde a Árvore da Vida está plantada representa a esfera relacional de plena comunhão entre o Criador e a criatura. O Éden, jardim das delícias, nada mais é do que isso. O pecado nos exilou da presença imediata de Deus. Alienamo-nos d'Ele desde o dia em que, ao comermos de um fruto que nos era vetado, tornamo-nos num ramo de outra árvore, a do conhecimento do bem e do mal. Nossa rebeldia não poderia ter custado mais caro. Fomos expulsos do paraíso de mala e cuia. Nossa nudez foi exposta. Queríamos ser como Deus e descobrimo-nos como animais. Se o fruto do qual comemos fosse apenas do conhecimento do bem, tudo seria mil maravilhas. Mas ele também nos introduziu ao outro lado. O mal se nos tornou familiar. Eis a razão pela qual o mundo está doente.

Sorte nossa Deus não ter desistido de Sua obra.

Desde então, a criação inteira ficou na expectativa de que esta sina seria revertida. Um dia a Árvore da Vida nos seria franqueada novamente. Porém, para isso, alguém teria que enfrentar a espada dos querubins guardiões do jardim. Aquela era a espada da lei. Quem se atrevesse a enfrentá-la, certamente morreria. Por isso, sobre a tampa da Arca da Aliança onde as tábuas da lei foram depositadas, havia dois querubins. O Santo dos Santos onde a Arca fora colocada representa o centro do jardim, lugar da presença imediata de Deus. Cristo enfrentou a espada da lei que bloqueava nosso acesso à Árvore da Vida. Apesar de inocente, tal espada não O poupou. Seu sangue pavimentou nosso caminho de volta ao paraíso, lugar que representa nossa comunhão com o Pai. Seu corpo foi depositado num túmulo emprestado e escoltado por dois anjos, os mesmos que guardavam a Árvore da Vida. Coube a eles anunciar às mulheres lá estiveram que Jesus já não estava ali. A última aparição destes guardiões se deu quando o mesmo Jesus foi assunto ao céu.

Sua morte vicária na cruz reinaugurou o paraíso. O ladrão que morria ao Seu lado foi o convidado de honra para cortar a fita. Os guardiões da Árvore da Vida foram promovidos a arautos do reino. "Ele não está mais aqui!", anunciaram à porta do sepulcro que ficava exatamente no centro de um jardim.

Todo aquele que n'Ele crê, alimenta-se do Seu fruto e recebe a vida eterna. Foi Ele mesmo quem nos afiançou: "Quem de mim se alimenta, também viverá por mim" (Jo.6:57).

Cristo é a Árvore da Vida. Como Deus e Homem, Ele é aquele que enfrenta a espada da lei para garantir-nos acesso a Si mesmo. E ao d'Ele nos alimentarmos, tornamo-nos ramos da Videira Verdadeira. Etimologicamente, "videira" significa justamente "árvore de vida".

Somos, portanto, ramos da Árvore da Vida que é Cristo, plantados à margem do Rio da Vida, que é o Espírito Santo, e temos um duplo objetivo: produzir frutos para Deus, e remédio para as nações através de nossas folhas (Ap.22:1-2; Ez.47:12). Sempre que me deparava com essas passagens em, me perguntava em que sentido nossas folhas curariam as nações.

Para que servem as folhas de uma árvore, afinal? Para produzir o oxigênio. Isso se dá através de um processo conhecido como fotossíntese.

Para que esse processo ocorra, é necessário a atuação de três agentes: o sol, com a sua luz (foton); o gás carbônico produzido por todos os que respiram, e que é considerado nocivo para nós mesmos; e as folhas, com seu poder de processar esse gás carbônico, devolvendo-o à atmosfera em forma de oxigênio.

Interessante essa analogia... Recebemos de Deus o bem, mas por causa de nossa natureza caída, o bem passa por nós, e transforma em algo nocivo aos nossos semelhantes e a nós mesmos. Recebemos da natureza o oxigênio, que depois de passar por nós, se transforma em gás carbônico. Nossa natureza caída transforma remédio em veneno, vida em morte, amor em ódio, justiça em vingança.

Não precisamos nos esforçar para isso. Está em nossa natureza. Por isso, Paulo dizia: "Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum. Com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem" (Rm.7:18).

Deus, em Sua infinita sabedoria, plantou no meio do Seu Jardim (humanidade) a Árvore da Vida. Aos nos convertermos a Ele, tornamo-nos ramos dessa árvore. E nossa suprema missão é reverter esse quadro danoso, esse círculo vicioso de ódio, rancor e vingança.

Mas não podemos fazê-lo sozinho. Não é na força de nosso braço. Como diz a Escritura, não é por força, nem por violência, pelo Espírito. Lá fora está o Mundo sem Deus, a humanidade caída, produzindo males para si mesma. Nosso papel, como Igreja de Cristo, é romper com o ciclo da maldade, e transformar o mal que recebemos em bem.

Como se dará essa "química"? Como processá-la? Que misteriosa alquimia é esta, capaz de transformar "ferro velho" em ouro?

Sozinhos? Impossível! E é aí que entra o único que pode produzir a síntese perfeita: Deus.

Tal qual o Sol na fotossíntese, é o Pai Celestial que origina todo o processo. Como vimos, a Árvore da Vida é Cristo, do qual somos ramos. As folhas representam a manifestação da natureza divina em nós, capaz de transformar o mal recebido em bem.

A Igreja de Cristo é como um poderoso reator, capaz de processar todo mal que recebe, e devolvê-lo ao mundo em forma de perdão e amor.
"Abençoai aos que vos perseguem; abençoai, e não amaldiçoeis (...) A ninguém torneis mal por mal (...) Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem." Romanos 12:14,17a,21
"Não pagueis mal por mal, nem injúria por injúria. Pelo contrário, bendizei, porque para isso fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança (...) Tende uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom procedimento em Cristo. Melhor é que padeçais fazendo o bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo o mal." 1 Pedro 3:9,16-17
E é assim que o bom perfume de Cristo é extraído de nós, e exalado no mundo. Em vez de questionarmos a razão de sofrermos, devemos receber a injustiça, e devolvê-la ao mundo em forma de amor. E será assim que o mundo passará por aquilo que chamo de amorização. A Terra se encherá do conhecimento de Deus, e a fragrância de Seu amor reunirá todos os povos ao redor do Trono da Graça.

Fonte: Hermes C. Fernandes

quinta-feira, 14 de maio de 2015

COMO ME SEDUZISTE?


Por que te amo assim..., Jesus?


Só sei que foi por causa do teu amor por mim!

Agora, tudo me fale de Ti.

Sim, porque criastes todas as coisas, todas as coisas agora só me falam de Ti.

E porque sei que me fizestes, hoje tudo em mim só me lembra de Ti, Senhor.

Teu amor, Teu terror, Teu calor, Teu temor, Teu perdão, Teu trovão, Teu refugio, Tua ira, Teu galardão, Tua sentença, Teu poder, Tua singeleza, Teu braço, Tua brisa — sim, tudo se tornou uma só coisa em mim!

Tu és!
Eu sou em Ti!
Tu-eu-eu-Tu!

Nele, nós,
Caio

Fonte: Site de Caio Fábio

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Um clamor pela Cura do Mundo


Por Hermes C. Fernandes



O mundo está doente. Basta passar os olhos pelas manchetes dos jornais para constatar isso. E quem, por mais desumano que fosse, daria as costas a um paciente neste estado? Geralmente, ao menor sinal de enfermidade, corremos para o médico. Por mais romântica que seja a visão que tenhamos do céu, o fato é que ninguém quer morrer. O céu pode esperar. Na última noite, por exemplo, foi acometido por um mal estar súbito. Minha pressão foi a 19 por 11. Minhas mãos e pés ficaram gelados. Tive calafrios. A única coisa que ouvia dos lábios dos meus filhos era: pai, você precisa de um hospital urgentemente. Quem me conhece sabe o quanto evito ter que recorrer ao médico. Porém, o receio de que as coisas piorassem fez com que deixasse tudo e saísse às pressas para o hospital. Graças a Deus, sobrevivi. Foi um baita susto. Mas o Senhor, em Sua infinita misericórdia poupou meus filhos de ficarem órfãos a esta altura da vida. Agora, imagine se ao chegar ao hospital os médicos se negassem a me prestar socorro. Talvez eu não estivesse aqui agora digitando este post. Aliás, eu deveria estar de repouso, mas não quero desperdiçar a oportunidade de compartilhar o que o Senhor me permitiu compreender.

O fato é que a igreja tem se negado a prestar socorro a um mundo em estado terminal. Alguns, por se sentirem impotentes, achando que não há nada que possa ser feito para reverter o quadro. Outros, por simples negligência. Em outras palavras, uns até querem, mas acham que não podem. Enquanto outros, sabem que podem, mas não querem. Porém, a grande maioria ignora que o propósito de Deus seja o de curar o mundo.

É lamentável perceber que enquanto a igreja se distancia da realidade, profetas seculares emprestam os lábios à graça comum para expressar o anseio da criação por cura. Em sua canção "Heal the World" (Cure o Mundo), Michael Jackson diz: "Na graça, não podemos sentir medo ou pavor. Nós paramos de existir e começamos a viver (...) Então faça um mundo melhor (...) Cure o mundo! Faça dele um lugar melhor pra você e pra mim e toda a raça humana. Tem pessoas morrendo. Se você se importa o suficiente com os vivos, faça do mundo um lugar melhor (...) E os sonhos que foram concebidos revelarão um rosto alegre. E o mundo, uma vez que acreditar, vai brilhar novamente em graça. Então, por que continuamos estrangulando a vida, machucando a terra, crucificando sua alma? (...) Em meu coração, sinto que somos todos irmãos. Crie um mundo sem medo. Juntos choramos lágrimas de felicidade. Veja as nações transformarem suas espadas em arados. Nós podemos chegar lá!"

Este foi um dos últimos sucessos do cantor norte-americano antes de sua morte.

Outro "profeta secular" que se deixou instrumentalizar pela graça comum para expressar tais anseios foi Lulu Santos. Em sua canção "A cura" ele diz: "Existirá, em todo porto tremulará (se hasteará) a velha bandeira da vida. Acenderá todo farol. Iluminará uma ponta de esperança. E se virá, será quando menos se esperar. De onde ninguém imagina. Demolirá toda certeza vã. Não sobrará pedra sobre pedra. Enquanto isso, não nos custa insistir na questão do desejo. Não deixar se extinguir. Desafiando de vez a noção na qual se crê que o inferno é aqui. Existirá e toda raça, então, experimentará para todo o mal a cura."

Em minha opinião, de todas as canções seculares, nenhuma expressa tão bem tal anseio e esperança do que "Perfeição" de Renato Russo:"Venha! Meu coração está com pressa. Quando a esperança está dispersa, só a verdade me liberta. Chega de maldade e ilusão. Venha! O amor tem sempre a porta aberta, e vem chegando a primavera. Nosso futuro recomeça. Venha, que o que vem é perfeição.

Devo confessar que encontro mais conteúdo legitimamente cristão nas letras destas canções do que na maioria das que tocam hoje nas rádios evangélicas. Mas deixemos esta crítica para outra ocasião. Meu objetivo neste post é revelar a esperança que ainda há por parte da criação, mas que, infelizmente, boa parte da igreja parece ter perdido.

Na cabecinha de muitos crentes, nosso único papel é enviar pessoas para o céu. Para os tais, quanto pior estiver o mundo, melhor. Isso apressaria a volta de Jesus. Esta postura ridícula equivaleria estar à beira de um leito hospitalar torcendo pela morte do paciente.

Deus não desistiu da criação! Deus não desistiu da humanidade! Deus não desistiu do Seu mundo. Isso mesmo. Este é o mundo de Deus. Ele não é rascunho, mas um esboço prestes a ter seus traços reforçados pelas mãos do grande arte-finalista.

O pecado borrou a obra-prima de Deus. Mas não é nada que a borracha da graça não possa apagar e o pincel do amor não possa refazer.

O que a igreja parece ignorar é que ela faz parte do processo de cura deste mundo.

Fonte: Blog de Hermes C.Fernandes

domingo, 10 de maio de 2015

Olavo de Carvalho no Conclave de Washington

A todas as mães, carinho e amor


Às Mães que apesar das canseiras, dores e trabalhos, sorriem e riem, felizes, com os filhos amados ao peito, ao colo ou em seu redor; e às que choram, doridas e inconsoláveis, a sua perda física, ou os vêem “perder-se” nos perigos inúmeros da sociedade violenta e desumana em que vivemos; às Mães ainda meninas, e às menos jovens, que contra ventos e marés, ultrapassando dificuldades de toda a ordem, têm a valentia de assumir uma gravidez - talvez inoportuna e indesejada – por saberem que a Vida é sempre um Bem Maior e um Dom que não se discute e, muito menos, quando se trata de um filho seu, pequeno ser frágil e indefeso que lhe foi confiado.


Às Mães que souberam sacrificar uma talvez brilhante carreira profissional, para darem prioridade à maternidade e à educação dos seus filhos e às que, quantas vezes precisamente por amor aos filhos, souberam ser firmes e educadoras, dizendo um “não” oportuno e salvador a muitos dos caprichos dos seus filhos adolescentes; às Mães precocemente envelhecidas, gastas e doentes, tantas vezes esquecidas de si mesmas e que hoje se sentem mais tristes e magoadas, talvez por não terem um filho que se lembre delas, de as abraçar e beijar...

Às Mães solitárias, paradas no tempo, não visitadas, não desejadas, e hoje abandonadas num qualquer quarto, num qualquer lar, na cidade ou no campo, e que talvez não tenham hoje, nem uma pessoa amiga que lhes leia ao menos uma carta dum filho...; também às Mães que não tendo dado à luz fisicamente, são Mães pelo coração e pelo espírito, pela generosidade e abnegação, para tantos que por mil razões não tiveram outra Mãe...e finalmente, também às Mães queridíssimas que já partiram deste mundo e que por certo repousam já num céu merecido e conquistado a pulso e sacrifício... A todas as Mães, a todas sem excepção, um Abraço e um Beijo cheios de amor e de ternura! E Parabéns, mesmo que ninguém mais vos felicite! E Obrigado, mesmo que ninguém mais vos agradeça!

Fonte: Blog de Hermes C.Fernandes

quinta-feira, 7 de maio de 2015

COMUNISMO, SUA NATUREZA DESUMANA, DO PRINCÍPIO AO FIM, E A NOVA ORDEM MU...

CRIAÇÃO POR EVOLUÇÃO E POR REDENÇÃO!


Comemoram-se os duzentos anos de Charles Darwin e de sua Teoria da Evolução das Espécies. Até ele a criação era vista como algo fixo, sem mudança desde o 6º Dia da Criação.

Em momento algum, todavia, a Bíblia diz que o Pai já não cria e nem trabalha...
Ao contrário, Jesus disse: “Meu Pai trabalha até agora...”
Os cristãos querem um Deus que Intervenha na vida, mas não querem um Deus que continue criando...
Sim! Querem um Deus de milagres para o homem, de criações novas para o homem; mas que não seja milagroso na criação.
E mais: fazem diferença entre Jesus curando e criando um olho em um cego de nascença e Jesus criando um órgão em um peixe no fundo do mar...
Assim, se são informados que animais estão ainda mudando e evoluindo, ganhando novos membros ou órgãos de adequação à vida, acham que isto seja blasfêmia.
Deus criou em Dias Eras de tempo e de não tempo.
Cada dia do Dia de Deus é feito de bilhões de anos humanos?... Por que não? Quem declarou tal impedimento?
Deus não sofre o tempo; posto que o tempo exista Nele.
Entretanto, se crê que o Deus dos crentes, o Criador, não tinha nada a fazer antes do homem.
Assim, agora, depois do homem, somente o homem interessa a Deus, pensam eles.
Deus, no entanto, assim como redime desde antes da fundação do mundo, também cria desde sempre; e assim como nunca deixou de redimir, também nunca deixou de criar.
O Gênesis diz Quem criou.
A ciência tenta dizer como foi criado.
Uma coisa é o Autor. Outra a Obra.
A fé lida com o Autor. A ciência lida com as Obras.
Qual é o problema?
Até no quintal de minha casa vejo as coisas mudando, se adaptando...
O Salmo 104 nos diz que tais Obras de Renovação da Natureza é trabalho do Espírito Santo, o qual, sendo enviado sobre a Terra, renova toda a criação... sempre.
Mas a pressa e a presunção do homem querem dizer quanto tempo Deus tem que ter levado para criar...
E mais:
A Bíblia não quer dizer como Deus criou. Apenas nos diz que Ele falou e assim se fez.
O Deus de Jesus criou, cria e continuará criando!...
Ora, o que é que existe entre o Gênesis e o Apocalipse senão Evolução?
Sim! O que existe entre o Jardim e a Cidade Santa senão evolução?
Evolução como evolução é; ou seja: cheia de “catástrofes”.
Entretanto, eu pergunto: E qual é o problema?
Darwin não é meu inimigo.
Celebro sua ousadia e fé.
Todavia, lamento que os crentes tenham endiabrado o homem, exceto os crentes ingleses, os quais, pela via de gente boa de Deus como C.S. Lewis e outros, logo entenderam que ali não havia conflito entre a Bíblia e a ciência.
Na América, porém, Darwin virou o diabo!
Ora, Darwin nunca esteve em briga com Deus. Apenas, como um homem de ciência, desejava entender a criação.
Mas a insegurança dos crentes, que tenta fazer da Bíblia um manual de “Ciências”, comete o crime de tornar anátema aquilo que não entende e nem tem cabeça isenta para refletir em paz a fim de compreender.
Ao fim da vida, tendo sido visto lendo a Bíblia por um crente que trabalhava no jardim onde estava meditando, Darwin ouviu o homem perguntar como ele lia a Bíblia se não cria nem na Bíblia e nem em Deus. Darwin assustou-se e disse: “Ah! Não! Eu creio tanto em Deus quanto na Bíblia. O que eu digo é uma teoria de como Deus criou, mas não uma negação de que Ele tenha criado”.
Muito assustará os crentes quando e se virem, no Reino de Deus, Charles Darwin, Einstein, Newton, Copérnico, entre outros... — enquanto  muitos bispos estarão de fora...
Enquanto isto... o obscurantismo perdura.
Já imaginou se Deus está interessado na briga entre criacionistas e evolucionistas?
Ah, meus amigos, sem medo eu lhes digo que Ele não está.
Assisto documentários sobre a Evolução das Espécies e me deleito no amor de Deus!
Todavia, para mim, não há diferença se os 6 dias foram dias pequenos, mínimos de tempo ou se foram bilhões de dias e anos...
Entretanto, e se um Dia se tornasse um Dia apenas quando cada processo estivesse parcialmente concluído a fim de iniciar um outro...Dia?
Qual o problema?
Você está com pressa?
Não estou pedindo a sua opinião.
Apenas expresso a minha.
Afinal, quem pensa que cheguei aqui sem milhões de horas de oração e reflexão?

Nele, que trabalha até agora e continua criando sempre, ainda que não vejamos,

Caio

Fonte: Site de Caio Fábio

terça-feira, 5 de maio de 2015

NÃO É O CASO DE…


Por Carlos Bregantim
Mentor no “Caminha da Graça”, Estação Vila Mariana.


Alguns queridos estão me enviando este texto (http://www.ibab.com.br/ed090201.html)  de autoria do Ed René Kivitz, que é sempre pertinente nas observações e criticas que faz ao cristianismo atual, praticado por esta chamada “igreja evangélica brasileira”, que na maioria das vezes apenas reverbera o que já vem acontecendo nos EUA e outros lugares. (Leia o texto para entender o que estou escrevendo abaixo.)
Penso que estão me enviando este texto para me por a par que há esperança para os “cristãos evangélicos”, visto que há instituições cristãs evangélicas que estão informando corretamente seus auditórios.
De fato, me alegro sempre que leio e ouço falar que há um desconforto em quem prega o evangelho neste mercado religioso. Desconforto por conta do abismo que existe entre o evangelho de mercado e o EVANGELHO DO REINO.
Diante das informações dadas nos tópicos  “VOCÊ SABIA?”  e no “TRÊS COISAS EU SEI”,  além do desconforto e encorajamento singelo de se voltar às Escrituras, especialmente ao Novo Testamento, não caberiam  propostas mais contundentes?
Não é o caso de  propor uma desmobilização geral deste sistema religião cristão evangélico vigente, seja ele lá qual for?
Não é o caso de iniciar um esvaziamento de toda e qualquer influencia de quem quer que seja,  na leitura e interpretação das ESCRITURAS, isto é, devolver aos chamados leigos a responsabilidade de ler, avaliar, entender e aplicar as escrituras na vida?
Não é o caso de os lideres, que descobrem o que está relatado neste texto, isto é, que NOS DISTANCIAMOS TANTO DAS ESCRITURAS que o que está aí não tem nada a ver com ela, sim,  fossem eles os precursores de uma  DESMOBILIZAÇÃO RADICAL deste sistema religioso cristão evangélico, iniciando um processo de desestruturação do sistema?
Não é o caso de, para os que sabem tudo isto, estancar todos os processos de expansão de suas instituições religiosas, de modo que, pelo menos os que os ouvem, pudessem ser orientados a sair desta engrenagem demonizada que não tem mais nada a ver com a fé cristã?
Não é o caso de começar enxugar os orçamentos que normalmente são consumidos pela estrutura religiosa, e as demandas para manter a instituição religiosa em funcionamento?
Não é o caso de se estimular os devotos a não contribuírem com a manutenção e preservação de qualquer estrutura ou sistema religioso?
Não é o caso de  iniciar uma jornada de oração, suplicando ao Eterno que as “instituições  religiosas“ quebrem?
Não é o caso de desencadear campanhas para que deixem de contribuir com os “shows da fé” e este “circo gospel” que virou o “EVANGELHO” na televisão e rádios, de modo que seus “donos”  (os donos destes shows e circos) não tenham como pagar a fatura no fim do mês e sejam obrigados a tirar estes programas do ar?
Não é o caso de desestimular todo e qualquer tipo de investimento em quinquilharias religiosas, sejam elas quais forem?
Não é o caso de se estimular a diluição das “MONTANHAS DE SAL”  que se abrigam debaixo dos tetos frágeis dos templos religiosos,  de modo que desapareçam no chão da vida, onde de fato suas qualidades, embora, não sejam vistas, mas, seriam percebidas na sociedade, por conta dos sabores que produziriam?
Não é o caso de desobrigar esse chamado povo de Deus quanto às suas obrigações com suas instituições religiosas, seja em presença e patrocínio?
Não é o caso de insistir e levar as ultimas conseqüências o sacerdócio universal de cada seguidor de Jesus, liberando-o para viver segundo sua própria consciência cativa ao Senhor, o Pai das luzes?
Não é o caso de, em desejando esta desmobilização do sistema religioso, encorajar e inserir cada seguidor de Jesus em projetos e processos na vida...e não na estrutura religiosa?
Não é o caso???...
Você incluiria alguma proposta contundente? Acrescente aqui.
Sabendo disto, é razoável pensar na possibilidade de NÃO FAZER PARTE DESTE SISTEMA RELIGIOSO?
De que modo?
Vamos abrir um fórum sério, responsável, radical sobre este assunto, mas, que saia do palco das reflexões e vá para o chão da vida.
Vamos encorajar a simplicidade.
Encontros pequenos.
Encontros informais.
Vamos encorajar o engajamento radical na sociedade.
O mundo precisa de seguidores de Jesus em todas as frentes, todos os dias, o dia todo em todos os lugares.

Fonte: Site de Caio Fábio

sábado, 2 de maio de 2015

Deus odeia pecadores?

Deus irado

Por Hermes C. Fernandes


Desde que me entendo por gente, ouço a frase: Deus ama o pecador, mas odeia o pecado. Jamais ousei questionar isso, pois sempre fez muito sentido pra mim. Deus odeia o pecado por conta do mal que ele nos faz. Portanto, o ódio divino pelo pecado está diretamente ligado ao Seu amor por nós, pecadores.

Apesar disso, deparo-me com passagens bíblicas que afirmam que Deus não odeia apenas o pecado, mas também o pecador.

Tomemos como exemplo Provérbios 6:16-19, onde lemos:
“Estas seis coisas o SENHOR odeia, e a sétima a sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, o coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, a testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.”
Fica claro que Deus não odeia apenas a mentira, mas também quem a profere. Assim como também odeia o que engendra pensamentos malignos, o que promove contendas entre irmãos, o que possui olhar arrogante, entre outros mais. O salmista é ainda mais abrangente ao declarar que Deus odeia “a todos os que praticam a maldade”  (Sl.5:5). Ele odeia ao “ímpio e ao que ama a violência” (Sl.11:5). Basicamente, estas são as passagens mais usadas para respaldar o ódio que Deus nutre pelos pecadores.

Para alguns, jamais deveríamos afirmar que Deus ama igualmente a todos os homens, posto que alguns seriam alvos exclusivamente de Sua ira. Deus não poderia amá-los e odiá-los ao mesmo tempo.

Em cima desta compreensão, a meu ver equivocada, manifestações têm sido promovidas por cristãos ultraconservadores, ostentando placas que trazem inscrições do tipo “Deus odeia os gays”, “Deus odeia Lady Gaga”, e pasmem, “Deus odeia o Brasil”.

Somente os eleitos seriam alvo do amor de Deus. O resto da criação estaria sob a Sua ira por toda a eternidade.

Será que é isso que encontramos nas Escrituras?
De acordo com Paulo, “todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” (Ef.2:3). Portanto, mesmo os eleitos já estiveram um dia sob a ira justa de Deus. Será que neste tempo, Deus deixou de amá-los? Claro que não!

Deus não passou a amar-nos quando fomos atraídos a Cristo. Pelo contrário, Ele nos amou mesmo quando estávamos mortos em nossos delitos e pecados. Ele mesmo afirma: “…com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí” (Jer.31:3). Ele nos atraiu por nos amar desde a eternidade. Mesmo quando estávamos sob Sua ira, Ele não retirou de nós o Seu amor.

O próprio Jesus declara que “aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece”(Jo.3:36). Ora, se sobre uns a ira de Deus permanece, é porque sobre outros ela é retirada.

O ponto que quero enfatizar é a possibilidade de Deus amar, mesmo enquanto odeia. Ele odeia aquilo em que nos tornamos, por causa do pecado, mas ama o que Ele nos criou para ser. Apesar de absolutamente odiosos, somos surpreendentemente amados.

Mesmo os réprobos são alvo do amor de Deus. Repare no que diz o salmista:“Piedoso e benigno é o Senhor, tardio em irar-se e grande amor. O Senhor é bom para todos tem compaixão de todas as suas obras” (Sl.145:8-9). Ora, se é verdade que o Senhor fez todas as coisas, “até o ímpio” (Pv.16:4), logo, Deus também o ama. Caso o contrário, não poderíamos afirmar que Ele tem compaixão de todas as suas obras.

Um exemplo disso pode ser encontrado no episódio em que Jesus é abordado por um jovem rico. O texto diz que “Jesus, olhando para ele o amou” (Mc.10:21). Não obstante, ele recusou a oferta de Jesus, e saiu triste por não querer abrir mão de suas riquezas pela vida eterna. Portanto, sobre ele permaneceu a ira de Deus.

Quando um filho meu apronta, naquele instante sinto raiva dele, mas nem por isso perco o meu amor. A diferença é que a ira é momentânea, mas o amor é eterno. O salmista diz que a ira de Deus dura só um instante, mas no seu favor está a vida (Sl.30:5).

Até quando está irado, Deus não desiste de amar. É Seu amor teimoso a razão de sobrevivermos à Sua justa ira. O profeta Habacuque conclui que mesmo na ira, Deus se lembra da misericórdia (Hc.3:2). E é justamente por isso que não somos consumidos. Enquanto Sua ira, além de tardar, dura um momento, Suas misericórdias se renovam a cada manhã.

A ira de Deus é a Sua reação ao pecado. Porém, o amor é aquilo de quê é constituído o Seu ser. Deus pode eventualmente irar-se, mas jamais deixa de ser o que é: amor. Deixar de amar seria aniquilar-se, deixar de ser Deus, negar Sua própria natureza. E a todos quanto ama, Ele os ama incondicional e eternamente.

Fonte: Blog de Hermes C. Fernandes