sexta-feira, 29 de agosto de 2014

O MEDO É CERTEZA DO MAL


O MEDO É CERTEZA DO MAL

O medo é o mal feito absoluto na alma.
O medo decorre do sentimento de fraqueza objetiva e subjetiva.
Nem sempre o medo é objetivo.
Na realidade, na maior parte das vezes, o que o medo imagina é quase sempre pior do que a coisa que se teme.
O medo é a certeza da desproteção!
Por isto aquele que teme não foi ainda aperfeiçoado no amor de Deus, posto que se alguém crê no amor absoluto e fiel de Deus, esse não tema mais nada; visto que mais absoluto do que o medo como certeza de desproteção precisa ser a certeza do cuidado do amor que cuida de medo absoluto.
Ora, o medo produz tomento...
Logo, todo aquele que vive tomado de medos, assim existe porque não se pôs em descanso na confiança absoluta no cuidado divino, ainda quando a mente queira entrar em pânico!

Caio

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Ponte Rio-Niterói (1969)

Ciência Moderna e Ateísmo Militante - 03 - Ciência e Milagres - Landmark

terça-feira, 26 de agosto de 2014

O LAVADOR DE ALMAS



Acabo de ver o filme que em português ganhou o nome de “O Lavador de almas”, e que trata da história real de Albert Pierrepoint, que viveu entre 1905 e 1992, e foi o mais famoso membro da família de Yorkshire, a qual forneceu três gerações de Chefes de Execuções da Inglaterra.


No total Pierrepoint executou por enforcamento, em nome da Inglaterra, de modo oficial, mais de seiscentas pessoas, entre 1932 e 1955.

Além de excelentes performances artísticas dos atores e atrizes, o filme é tragicamente belo por revelar o processo psicológico de tentativa de isenção de um “carrasco” que acreditava que seu “trabalho” poderia ser “deixado fora dele”. Ou seja: fora de sua própria mente e coração.

Além disso, o filme mostra como o “Estado” tem um papel de corrente de transferências de responsabilidade diabólica. Assim, quem julga e decide a pena, dorme “em paz”; e quem a “executa”, também “dorme em paz”.

É a mesma psicologia dos que são contra a morte de uma galinha, mas adoram comer uma “coxinha”.

Também é evidenciada no filme a força perversa da mídia, a qual, quando interessa, promove o indivíduo, e, quando ele não interessa à venda de notícias, o mata sem deixá-lo morrer aos olhos do público.

Pode-se ver também como as mudanças sociais (as quais fazem o que é louvado hoje ser abominado amanhã) sempre focam seu alvo de ódio (uma vez havendo a mudança de paradigma “moral”) na parte final do processo. Ou seja: naquele que torce o pescoço da galinha.

O que é forte ante a percepção é o processo de suposta isenção que uma corrente de “diluição de responsabilidades” pretende produzir na mente dos implicados. Afinal, “it only my job” — diz cada ser humano membro da cadeia de eventos.

O problema é que a alma não acredita nisso, e, mais cedo ou mais tarde, cobra seu próprio pagamento pela execução dos trabalhos de auto-aniquilamento da consciência individual.

O filme é muito útil a todo aquele que julga que na engrenagem da maldade, a consciência pode ter paz pela suposta auto-justificação de que aquele ato é apenas a seqüência de um processo decisório sem pai e sem mãe éticos.

Na realidade, de um modo ou outro, todos nós fazemos parte de uma engrenagem de morte que, de tão difusa, nos apresenta um cenário psicológico que viaja do ente Absoluto que é o “Estado” (sem pai, sem mãe e sem densidade individual), até o executor físico das medidas, as quais, são por ele praticadas com a suposta isenção que diz: “Isto é apenas um negócio. Portanto, não é nada pessoal”.

O Juiz que decidiu o faz mediante a frieza da Lei, e, no fim do processo, o executor o faz crendo na responsabilidade do Estado. Assim, se crê que ninguém fez mal a ninguém (ou matou ninguém), mas apenas cumpriu seu papel numa cadeia cheia de elos sem responsabilidade individual existente em qualquer deles; pois, de fato, a responsabilidade primeira e final é da Lei e do Estado, ambas as coisas intangíveis para a percepção do indivíduo.

A alma, todavia, não está sujeita à Lei dos Homens, pois, é dotada de uma Lei mais profunda, a qual, jamais está de todo submissa à Moral das circunstâncias e dos acordos da Sociedade (outro ente imaterial, porém, carregado de responsabilidade intangível).

De fato, Deus colocou Sua Lei no coração do homem, e, em oposição sistemática a ela ninguém mantém a sanidade, mesmo que se diga amparado pela Lei Moral criada pelos caprichos ou passageiras compreensões da Maioria.

Os auto-enganos elaborados pela mente na busca de auto-justificação têm poder relativo, e, com o passar do tempo, nada mais funciona quanto a aplacar a verdade que habita o interior humano — ainda que por vezes tal prevalência da verdade do ser contra a moral humana ou contra a Lei da civilização, leve anos para acontecer.       

Ninguém quer fazer o trabalho sujo. Ninguém quer torcer o pescoço da galinha. Assim, o que decide o faz baseado na culpabilidade do acusado segundo a Lei; e quem executa a ordem o faz fundado na responsabilidade de quem mandou que ele assim fizesse, segundo a Lei.

A alma, entretanto, não consegue existir para sempre sob os sacrifícios de “bodes e touros”, e, ao final, levanta-se como carrasco daquele que violou a Lei do Coração.

Alias, o próprio Albert Pierrepoint desenvolveu seus próprios ritos de auto-justificação. Pois, cria que uma vez mortas, aquelas pessoas por ele executadas em nome do Estado, estavam inocentes, posto que pela morte haviam pagado seus próprios pecados contra o próximo. Desse modo, ele tratava os corpos com a delicadeza litúrgica com a qual um padre trata a hóstia em solenidade eucarística.

Até o dia em que Albert começa a executar os que dizem com a boca e os olhos que são inocentes.

Até o dia em que seu talento de executor é celebrado pelas autoridades inglesas, desejosas de dar ao mundo um espetáculo de firmeza-limpa, e pedem ao “carrasco” que vá à Alemanha executar oficiais do alto escalão Nazista, após a guerra. Lá ele começa a surtar sob imenso auto-controle exterior...

Até que seu único amigo mate a amante e ele tenha que passar à volta do pescoço do companheiro de diversão a maldita corda da forca. E isso enquanto o amigo agradece a ele...

Então, vêm os remorsos, as culpas, os pesadelos e as angustias. E, sobretudo, vêm as auto-punições. Sim! Chega a hora da consciência violada pelo “Direito” se tornar o carrasco de si mesma.

Um dia Albert Pierrepoint teve a coragem (ainda que a principio auto-enganada) de por um fim na história de sua família de carrascos. E, em razão de tal decisão, provavelmente tenha dado a si mesmo a chance de grande longevidade, pois viveu mais 40 anos, tendo morrido com mais de 90 anos de idade, em 1992.

As grandes lições do filme são essas aqui mencionadas, e nenhuma delas é coisa de somenos importância para a consciência humana.


Caio

Fonte: Site do Caio Fábio

Ciência Moderna e Ateísmo Militante - 01 - Limites da Ciência Moderna ...

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Deus está morto... de vergonha!



Por Hermes C. Fernandes


Ontem levei meus filhos para assistir ao filme "Deus não está morto". Propositadamente, preferi sentar-me longe deles, algumas filheiras atrás, deixando-os à vontade para apreciar a película e depois emitir sua opinião. A sala que comportava 163 pessoas estava praticamente lotada, sendo perceptível, pela reação do público, que a maioria ali era cristã. Devo admitir que certamente teria deixado o cinema sentindo-me bem constrangido diante de uma plateia não cristã. 

O filme conta a história de um rapaz cristão que se nega a escrever uma frase que seu professor de filosofia ordenou que todos escrevessem numa folha de papel e a entregasse assinada. Diante de sua recusa em escrever "Deus está morto", seu professor o desafia a apresentar uma defesa consistente acerca da existência de Deus. Abandonado pela namorada que o acusou de estar comentendo um suicídio acadêmico, o rapaz topa o desafio por sentir-se chamado por Deus para defendê-lo naquela universidade.

Os argumentos que ele usa são, de fato, bem fraquinhos e facilmente rebatidos. Mas audiência desconhece isso, e vibra a cada assalto. Fica evidente que o objetivo do estudante é provar que o professor estava errado, desbancando-o diante da turma. 

Ora, para início de conversa, Deus não está contratando advogados. Em vez disso, Ele prefere recrutar testemunhas para que deponham acerca do Seu amor e não que defendam Sua existência. Por mais convincentes que pareçam nossos argumentos, sempre haverá um contrargumento a eles; somente o amor é capaz de calar até a mais elequente argumentação. Ademais, nada é mais contraproducente do que ficar procurando frestas na lógica de um oponente, a fim de sobrepujá-lo. A única arma capaz de perfurar sua armadura é o amor. 

Por que Deus não Se mostra? Por que não rasga o céu e diz: Ei! Estou aqui! Estão me vendo? Parem de duvidar de minha existência!

Se Deus estivesse interessado em provar Sua existência, Ele simplesmente aparecia para o mundo inteiro em rede nacional e em horário nobre. Em vez disso, Ele preferiu provar o Seu amor expondo-se vergonhosamente numa rude cruz.

Tudo parece indicar que Ele não seja muito afeito a espetáculos. Sua desconcertante discrição é uma prova de Seu amor por seres tão ávidos de atenção como nós. 

Entrar numa discussão sobre a existência de um Ser superior que teria criado todas as coisas é uma enorme perda de tempo, pois estaríamos nos submentendo aomodus operandi do mundo, onde o que vale é ter razão. O evangelho se põe na contramão de tudo isso. Para Deus, o que vale é ter amor. A razão pode esperar.

Outra coisa que me embrulhou o estômago no filme foi o uso e abuso dos estereótipos. Este foi o primeiro comentário que meus filhos fizeram depois de assisti-lo. Para quem já morou nos Estados Unidos como nós, e principalmente para eles que estudaram lá, nada causa maior repugnância naquela sociedade do que o preconceito. Será que todo muçulmano espancaria sua filha e a poria para fora de casa por haver se convertido ao cristianismo? Será que todo ateu é intragável como aquele professor, e ainda por cima, trata sua namorada ou cônjuge como se fosse empregada? E o que dizer do 'chinezinho', filhinho de papai? E o missionário africano cujo sonho era conhecer um parque temático? E o americano barbudo, típico "red neck" (caipira), com uma bandana da bandeira americana na cabeça, tentando provar que sua mulher, apesar de cristã, tinha uma vida digna,vestia-se como uma dama, usava salto alto, enquanto ele fazia fortuna com suas invenções para caçar patos? Qualquer um que conheça bem a cultura americana percebe o tom político/ideológico do filme (republicano!). Não rompemos com os estereótipos que tentam nos impor simplesmente estereotipando a outros.

Usou-se de maneira aberta argumentos filosóficos, científicos, e, de maneira subliminar, passou-se a visão americana de vida (american way), mas em momento algum falou-se de amor. A não ser em frases de efeito do tipo "Jesus te ama!". Houve até uma defesa do livre-arbítrio para tentar salvaguardar a soberania divina do ataque de quem acusa Deus de ser responsável pelo mal no mundo. 

A "queda-de-braço" entre Deus e o professor termina com ele atropelado quando ia a um show gospel à procura de sua ex-namorada. Agora, impotente, estirado no asfalto, ele teria que reconhecer na marra quem era o maioral. Deus já havia feito com que o motor do carro que levaria o missionário africano e seu colega americano ao parque de diversões falhar por diversas vezes, para que naquele momento pudessem conduzir o pobre moribundo a se dobrar ante a soberania de Deus, rendendo-se a Ele antes de partir. 

Eu podia ouvir comentários de irmãos que deixavam escapar um "bem-feito!" diante daquela cena. "Quem mandou brincar com Deus, seu prepotente idiota?" Minha vontade era de me levantar e ir embora do cinema. Chocado com a reação dos crentes, torci para que não houvesse ali nenhum 'incrédulo' para escandilizar-se com tamanha demontração de amor. 

Cheguei à conclusão de que Deus deve estar realmente morto... morto de vergonha. Um filme panfletário, recheado de ideologia, promovendo, entre outras coisas, a famigerada indústria gospel americana e colocando os cristãos entrincheirados contra a ciência. 

O que Deus espera de nós, afinal? Vivemos numa sociedade cada vez mais indiferente às demandas do evangelho. Como reagir? A maioria de nós imagina que o que agradaria a Cristo seria nos levantar em Sua defesa. Ledo engano. Pergunta a Pedro como ele se sentiu ao ser repreendido por Jesus diante de seus colegas e dos soldados que O prendiam, por haver desembainhado sua espada para defendê-Lo. O que ele queria era arrancar a cabeça do soldado e não decepar sua orelha.  Sabe por que Pedro errou a pontaria? Porque seus olhos estavam cheios de remela. É só voltar a fita para flagrá-lo dormindo enquanto Jesus soava sangue. Agora queria bancar uma de herói. Mete a espada na bainha, Pedrão! Quem com ferro fere, com ferro será ferido. O que Jesus espera de nós hoje, era o mesmo que esperava dos discípulos que infelizmente adormeceram enquanto Ele sorvia o cálice que Lhe era destinado. Mas o que foi que eles lhe deram? Apatia! E o que é que temos dado hoje? A mesma apatia. Não nos importamos com os que sofrem ao nosso redor. Não damos a mínima para as vítimas das injustiças, das tragédias, dos vícios. Estamos mais preocupados em provar que temos a razão. O mundo inteiro está errado! Somente nós temos a razão. Somos os detentores da verdade! De fato, há razão de sobra e paixão de menos. Cristo não precisa de quem O defenda. Mas busca quem defenda o oprimido, o excluído, o miserável. E quem sair em defesa destes, será como se saísse em defesa do próprio Deus. O resto não passa de espetáculo circense. 

Todos que me acompanham sabem o quanto gosto de cinema. Eis aí um filme que não recomendaria a ninguém. Encontrei muito mais do espírito do Evangelho em filmes como "Os miseráveis", "Nárnia", e até em "O Senhor dos Anéis". Se gostou do que viu, quem sou eu para discutir seu gosto. Mas espero ter contribuído para sua reflexão acerca dos valores passados nas entrelinhas desta obra. 

P.S.: Coincidentemente, em seu primeiro dia de aula na Universidade Federal Fluminense, meu filho Rhuan se viu desafiado pelo professor de Filosofia, juntamente com os demais alunos, a escrever uma frase semelhante negando a existência de Deus numa folha de papel em branco, assinar e entregá-la. Meu filho pegou sua folha e começou a escrever sua defesa da existência de Deus. Quando já se preparava para entregar, quem se fazia passar por professor de Filosofia anunciou: Isso aqui é um trote! Rhuan me confessou que respirou fundo, amassou o papel e livrou-se dele disfarçadamente. Espero que este filme não estimule nossos jovens a embates desta natureza. Passei por coisas semelhantes quando jovem e posso afiançar que não vale a pena. Quase apanhei de nove colegas por defender minha fé. Tive que me abrigar atrás do balcão de uma farmácia. À época, senti-me orgulhoso por ter "sofrido por amor a Cristo". Hoje vejo que sofri por não querer abrir mão de ter razão.

Fonte: Blog do Hermes C. Fernandes 


História da Filosofia I - 04 - Xenófanes e Heráclito - Landmark

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Experiência da Fenda Dupla

PARA QUEM DIZ O QUE DEUS SABE E O QUE DEUS NÃO SABE!





Estou vendo todos os dias o que já não existe, mas que para mim parece ser ainda real.

Olho para o céu. Nele há coisas que existem ainda, como o sol, a lua, os planetas e bilhões de galáxias, enquanto vejo também um monte de corpos celestes que já morreram, que viraram poeira cósmica há milhões ou até bilhões de anos, que morreram antes de a Terra existir, mas cuja luz viaja pelo espaço cintilando desde sempre sobre nosso planeta, e, especialmente sobre a percepção sensorial dos humanos, sendo, entretanto, apenas luz viajando no espaço, anunciando a morte de uma estrela antes mesmo de nosso sistema solar haver sido criado.

Ora, quando tais estrelas morreram, nós não existíamos, e, em muitos casos, a vida como a conhecemos não existia também.

Assim, até mesmo na linearidade do tempo-espaço nós não temos nem mesmo modo de sentir tais coisas, pois, vemos muito do que já não é.

Estamos fazendo poesia para estrelas defuntas ou até já inexistentes.

Entretanto, ousamos dizer se Deus sabe, não sabe, pode ou não pode saber as coisas antes de nós...

Brincadeira!

O que é antes? Para quem?

Ora, existe antes para mim, que até a um século achava que as estrelas todas que vejo ainda estavam existentes no céu.

Mas para Deus o que é antes?

Sim! Para Ele que criou e vê a criatura dizer o que é ou não é para Deus, quando, essa criaturazinha nem pensa que quando as estrelas morriam já era antes de haver homem?

Mas o homem vê o que não existe e tenta ainda dizer o que é e o que não é em relação a Deus.

O tempo não é o mesmo para ninguém, mas apenas para Deus. O tempo existe em Deus, mas Deus não habita o tempo.

Até na dimensão básica que habitamos de tempo-espaço, o tempo não é o mesmo, pois, uma estrela morre antes de haver Terra, e, ainda assim, só ficamos sabendo quando a Civilização humana está chegando ao seu ocaso.

O tempo só seria o mesmo para o homem se o homem pudesse também ser simultâneo na percepção do espaço. Mas como o espaço não nos é simultâneo na percepção — prova disso é nossa dês-atualização em relação à morte das estrelas para nós supostamente ainda existentes — o tempo também não nos é, sendo essa a razão porque o homem somente conhece uma fagulha do tempo, do mesmo modo como é esmagado pelo espaço.

Desse modo, como discutir Deus em relação ao tempo, se, até a luz de uma estrela só me é discernível, muitas vezes, bilhões de anos após ela ter morrido?

Teólogos! Um conselho: É melhor virar astrônomo e estudar estrelas do que se arrogar a dizer o que é antes, durante e depois para Deus.

Pelas dimensões do Universo fica claro para mim que apenas para Deus existe o que chamamos de “ao mesmo tempo”.

Sim! Para Deus tudo é ao mesmo tempo!

Para mim, todavia, não. Pois, morre uma estrela e só fico sabendo bilhões de anos depois!

Quem pensa, pára de pensar bobagem!


Caio

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Morre Eduardo Campos, mas não a esperança de um Brasil diferente


Morreu o único candidato que ainda inspirava alguma mudança no cenário político nacional no próximo pleito à presidência da república. Eduardo Campos estava a bordo do Jato Cesna, prefixo PR-AFA que caiu na área urbana de Santos, litoral paulista, por volta das 10h15.


A aeronave teria deixado o Rio de Janeiro em direção à Base Aérea do Guarujá.

Soube da queda de uma aeronave em Santos por um contato do facebook, que postou que um helicóptero teria caído próximo de sua casa. Mas jamais podia imaginar quem estaria à bordo dele.

Esperamos que as autoridades investiguem a possibilidade de sabotagem na aeronave, considerando o fato de que sua candidatura era uma ameaça à continuidade do atual modelo, ferindo inúmeros interesses.

Eduardo Campos morreu na mesma data em que morreu seu avô Miguel Arraes, de quem era herdeiro político. Oremos pela família do ex-governador e dos demais que perderam entes queridos, nesse trágico acidente.

Fica a expectativa de que Marina Silva ocupe seu lugar como candidata, trazendo renovada esperança à população.


Fonte: Blog de Hermes C.Fernandes

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

#MINHABRASILIA /// CLÓVIS DE BARROS FILHO (FILÓSOFO)

Silas Malafaia, Israel e o direito de matar


Por Hermes C. Fernandes


Acabei de assistir ao pronunciamento do pastor Silas Malafaia acerca do conflito "Israel e Palestinos" e coincidentemente tratei do mesmo assunto no culto de ontem em nossa igreja. Apesar do meu amigo Danilo Fernandes, editor do Genizah, concordar 100% com o líder da AVEC, gostaria de apresentar as razões que me fazem discordar de seu posicionamento.

Silas faz coro com boa parte dos líderes evangélicos brasileiros, que por sua vez, estão afinados com o diapazão ideológico americano. 

A primeira coisa que me chamou a atenção na defesa que Silas faz dos ataques de Israel à faixa de Gaza foi dizer que, numa guerra, nenhuma reação é proporcional à ação. Portanto, Israel teria razão em lançar mísseis em escolas palestinas matando crianças inocentes para vingar a morte de três adolescentes judeus mortos por militantes do Hamas. Ora, se Israel se mantivesse fiel aos princípios esboçados na Lei do Senhor, saberia que um dos seus mandamentos diz respeito à proporcionalidade de nossas reações (olho por olho, dente por dente). E mais: um discípulo de Jesus jamais defenderia qualquer reação, uma vez que seu Mestre ensinou a amar a seus inimigos e oferecer-lhes a outra face. Partindo do argumento usado por Silas, o ataque dos EUA a Nagazaki e Hiroshima em reação ao ataque japonês a Pearl Harbor foi totalmente justificável. Enquanto 2403 pessoas morreram na base americana de Pearl Harbor, 220 mil pessoas morreram nas duas cidades japonesas (quase cem vezes mais!). Quantas crianças palestinas terão que morrer para vingar a morte dos três adolescentes judeus?

Porém, o que mais me incomodou em seu discurso pró-Israel foi a interpretação teológica dada ao fato e à posição supostamente privilegiada de Israel. 

De fato, Deus fez uma promessa a Abraão de que toda aquela terra seria dada à sua descendência (Gn.13:14-15). Esta mesma promessa foi confirmada a Isaque e a Jacó (Gn.26:2-24; 28:12-14). Todavia, Deus estabeleceu condições para que seus descendentes tivessem o direito de posse da terra. Se não as cumprissem, a terra os vomitaria e eles seriam espalhados entre as nações (Lv.20:22; 26:14-15, 27-28, 32-33). Portanto, a Diáspora Judaica nada mais é do que o cumprimento das sanções impostas por Deus a Israel, se seu povo não guardasse os seus mandamentos. Ainda mais grave do que rejeitar a Lei do seu Deus, os judeus também rejeitaram o Messias prometido. Portanto, a aliança entre Deus e eles foi quebrada. 

Entretanto, há promessas bíblicas de que Israel retornaria à sua terra. E com base nessas promessas, surgiu o movimento sionista. Sionismo é um movimento político e filosófico que defende a existência de um Estado nacional judaico independente e soberano no território onde historicamente existiu o antigo Reino de Israel. O sionismo é também chamado de nacionalismo judaico e historicamente propõe a erradicação da Diáspora Judaica, com o retorno da totalidade dos judeus ao atual Estado de Israel.  O termo "sionismo" é derivado da palavra  “Sião”, nome de uma das colinas que cercam a chamada Terra Santa. Durante o reinado de Davi, Sião se tornou sinônimo de Jerusalém. Em inúmeras passagens bíblicas, os israelitas são chamados de "filhos (ou filhas) de Sião".

O que este movimento parece ignorar é que para que Israel retornasse à sua terra, algumas condições precisariam ser preenchidas. Dentre elas, a mais importante é a conversão dos judeus.
“Porque, em vos convertendo ao Senhor, vossos irmãos e vossos filhos acharão misericórdia perante os que os levaram cativos, e tornarão a esta terra; porque o Senhor vosso Deus é misericordioso e compassivo, e não desviará de vós o seu rosto, se vos converterdes a ele.” 2 Crônicas 30:9
Portanto, o atual Estado de Israel, fruto de um arranjamento político da ONU, nada tem a ver com o cumprimento da promessa de Deus de que seu povo retornaria à sua terra. E a prova disso é que não houve conversão. E converter-se a Deus é acolher a única oferta de salvação possível: JESUS CRISTO. Por isso os apóstolos eram tão enfáticos ao testificar que "tanto a judeus como a gregos devem converter-se a Deus com arrependimento e fé em nosso Senhor Jesus" (At.20:21). À parte de Cristo, todo judeu está tão perdido quanto qualquer gentio. 

Paulo diz que eles eram os ramos naturais da oliveira (Abraão), mas devido à sua incredulidade e desobediência, foram quebrados e em seu lugar, nós, os que cremos dentre os gentios, fomos enxertados. Até que se convertam ao evangelho, eles são judeus apenas na carne, mas não na fé que teve seu patriarca. A igreja é, por assim dizer, a continuação do verdadeiro Israel. A árvore é a mesma, os ramos que foram substituídos. 

Ademais, a promessa de que os judeus retornariam à sua terra foi cumprida quando deixaram o cativeiro babilônico e voltaram para Jerusalém nos dias de Esdras e Neemias. Porém, por terem se mantido rebeldes, foram mais uma vez espalhados pelo mundo quando Jerusalém foi destruída pelo exército romano no ano 70 d.C. sob o comando de Tito.

A aliança feita com Abraão não caducou, mas foi devidamente cumprida em Jesus, seu Descendente (Gl.3:16). E os que são de Cristo são os verdadeiros descendentes de Abraão (Gl.3:29). De acordo com o próprio Jesus, o reino foi tirado dos judeus e entregue a outro povo, a saber, a Sua igreja, reunião de judeus e gentios que creem em Seu nome (Mt.21:43). 

E mesmo que Israel continuasse a ser o povo da aliança, conforme cre Silas, isso não lhe daria o direito de agir da maneira como tem agido, tirando a vida de milhares de civis inocentes. Deus não lhes deu o direito de matar. Nem a eles, nem ao Hamas, nem aos palestinos, nem aos EUA, nem a quem quer que seja. 

Ainda segundo o pastor Silas, quem se levanta contra a política Israelense corre o risco de ser amaldiçoado por Deus. Ora, ora... A bênção de Abraão a que ele se refere (abençoarei aos que te abençoarem e amaldiçoarei aos que te amaldiçoarem) está sobre seus verdadeiros descendentes, aqueles que seguem suas pegadas de fé, recebendo a oferta de salvação feita em Cristo Jesus. E por favor, não confundam isso com antissemitismo. Faço coro com Paulo que diz que seu desejo era que seus compatriotas fossem salvos. Amo os judeus. Como também amo os palestinos. Oro por Jerusalém. Como também oro por Gaza. E não é porque desejo prosperar, mas pelo simples fato de amar ao que Ele igualmente ama. Porém, este amor não me faz cego ante as arbitrariedades cometidas pelo Estado Israelense. 

Se Israel tem o direito de existir como Estado, os palestinos também tem o mesmo direito. Só haverá paz consistente e verdadeira quando houver justiça. E só haverá justiça quando houver amor. O salmista diz poética e profeticamente que a misericórdia e a verdade devem se encontrar e a justiça e a paz devem se beijar (Sl.85:10). Sem que isso aconteça, o máximo que teremos são tréguas momentaneas, seguidas de conflitos ainda mais severos. 

A questão é: quem será o cupido que promoverá este encontro? Em que cenário se dará o tal beijo? Será no jardim da Casa Branca? Ou quem sabe no pátio do Templo de Salomão... Não! A paz deve ser selada na ambiência do coração. E o cupido que deve promover o encontro não é algum presidente americano, mas ninguém menos que a igreja de Cristo. 

A igreja deve agir como agência reconciliadora entre os povos, e para tal, não pode posicionar-se ao lado de uns contra outros, como fez o meu colega Silas. Deus nos confiou o ministério da reconciliação (2 Co.5:18-19; Ef.2:14-16). Em vez de alimentar discórdias, devemos nos posicionar pela justiça, pela verdade e pela paz. 

Não ouso questionar a sinceridade de Silas, pois reconheço que seu discurso é eco do que tem sido ensinado à igreja desde o surgimento da teologia dispensacionalista. Porém, recuso-me a ficar calado, consentindo com os equívocos desta teologia. 

Que assim como Jesus, que caminhou por Jerusalém durante os dias em que Israel estava sob a tirania romana, preguemos o dever de se oferecer a outra face em vez de o direito de revidar ao ataque dos inimigos. 

Fonte: Blog Hermes C.Fernandes

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

EU, O MENINO, O HOMEM E NÓS!



Quando eu era menino sentia como menino, e, por isto, como menino, eu era o boy até poder virar Tarzan.

Quando eu era menino, pensava como menino, por isto olhar pelos buraquinhos de madeira da casa dos vizinhos pobres, para ver as moças das casas se banhando nuas, era o que o menino poderia fazer até que poder dar banhos nelas.

Quando eu era menino cria que apesar do Pelé [...] o Gérson era o melhor do mundo, até ver que o melhor do mundo é o de cada geração.

Quando eu era menino jovem as louras eram pra exibir, a morenas para degustar e as brancas normais e belas para passear, até que descobri que era tudo a mesma coisa...

Quando eu era menino Deus me amava e eu não sabia o porque. Até que entendi quando homem que quando menino eu tinha razão, pois não há sequer um porque e nem por quê a ser destinado a Deus. Salve menino!

Quando era menino não sabia que a salvação do homem estava no Menino e na criança.

Quando eu era menino eu queria ser logo homem. Quando homem lembrei do menino com gratidão. Então, bem devagar, esqueci o menino e me perdi nas florestas dos adultos sem alma e sem a religião do é, mas apenas a do que pode ser...

Há coisas de menino a serem “desistidas” e há coisas de menino nunca a serem desistidas.
Quando homem desisti de tudo de menino...

“Ah, por favor”, gritou minha alma, “tudo não!...”

E o olhar? E o sentir leve? E a fé simples? E a confiança? E a humildade de pedir ajuda? E rapidez no passar do choro ao riso? E a brincadeira séria como guerra e a guerra séria como uma brincadeira? E a desamargura? E o perdão simples como jogar bola?

Hoje, menino e homem se reconciliaram. Andam juntos. Conversam. Trocam. Se iluminam. Gargalham.

O menino se vê no homem!

O homem se admira que já estivesse pronto no menino!

Entre o homem e o menino... — Deus, pai, mãe, amigos, mulher, filhos, inimigos, tempo e tempo, dor e dor, fé e fé —; sim, entre o homem e o menino tudo o que coube entre o menino e o homem para o bem.

Eu menino me respeito. Eu homem tenho o maior carinho por aquele menino que se fez eu em mim em Cristo.

Nele,

Caio

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O Templo de Mamom (Ops, Salomão) e o legado dos poetas


Uma rápida retrospectiva de um Julho com cara de Agosto



Por Hermes C. Fernandes

Hoje começa o mês de Agosto, geralmente identificado como um mês de desgostos. A impressão que se tem é que tudo de ruim que poderia ocorrer neste novo mês, ocorreu antecipadamente no mês cujo nome é dedicado a Júlio César, fundador do império romano. 

Poetas no deixaram. Aviões caíram. Israel protagonizou cenas de horror em Gaza, matando centenas de civis inocentes, inclusive crianças. E como se não bastasse tanta desgraça, inaugurou-se em São Paulo o Templo de Mamom. Por favor, não o chamem pelo nome do sábio rei autor de Eclesiastes e de Provérbios. Seria um ultraje à sua sabedoria.

O mundo parece ter enlouquecido. 

Como se não bastasse costurar o véu rompido no momento em que Cristo expirou, Macedo reconstrói o templo, lugar de sacrifício, anulando, assim, a nova aliança em que o único templo de que Deus dispõe é o Seu povo. Lamentável. Um ultraje ao sangue do Justo.

Quem diria que aquele rapaz que ficava em pé atrás da bateria que eu tocava quando tinha apenas 6 anos, se tornaria neste mega-empresário da fé? Quem poderia supor que ele aproveitaria o que aprendera de meu pai para construir um templo/monumento réplica do construído pelo sucessor de Davi? Será que isso deveria entrar na conta de meu pai? Seria ele o responsável por esta aberração? Responsabilizá-lo seria como responsabilizar Daniel pela estátua construída por Nabucodonosor. Revelar e interpretar o sonho não o fez cúmplice daquela insanidade. Assim como Jesus não é responsável pela hidra em que se tornou o cristianismo, nem Maria e os santos culpados pelo culto prestado a eles. 

Do mesmo lugar de onde Macedo saiu para fundar a IURD, Deus tem levantado um povo com uma visão diametralmente inversa à dele, que se nega a enxergar o mundo como um palco para suas performances circenses, preferindo enxergá-lo como oportunidade para demonstrar o amor de Deus em gestos de misericórdia e solidariedade.

Semelhantemente, não se pode culpar Abraão e demais patriarcas por aquilo em que Israel se tornou, uma máquina de guerra. 

Não temos controle sobre o que farão com o que houvermos ensinado depois que partirmos. Nossas palavras poderão ser pinçadas de seus contextos e torcidas a ponto de dizer exatamente o que pretendíamos combater. 

Macedo não durará para sempre. Mas sua obra faraônica, caso não seja demolida, poderá se manter de pé por séculos, abrigando seus restos mortais e servindo de monumento à sua extraordinária capacidade de gestão eclesiástica. Pena que a use para um desserviço à causa do reino de Deus.

João Ubaldo, Ariano Suassuna e Rubem Alves, os poetas que perdemos recentemente, ao que tudo indica, nada deixaram construído, porém, legaram-nos palavras que ainda ecoarão por milênios. O templo erguido por Salomão sucumbiu por mais de uma vez. Porém, as palavras que nos deixou registradas nos dois livros atribuídos à sua autoria, acompanharão a humanidade até o fim dos tempos. 

Apesar de não ter assentado um único tijolo, Jesus foi a pedra angular sobre a qual o reino de Deus é erigido entre os homens.