terça-feira, 29 de julho de 2014

A Química do Amor e a Fotossíntese da Árvore da Vida



Por Hermes C. Fernandes


Somos ramos da Árvore da Vida que é Cristo, plantados à margem do Rio da Vida, o Espírito Santo, e nosso objetivo é duplo: produzir frutos para Deus, e remédio para as nações através de nossas folhas (Ez.47:12). Sempre que me deparava com essa passagem em Ezequiel, me perguntava em que sentido nossas folhas curariam as nações.

Para que servem as folhas de uma árvore, afinal? Para produzir o oxigênio. Isso se dá através de um processo conhecido como fotossíntese.

Para que esse processo ocorra, é necessário a atuação de três agentes: o sol, com a sua luz (foton); o gás carbônico produzido por todos os que respiram, e que é considerado nocivo para nós mesmos; e as folhas, com seu poder de processar esse gás carbônico, devolvendo-o à atmosfera em forma de oxigênio.

Interessante essa analogia... Recebemos de Deus o bem, mas por causa de nossa natureza caída, o bem passa por nós, e transforma em algo nocivo aos nossos semelhantes e a nós mesmos. Recebemos da natureza o oxigênio, que depois de passar por nós, se transforma em gás carbônico. Nossa natureza caída transforma remédio em veneno, vida em morte, amor em ódio, justiça em vingança.

Não precisamos nos esforçar para isso. Está em nossa natureza. Por isso, Paulo dizia: "Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum. Com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem" (Rm.7:18).

Deus, em Sua infinita sabedoria, plantou no meio do Seu Jardim (humanidade) a Árvore da Vida. Aos nos convertermos a Ele, tornamo-nos ramos dessa árvore. E nossa suprema missão é reverter esse quadro danoso, esse círculo vicioso de ódio, rancor e vingança.

Mas não podemos fazê-lo sozinho. Não é na força de nosso braço. Como diz a Escritura, não é por força, nem por violência, pelo Espírito. Lá fora está o Mundo sem Deus, a humanidade caída, produzindo males para si mesma. Nosso papel, como Igreja de Cristo, é romper com o ciclo da maldade, e transformar o mal que recebemos em bem.

Como se dará essa "química"? Como processá-la? Que misteriosa alquimia é esta, capaz de transformar "ferro velho" em ouro?

Sozinhos? Impossível! E é aí que entra o único que pode produzir a síntese perfeita: Deus.

Tal qual o Sol na fotossíntese, é o Pai Celestial que origina todo o processo. Como vimos, a Árvore da Vida é Cristo, do qual somos ramos. As folhas representam a manifestação da natureza divina em nós, capaz de transformar o mal recebido em bem.

A Igreja de Cristo é como um poderoso reator, capaz de processar todo mal que recebe, e devolvê-lo ao mundo em forma de perdão e amor.
"Abençoai aos que vos perseguem; abençoai, e não amaldiçoeis (...) A ninguém torneis mal por mal (...) Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem." Romanos 12:14,17a,21
"Não pagueis mal por mal, nem injúria por injúria. Pelo contrário, bendizei, porque para isso fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança (...) Tende uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom procedimento em Cristo. Melhor é que padeçais fazendo o bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo o mal." 1 Pedro 3:9,16-17
E é assim que o bom perfume de Cristo é extraído de nós, e exalado no mundo. Em vez de questionarmos a razão de sofrermos, devemos receber a injustiça, e devolvê-la ao mundo em forma de amor. E será assim que o mundo passará por aquilo que chamo de amorização. A Terra se encherá do conhecimento de Deus, e a fragrância de Seu amor reunirá todos os povos ao redor do Trono da Graça.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

O Deus Jardineiro


Por Rubem Alves


Um amigo me disse que o poeta Mallarmé tinha o sonho de escrever um poema de uma palavra só. Ele buscava uma única palavra que contivesse o mundo. T.S. Eliot no seu poema O Rochedo tem um verso que diz que temos "conhecimento de palavras e ignorância da Palavra". A poesia é uma busca da Palavra essencial, a mais profunda, aquela da qual nasce o universo. Eu acho que Deus, ao criar o universo, pensava numa única palavra: Jardim! Jardim é a imagem de beleza, harmonia, amor, felicidade. Se me fosse dado dizer uma última palavra, uma única palavra, Jardim seria a palavra que eu diria."(Clique aqui para você ler um texto sobre jardins)

Depois de uma longa espera consegui, finalmente, plantar o meu jardim. Tive de esperar muito tempo porque jardins precisam de terra para existir. Mas a terra eu não tinha. De meu, eu só tinha o sonho. Sei que é nos sonhos que os jardins existem, antes de existirem do lado de fora. Um jardim é um sonho que virou realidade, revelação de nossa verdade interior escondida, a alma nua se oferecendo ao deleite dos outros, sem vergonha alguma... Mas os sonhos, sendo coisas belas, são coisas fracas. Sozinhos, eles nada podem fazer: pássaros sem asas... São como as canções, que nada são até que alguém as cante; como as sementes, dentro dos pacotinhos, à espera de alguém que as liberte e as plante na terra. Os sonhos viviam dentro de mim. Eram posse minha. Mas a terra não me pertencia.

O terreno ficava ao lado da minha casa, apertada, sem espaço, entre muros. Era baldio, cheio de lixo, mato, espinhos, garrafas quebradas, latas enferrujadas, lugar onde moravam assustadoras ratazanas que, vez por outra, nos visitavam. Quando o sonho apertava eu encostava a escada no muro e ficava espiando.

Eu não acreditava que meu sonho pudesse ser realizado. E até andei procurando uma outra casa para onde me mudar, pois constava que outros tinham planos diferentes para aquele terreno onde viviam os meus sonhos. E se o sonho dos outros se realizasse, eu ficaria como pássaro engaiolado, espremido entre dois muros, condenado à infelicidade.

Mas um dia o inesperado aconteceu. O terreno ficou meu. O meu sonho fez amor com a terra e o jardim nasceu.

Não chamei paisagista. Paisagistas são especialistas em jardins bonitos. Mas não era isto que eu queria. Queria um jardim que falasse. Pois você não sabe que os jardins falam? Quem diz isto é o Guimarães Rosa: "São muitos e milhões de jardins, e todos os jardins se falam. Os pássaros dos ventos do céu - constantes trazem recados. Você ainda não sabe. Sempre à beira do mais belo. Este é o Jardim da Evanira. Pode haver, no mesmo agora, outro, um grande jardim com meninas. Onde uma Meninazinha, banguelinha, brinca de se fazer Fada... Um dia você terá saudades... Vocês, então, saberão..." É preciso ter saudades para saber. Somente quem tem saudades entende os recados dos jardins. Não chamei um paisagista porque, por competente que fosse, ele não podia ouvir os recados que eu ouvia. As saudades dele não eram as saudades minhas. Até que ele poderia fazer um jardim mais bonito que o meu. Paisagistas são especialistas em estética: tomam as cores e as formas e constroem cenários com as plantas no espaço exterior. A natureza revela então a sua exuberância num desperdício que transborda em variações que não se esgotam nunca, em perfumes que penetram o corpo por canais invisíveis, em ruídos de fontes ou folhas... O jardim é um agrado no corpo. Nele a natureza se revela amante... E como é bom!

Mas não era bem isto que eu queria. Queria o jardim dos meus sonhos, aquele que existia dentro de mim como saudade. O que eu buscava não era a estética dos espaços de fora; era a poética dos espaços de dentro. Eu queria fazer ressuscitar o encanto de jardins passados, de felicidades perdidas, de alegrias já idas. Em busca do tempo perdido... Uma pessoa, comentando este meu jeito de ser, escreveu: "Coitado do Rubem! Ficou melancólico. Dele não mais se pode esperar coisa alguma..." Não entendeu. Pois melancolia é justamente o oposto: ficar chorando as alegrias perdidas, num luto permanente, sem a esperança de que elas possam ser de novo criadas. Aceitar como palavra final o veredicto da realidade, do terreno baldio, do deserto. Saudade é a dor que se sente quando se percebe a distância que existe entre o sonho e a realidade. Mais do que isto: é compreender que a felicidade só voltará quando a realidade for transformada pelo sonho, quando o sonho se transformar em realidade. Entendem agora por que um paisagista seria inútil? Para fazer o meu jardim ele teria que ser capaz de sonhar os meus sonhos...

Sonho com um jardim. Todos sonham com um jardim. Em cada corpo, um Paraíso que espera... Nada me horroriza mais que os filmes de ficção científica onde a vida acontece em meio aos metais, à eletrônica, nas naves espaciais que navegam pelos espaços siderais vazios... E fico a me perguntar sobre a perturbação que levou aqueles homens a abandonar as florestas, as fontes, os campos, as praias, as montanhas... Com certeza um demônio qualquer fez com que se esquecessem dos sonhos fundamentais da humanidade. Com certeza seu mundo interior ficou também metálico, eletrônico, sideral e vazio... E com isto, a esperança do Paraíso se perdeu. Pois, como o disse o místico medieval Angelus Silésius:
Se, no teu centro
um Paraíso não puderes encontrar,
não existe chance alguma de, algum dia,
nele entrar.

Este pequeno poema de Cecília Meireles me encanta, é o resumo de uma cosmologia, uma teologia condensada, a revelação do nosso lugar e do nosso destino:
"No mistério do Sem-Fim,
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro:
no canteiro, urna violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-Fim,
a asa de urna borboleta."

Metáfora: somos a borboleta. Nosso mundo, destino, um jardim. Resumo de uma utopia. Programa para uma política. Pois política é isto: a arte da jardinagem aplicada ao mundo inteiro. Todo político deveria ser jardineiro. Ou, quem sabe, o contrário: todo jardineiro deveria ser político. Pois existe apenas um programa político digno de consideração. E ele pode ser resumido nas palavras de Bachelard: "O universo tem, para além de todas as misérias, um destino de felicidade. O homem deve reencontrar o Paraíso." (O retorno eterno, p 65).

Rubens Alves (Título original: Jardim)
Fonte: Blog Hermes C. Fernandes

quinta-feira, 24 de julho de 2014

QUANDO NÃO HOUVE CONSPIRAÇÃO?...


A história oficial dos humanos é a História das Conspirações.

Sim, quando a história humana se moveu sem conspirações?
No Gênesis tudo começa com uma conspiração paralela...
Uma serpente e dois humanos fazem um conluio contra a verdade de Deus...
Na seqüência vem a inspiração, não conspiração, de Caim, no objetivo de matar Abel, seu irmão...
Todos conspiram...
Sim, na casa de Noé, na casa de Abraão, na casa de Jacó, na vida dos juizes e reis de Israel... Sim, também contra profetas e gente de Deus se conspirou [...] na Bíblia.
Todas as Histórias Universais foram feitas de conspirações...
Egípcios, Hititas, Iksus, Etíopes, Caldeus, Babilônios, Medos, Persas, Gregos, tanto Ptolomeus quanto Seleucidas; Romanos, Bárbaros, Unos, Celtas, Britânicos, Gauleses, Germânicos, Portugueses, Chineses, Japoneses, Soviéticos, Alemães, Americanos, etc... — todos surgiram como poderes e, como tais, se impuseram pelas conspirações...     
Não há império sem conspiração...
Não há mundo sem conspiração...
A existência humana é uma conspiração; ou melhor: se tornou...
Hoje as conspirações são diferentes...
Os grandes conspiradores são as elites ricas e poderosas do mundo inteiro...
Além disso, há ainda os grupos secretos, cheios de gente influente, tomados de filosofias e ideologias espirituais e políticas; e que se organizam sob o manto do segredo..., o que aumenta a sensação de poder e de importância dos envolvidos nos muitos clubes de poder conspiratório...
Grupos como a Illuminati, a Skull & Bones, a Bilderberg e a CFR..., cuja missão confessada é influir na criação de uma Nova Ordem Mundial, com um Governo Mundial, associam-se a todas as organizações clássicas de influencia conspiratória, como a Maçonaria e outros... — não cessam de buscar influir...; sempre cooptando gente importante, tanto dos meios políticos, quanto empresarial, econômico, financeiro e intelectual...
Entretanto, para muitos..., tudo não passa de paranóia...
Mas era paranóia quando Hitler anunciou o que anunciou e fez o que fez...
Todos diziam: “Não é possível... Não é aceitável... Só pode ser mentira!”
Mas não era mentira...
E mais...
Hoje se sabe que a conspiração Nazista era infinitamente mais complexa do que se admitia, com coisa mais séria do que o próprio arianismo, posto que o projeto todo fosse de fato e explicitamente dedicado aos deuses pagãos, com cultos de magia negra e invocações das mais impensáveis do ponto de vista do que pudesse se conceber que entre eles fosse feito, crido e buscado como ideal para o mundo...
É claro que há muita paranóia...
Entretanto, baseado na História da Civilização, somente muita ingenuidade minha poderia gerar em mim o auto-engano de me fazer crer que na Era Pós Moderna não há mais conspiradores de elite aristocrática, como foi em toda a História Humana até aqui...
Paro por aqui hoje... Mas peço que você leia o texto que segue abaixo...

Caio

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Oração, ação, cidadania e o sonho de todos nós


Por Hermes C. Fernandes


EU TENHO UM SONHO... 

Sonho com o dia em que a igreja cristã deixará as quatro paredes e sairá às ruas clamando por justiça e paz. 

Sonho ver a liderança cristã despreocupada com os holofotes, descendo dos seus púlpitos, gastando a sola de seus sapatos juntamente com o seu povo. 

Sonho com uma igreja verdadeiramente profética, que denuncia a injustiça enquanto anuncia a boa nova do reino de Deus. Uma igreja movida por compaixão e não por interesses políticos. 

Sonho com uma igreja cujo discurso seja menos moralista e muito mais ético, engajado nas transformações sociais, que não coe mosquitos, enquanto se engasga com dromedários. 

Um gigante já acordou (BRASIL). Pena que o outro parece está acordado, mas está sonâmbulo (IGREJA).

Desperta, povo de Deus. Não é hora de demonstração de força, e sim de manifestação do amor que foi derramado em nossos corações. 

Saiamos ao encontro do Deus que se esconde no clamor do pobre, do injustiça, do discriminado e do excluído.

Orar é importante? Sem dúvida. É orando que exercemos nossa cidadania celestial. Mas a equação só está completa quando acrescentamos ação à oração. Agindo exercemos nossa cidadania terrena. Lembremo-nos que a vontade de Deus deve ser feita assim na terra como no céu.

Vozes que ecoam no céu devem reverberar nas avenidas da cidade. Joelhos que se dobram ante a soberania de Deus não podem vacilar ante às injustiças dos homens. Mãos que se estendem a Deus em louvor devem ser igualmente estendidas ao próximo em amor. 

terça-feira, 22 de julho de 2014

SE HOUVESSE AMOR NÃO HAVERIA ÓRFÃOS!



Se o amor não tivesse esfriado no coração de quase todos, com todos os meios e recursos disponíveis hoje, já não haveria uma única criança órfã na Terra.

Jesus disse que Seus discípulos teriam em muitos e incontáveis irmãos no amor e na fé —pais, mães, irmãos, irmãs, e todo o sadio séqüito parental.
Ele também ensinou que conforme o tempo, a faixa etária e fase de vida na qual cada um estivesse, cada qual deveria ser irmão, irmã, pai, mãe, avô, avó, amigo e companheiro de jornada de cada outro próximo que viesse a enxergar ou que dele ficasse sabendo existir na Terra.
Jesus ensina que se estiver ao alcance de nossa mão e possibilidade de acolher em amor, como filho, filha, amigo ou apenas um outro igual a nós, mas sem ninguém na vida, se deveria assim fazer a fim de sermos Seus discípulos.
Afinal, Jesus mesmo inaugurou na Cruz esta Era de Famílias Solidárias, quando disse que dali em diante Maria seria a mãe de João, e que João seria o filho guardador de Maria, apesar de Maria ter filhos consangüíneos e de João ter pai e mãe.
Todavia, digo que nem teríamos que pensar em todos os desabrigados adultos, drogados e prostituídos deste mundo...
Quem dera pensássemos em todos!...  
Entretanto, bastava que pelo menos pensássemos nas crianças.
E o que digo é que grande coisa é adotar, é amar uma vidinha que você não gerou na carne,e que na carne já existia com um grande problema histórico — trazendo-a para dentro de sua vida.
Conheço esse privilegio. Como e bebo esta benção há décadas. Tenho sido abençoado pelas bênçãos dessa benção. Hoje como do fruto dessa semeadura. Provo como bem aquilo que um dia, para alguns, parecia ser um bem que eu fazia a alguém, sendo que, a vida toda, daquele bem que fiz, fui sempre o maior beneficiado.
Hoje, depois de tanto tempo, continuo a ser abençoado tanto pela benção que abençoei como adoção de filho, como também me abençoa com a benção de ser abençoado pelo fruto de sua vidinha.
Se você pensa em ter filhos, tenha-os menos, e adote algum dos que já existem, porém, sem amor e cuidado.
No fim você verá que o maior beneficiado é você; posto que o amor que escolhe, sempre tende a amar a escolha como privilégio de eleição — um sentimento que tem raízes no amor de Deus por nós.
Ora, quem assim faz e o faz com amor, e em amor permanece — esse tende a entender bem melhor o amor do Pai que nos adotou em Sua família, e nos fez co-herdeiros com Seu Filho, Jesus.
Pense nisso!

Caio

domingo, 20 de julho de 2014

Ainda há gente extraordinária no mundo...


Por Hermes C. Fernandes


Ainda há pessoas extraordinárias no mundo. Porém, não se encontram entre os moralistas, mas entre os que foram e têm sido julgados. E justamente por isso, não se atrevem a julgar. Sabem exatamente o quanto dói. São compreensivas. Humanas. Sensíveis. Destilam graça por onde passam...

Ainda há pessoas extraordinárias no mundo. Gente capaz de priorizar a felicidade do outro, mesmo que jamais o tenha visto. Confidente, pois conhece a dor da exposição. Gente que não precisa se esconder atrás de um linguajar puritano. Mesmo quando fala impropriedades, deixa extravasar graça e amor. Gente que ri e faz rir. Que torna a vida mais divertida, menos estressante. Que chora sozinha porque não quer despertar pena em ninguém. Aprendeu a ser forte. Criou resistência depois de tantas decepções. Apesar disso, não ficou amarga. 

Insisto: Ainda há gente extraordinária no mundo. Que não se aproveita de nossa fraqueza. Que nos estimula a não desistir. Que nos faz enxergar as coisas de ângulos inusitados. Que não busca felicidade à custa da infelicidade alheia. Gente decente, apesar de não ser pudica. Gente que, mais do que ninguém, merece ser feliz, mas nem sempre faz questão disso. Gente que, de tão bela interiormente, acaba deixando transparecer tal beleza em seu olhar e sorriso. Gente autêntica que diz o que pensa, e pensa no que diz. Como é bom esbarrar de vez em quando com gente assim. Poder abrir o coração sem preocupar-se em ser censurado. Desnudar a alma, pensar em voz alta sem medo de que isso seja usado contra você. Pena que sejam tão raras e nem sempre próximas de nós. Espero que um dia o mundo seja povoado de gente assim. Todos seríamos mais felizes e realizados. Elas mesmas descobririam a felicidade em sua extraordinária capacidade de fazer os outros felizes.

Gente assim são anjos sem asas, de carne e osso, de riso e lágrimas, de dor e gozo. Se não existissem, teriam que ser inventadas, senão, a vida se tornaria insuportável. 

Nem é necessário que estejam próximas de nós. Basta saber que existem e o coração se enche de esperança de que o mundo tenha jeito. Gente que mesmo longe dos olhos, deve ser carregada no coração. Se tiver a sorte de tê-la por perto, não desperdice sua companhia, antes, desfrute-a e compartilhe-a com os demais ao seu redor. 

sábado, 19 de julho de 2014

"SERMÃO DOS USUÁRIOS"

"Talvez dês esmolas. Mas, de onde as tiras, senão de tuas rapinas cruéis, do sofrimento, das lágrimas, dos suspiros? Se o pobre soubesse de onde vem o teu óbolo, ele o recusaria porque teria a impressão de morder a carne de seus irmãos e de sugar o sangue de seu próximo. Ele te diria estas palavras corajosas: não sacies a minha sede com as lágrimas de meus irmãos. Não dês ao pobre o pão endurecido com os soluços de meus companheiros de miséria. Devolve a teu semelhante aquilo que reclamaste e eu te serei muito grato. De que vale consolar um pobre, se tu fazes outros cem?"



                                              São Gregório de Nissa

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Ossos do ofício: a múmia que carregamos em nossa jornada


Por Hermes C. Fernandes


A expressão “ossos do ofício” é usada comumente quando nos referimos às dificuldades de uma determinada atividade. Por exemplo: por trás de todo glamour que envolve a medicina, o contato diário que o médico tem com portadores de doenças contagiosas pode ser considerado como ossos do ofício.  

A origem desta expressão é inusitada. Diz-se que antigamente utilizava-se pó de tutano para obter o tom alvo das folhas de ofício. O tutano é uma substância encontrada no interior dos ossos e era conhecido por suas propriedades alvejantes. Como esse processo de branqueamento era lento e trabalhoso, convencionou-se chamar de “ossos do ofício” toda e qualquer atividade que oferecesse alguma dificuldade para o exercício pleno de uma profissão.

Toda e qualquer atividade tem seus "ossos". Porém, alguns desses "ossos" são completamente desnecessários. Pesos extras que carregamos nos ombros e que acabam por retardar nossas caminhada.

Quando Moisés retirou o povo do Egito, lembrou-se de que quatro séculos antes um juramento havia sido feito entre José e seus irmãos: seus ossos não poderiam ficar no Egito depois que o Senhor removesse de lá o Seu povo para introduzi-lo na terra que prometera a Abraão, Isaque e Jacó.

Se já é difícil carregar um caixão desde a capela até o túmulo, imagine ter que carregar um sarcófago egípcio bem mais pesado que um caixão por quarenta dias pelo deserto. Este era o tempo estimado da jornada entre o Egito e a Terra Prometida. O que Moisés jamais poderia supor é que, em vez de quarenta dias, a jornada duraria quarenta anos. Quantos se interessariam de ser voluntários para carregar os ossos de José? Por mais que ele tenha sido o instrumento usado por Deus para prover a subsistência daquele povo em seus primórdios, não duvido que não raras vezes alguém tenha sugerido a Moisés que largasse seus restos mortais no meio do caminho. Mas juramento é juramento. Aquela múmia teve que acompanhá-los até que atravessassem o Jordão e pisassem na terra da promessa.

De maneira semelhante, muitos têm carregado um "peso morto" durante sua peregrinação existencial. A caminhada, além de longa, se torna insuportavelmente pesada. Esses "ossos" podem representar um padrão de comportamento, resquício de nosso velho homem, que deveria ter sido sepultado juntamente com ele no batismo, porém, teima em nos assombrar. Podem ser uma palavra que ouvimos lá trás e que ainda repercute em nosso coração, minando nossas energias e sobrecarregando-nos de expectativas fantasiosas e sobrehumanas. Podem ser um paradigma que precisa ser rompido. Um vício que deveria ter sido abandonado. Um hábito que ainda não foi desarraigado. Um ciclo que se retroalimenta. Mesmo que jamais nos tire da rota, no mínimo retardará nossa caminhada.

Diferentemente de José, Miriam e Arão, ambos irmãos de Moisés que tiveram participação importante na retirada dos hebreus do Egito, morreram a caminho de Canaã, e ali mesmo, onde morreram, foram sepultados. Nenhum deles deu trabalho extra para o seu povo como o fez José. O próprio Moisés, apesar de sua liderança inquestionável, morreu também no caminho, faltando pouquíssimo para adentrarem a terra prometida. Moisés nem sequer deu trabalho para que o sepultassem. Deus mesmo o sepultou e seu túmulo jamais foi encontrado. Nenhum mausoléu foi construído em sua memória. Todavia, o legado que deixou à humanidade jamais se perderá. 

Que ninguém tenha que se ocupar de carregar o que restar de nós. Que em vez de um peso a ser carregado pelas próximas gerações, deixemos uma chama que lhes caberá manter acesa até que adentremos à era prometida. Que sejam depositárias de nossos sonhos e não de nossos ossos. Que perpetuem nossas virtudes, jamais nossos vícios, nossa paixão pelo bem comum e não nossos interesses mais vis. 

terça-feira, 15 de julho de 2014

Tem que ser muito homem...


Por Hermes C. Fernandes


Tem que ser muito homem para ter a coragem de expor seus sentimentos sem temer ser ridicularizado. Afinal de contas, homem tem que ser corajoso! Há que se ter mais coragem para dizer o que sente do que para dizer o que pensa, para expor uma emoção do que para expressar uma opinião.

Tem que ser muito homem para admitir sua fragilidade e suas limitações.

Tem que ser muito homem para conter seus desejos e paixões e direcioná-las a uma única mulher.

Tem que ser muito homem para reconhecer seus erros e pedir perdão.

Tem que ser muito homem para jamais trair uma amizade, mesmo que o amigo não lhe seja tão leal.

Tem que ser muito homem para manter sua palavra e cumprir o que prometeu, mesmo que lhe custe um grande prejuízo.

Tem que ser muito homem para correr qualquer risco a fim de fazer feliz a quem se ama.

Tem que ser muito homem para não esmorecer diante das lutas e não se render ao desânimo.

Tem que ser muito homem para manter acesa a chama da esperança mesmo em meio à mais devastadora tempestade.

Tem que ser muito homem para levar a vida com leveza e rir de si mesmo sem perder a ternura.

Tem que ser muito homem para se calar reverentemente diante de um espetáculo da natureza como um pôr-do-sol ou o canto de um passarinho.

Tem que ser muito homem para romper com os grilhões da mesmice e surpreender os que o julgavam previsível.

Tem que ser muito homem para ser firme em suas convicções, mas vulnerável em suas emoções.

Homem que é homem chama para si a responsabilidade, sem jamais deixar de ser menino, franzindo a testa ante as injustiças, mas mantendo nos olhos a pureza da ingenuidade.

A todos os meus amigos, feliz dia do homem.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

O "evangelho das vantagens" e as vantagens do Evangelho

 


Por Hermes C. Fernandes

Já foi o tempo em que a mensagem do evangelho expunha as vísceras dos interesses mesquinhos de grupos que se aproveitavam da ignorância alheia para lucrar. Com a aproximação da igreja com os poderes constituídos, o teor subversivo de sua mensagem foi prejudicado, de sorte que as eventuais perseguições sofridas deixaram de ser pelas razões originais. Se antes era perseguida por denunciar as injustiças e proclamar a chegada do reino de Deus, conclamando os homens a se arrependerem de seus maus caminhos, hoje é perseguida pelo flagrante disparate entre a mensagem original de seu fundador e sua prática abominável. A igreja deixou de ser um instrumento usado por Deus para sabotar o sistema para tornar-se numa engrenagem do mesmo.

Diferentemente de apóstolos atuais, presos por esconder dinheiro não declarado em suas bíblias, Paulo e Silas forma encarcerados por haverem libertado uma jovem que, possuída por um espírito demoníaco, seguia-os oferecendo-lhes propaganda gratuita de seu ministério. Eles se recusaram a lucrar em cima de alguém já tão explorado por religiosos inescrupulosos da cidade de Filipos. Que diferença entre eles e aqueles que hoje vivem e se locupletam da desgraça alheia!

O texto sagrado diz que “vendo seus senhores que a esperança do seu lucro estava perdida, prenderam Paulo e Silas, e os levaram à praça, à presença dos magistrados. E, apresentando-os aos magistrados, disseram: Estes homens, sendo judeus, perturbaram a nossa cidade, e nos expõem costumes que não nos é lícito receber nem praticar, visto que somos romanos” (At.16:19-21).

É claro que ninguém em sã consciência admitiria que a razão pela qual exigia a prisão de alguém seria o prejuízo sofrido. Para todos os efeitos, aqueles judeus intrometidos eram perturbadores da ordem pública. Não houve sequer quem se prestasse a testemunhar em favor deles.

De benfeitores aclamados pela população, Paulo e Silas passaram a ser vistos e tratados como inimigos de alta periculosidade. Além dos muitos açoites, foram lançados na prisão, no cárcere interior, o que equivalente ao que hoje chamamos de prisão de segurança máxima, e ainda por cima, prenderam seus pés no tronco. É assim que deve ser tratado quem ouse insurgir-se contra o sistema. Eles não roubaram ninguém. Não atentaram contra vida alguma. Apenas libertaram aquela cuja condição espiritual dava lucros absurdos a seus senhores.

Paulo e Silas tinham todas as razões do mundo para estarem amargurados, murmurando e questionando a Deus pelo castigo injusto que recebiam. Em vez disso, próximo da meia-noite, eles oravam e cantavam hinos a Deus, e, mesmo isolados dos demais, tinham a sua audiência. 

Repentinamente, sobreveio um tão grande terremoto que sacudiu os alicerces do cárcere, provocando a abertura de todas as celas e o rompimento dos grilhões e algemas. Repare nisso: todos os presos ficaram virtualmente soltos. A liberdade estava a poucos passos de atravessar o portão principal da prisão. O aparente livramento não veio só para os que oravam e louvavam, mas para todos.


O carcereiro ficou desesperado, pois sabia que se não contivesse a fuga dos prisioneiros, ele e toda a sua família seriam considerados traidores e consequentemente condenados à morte. A única maneira de evitar isso era tirando a própria vida. Se as autoridades o encontrassem morto, pensariam que os amotinados o teriam assassinado e isso certamente pouparia sua família da execução.

Na mentalidade predominante no mundo, uns ganham, outros perdem. A vitória de alguns representa o fracasso de outros. Mas na mentalidade do reino de Deus, ninguém precisa perder para outro ganhar. O bem comum está sempre acima do bem particular. Paulo e Silas podiam aproveitar o momento para fugir, sem se importarem com o que aconteceria àquela família.

Como que num lampejo, Paulo finalmente entendeu a razão pela qual Deus permitira tal injustiça sofrida por ele e seu colega. Havia ali um homem a quem Deus desejava alcançar.

No afã de impedir que ele cometesse suicídio, Paulo clamou com grande voz, dizendo: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos” (At.16:28).

Quem poderia imaginar que Paulo e Silas, presos considerados de alta periculosidade, fossem capazes de conter aquela fuga? O que conferiu-lhe tal credibilidade junto aos presos? Por que o obedeceram, abrindo mão da liberdade?

Há quem veja o terremoto como o grande milagre descrito nesta passagem. Sinceramente, para mim aquele terremoto não passou de um fenômeno natural como outro qualquer. Terremotos eram frequentes naquela região. O verdadeiro milagre foi Paulo impedir que os presos fugissem.

Aqueles homens, muitos dos quais eram presos políticos, acusados de incitar a população contra o império, ouviram as orações e canções entoadas por Paulo e Silas. Duvido muito que fossem canções como as cantadas hoje em dia em muitos círculos cristãos, que incitam sentimentos rancorosos e lustram o ego humano em vez de simplesmente expressar confiança no amor de Deus.

Uma coisa é alguém de fora vir para conter um motim dentro de um cárcere. Outra coisa totalmente diferente é o motim ser contido por um dos presos, e, justamente, por aquele que não deveria estar ali.

O terremoto não veio para libertá-los da prisão, como muitos pregadores vociferam em seus púlpitos. Se assim fosse, então, concluímos que Paulo e Silas não compreenderam a mensagem.

O que vale mais, a liberdade de centenas de homens ou a preservação da vida de um chefe de família?

A espada já estava na altura da garganta. A decisão estava tomada. Porém, Paulo não permitiu que aquele homem consumasse seu intento suicida.

Assustado, prostra-se diante de Paulo e Silas e pergunta: “Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?” (v.30). Que resposta os pregadores modernos dariam? Quantas campanhas ele teria que fazer? Em quantos “encontros” teria que ir? Quanto custaria?

Somente a falta de escrúpulos faria com que alguém se aproveitasse do momento de desespero do seu semelhante para obter algum lucro. Aquela pergunta feita às pessoas erradas custar-lhe-ia muito caro.
Paulo é curto e elegante:Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (v.31).

Só isso? Não há sacrifícios financeiros a serem feitos? Sem barganhas? Sem lugares sagrados para frequentar? Basta crer? Tem certeza disso? Então, por que a gente complica? Por que vergonhosamente burocratizamos o reino de Deus?

Já ouvi de alguns que se Jesus é o caminho, alguns ministérios são o pedágio. Triste constatação. Se Paulo e Silas dessem qualquer outra resposta, eles se assemelhariam aos que lucravam em cima daquela jovem a quem haviam libertado.

A salvação daquela família não se daria por tabela. Não é o fato de alguém ser salvo que garantirá que toda a sua família igualmente o seja. Nem será uma “palavra profética” que vai mudar isso. O texto diz que o carcereiro os tirou para fora, dando-lhes a oportunidade para que lhe pregassem “a palavra do Senhor, e a todos os que estavam em sua casa” (v.32). E tem gente achando que vai salvar sua família através de um voto mirabolante, enviando os nomes de seus familiares a um monte qualquer. Parafraseando Paulo, como serão salvos se não crerem, e como crerão se não houver quem lhes pregue o evangelho?


Que garantia há de que nossos familiares aceitarão a mensagem? Haveria alguma maneira de contribuirmos para isso?


Ora, um homem que trabalhasse naquele ofício costumava ser duro, bruto, sem muita afetuosidade. Provavelmente, sua mulher e filhos já estavam acostumados ao seu modo de ser. Lidar com presos todos os dias o deixara assim. Tão logo recebera a palavra, algo mudou em seu ser. Creio que foi isso que chamou a atenção de sua família, fazendo com que se abrisse igualmente à Palavra.

Leia atentamente o que diz o texto:


“E, tomando-os ele consigo naquela mesma hora da noite, lavou-lhes os vergões; e logo foi batizado, ele e todos os seus. E, levando-os à sua casa, lhes pôs a mesa; e, na sua crença em Deus, alegrou-se com toda a sua casa” (vv.33-34).


A família ficou impressionada. A mulher não o reconheceu. Como um homem considerado cruel por muitos agora se dispunha a cuidar de feridas que ele mesmo abrira? E não somente isso: ele também fez questão de lhes pôr a mesa, atribuição geralmente dada às mulheres.

É verdade que quando somos regenerados, tornamo-nos novas criaturas, de sorte que as coisas velhas já passaram. Todavia, devemos cuidar para que isso não seja entendido de maneira equivocada. Mesmo convertido a Cristo, as feridas abertas por ele ainda sagravam e careciam de ser cuidadas. Não podemos, simplesmente, ignorar nossa vida pregressa como se não houvesse nada que devêssemos fazer para consertar alguns erros que ficaram para trás. O que levou Jesus a declarar que a salvação havia chegado à casa de Zaqueu foi sua determinação inusitada de devolver o que até então havia extorquido de seus concidadãos. Tal atitude evidenciou sua conversão.

O fato de Deus nos haver perdoado os pecados cometidos lá trás, não significa que não haja nada que devamos fazer para atenuar o sofrimento que causamos a outros. Ver o pai cuidar daquelas feridas e ainda servir à mesa tocou profundamente no coração de toda a família. Nascia ali uma das mais poderosas igrejas iniciadas por Paulo. Devemos à sua existência a epístola aos Filipenses, que nos brinda com o texto que relata gloriosamente a kenósis de Cristo, isto é, Seu esvaziamento e exaltação (Fp.2).

Hoje as pessoas aceitam a mensagem do evangelho por causa das vantagens que lhes são prometidas por pregadores famigerados. Adesões ocorrem no lugar de conversões autênticas. As pessoas seguem suas vidas intactas, desejando serem servidas sem jamais precisarem servir.

Quando o dia amanheceu, os mesmos magistrados que haviam ordenado a sua prisão mandaram revogá-la. O carcereiro foi quem deu a notícia: - Agora vocês podem ir em paz!

Ora, se houvessem fugido quando ocorreu o terremoto, eles teriam sido privados do alvará de soltura e passariam o resto da vida como foragidos da justiça.

Surpreendentemente, Paulo não aceitou a oferta feita pelos magistrados. Sentindo-se insultado, Paulo replica: “Açoitaram-nos publicamente e, sem sermos condenados, sendo homens romanos, nos lançaram na prisão, e agora encobertamente nos lançam fora? Não será assim; mas venham eles mesmos e tirem-nos para fora” (v.37).

Quanta ousadia! Pode parecer que Paulo estivesse sendo motivado por um tipo de soberba. Porém, o que ele queria era preservar sua reputação a fim de que a credibilidade de sua mensagem não fosse danificada. Os magistrados tiveram que vir pessoalmente e implorar que Paulo e Silas aceitassem a oferta de liberdade.


O maior prejuízo sofrido pela igreja moderna não é a perda da relevância, mas da credibilidade. E para resgatá-la, não podemos negociar com os poderes deste mundo. Que sejamos achados fiéis, dignos do evangelho de que somos portadores.