quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Doc: Ciêntistas Nazistas (Completo e Dublado) // NatGeo

Ricardo Bitum o que os pentecostais fizeram com o evagelho

Não ousem usar uma tragédia para inibir as manifestações


Por Hermes C. Fernandes

Qualquer cidadão de bem lamenta a morte trágica de Santiago Andrade, cinegrafista da BAND, atingido por um rojão na manifestação ocorrida no último dia 6. Mas, daí concordar com o circo midiático montado em torno desta tragédia são outros quinhentos.

Basta ter um pouco de discernimento para perceber o quanto os governantes e a mídia estão se aproveitando da situação para desestimular a onda de protestos que têm varrido o país desde o ano passado. Num certo sentido, o lamentável fato parece ter sido providencial. Obviamente que ninguém em sã consciência vai admitir isso. Porém, a maneira como o caso está sendo explorado evidencia isso. Penso que nem a morte de Tim Lopes, jornalista da Globo, recebeu tanta cobertura. 

Como se não bastasse a descarada tentativa de desacreditar os grupos que têm estado à frente das manifestações, a mídia aproveita para matar um segundo coelho com a mesma cajadada. Poucos políticos cariocas têm inspirado tanto esta geração que sai às ruas do que Marcelo Freixo. Quer comunguemos ou não de sua ideologia, temos que admitir que seu discurso parece alinhar-se com as angústias e expectativas de mudança desta geração. 

Apesar de Freixo não ser candidato a qualquer cargo majoritário nas próximas eleições, a lógica que guia os poderosos é a mesma que levou Herodes a decretar a matança dos inocentes. É melhor liquidar o inimigo enquanto ainda não inspira uma ameaça real. 

Foi, no mínimo, covarde, a tentativa de ligar o lamentável episódio à pessoa do deputado. Aproveitar-se politicamente da tragédia que ceifou a vida de um inocente demonstra o caráter inescrupuloso dos únicos a se beneficiar da Copa do Mundo que se avizinha. 

Além de coibir os protestos, seu inconfessável propósito é eliminar qualquer pedra que houver no caminho de seu projeto de poder. 

Sinceramente, torço para que o tiro saia pela culatra. O tempo da ingenuidade chegou ao fim. E se a grande mídia insistir em tomar a contramão das aspirações populares, seus repórteres terão que continuar usando microfones avulsos, sem a identificação da emissora, sob pena de serem hostilizados pelos manifestantes. 

Pelo jeito, o gigante deu um cochilo e já está despertando outra vez. Não deixem que o levem para o berço esplêndido novamente, usando o velho recurso que nossos pais usavam para nos fazer dormir, contando-nos estórias de terror e cantando velhas cantigas que falavam de monstros que viriam nos assustar se nos negássemos a pregar os olhos.

Espero que desta vez a igreja não incorra no mesmo erro que tem issistido cometer ao longo de décadas, e se coloque ao lado do povo e não do poder econômico e político.

Se o povo disser que não haverá Copa, assim será. A política do pão e circo já não nos satisfaz. Queremos ser respeitados. Ter nossos direitos assegurados. Serviços públicos de primeira. E uma classe política que verdadeiramente nos represente. 

Quanto à tragédia, esperamos que seja devidamente apurada e que seus responsáveis sejam punidos no rigor da lei.  Só não usem isso em proveito próprio. 

Espero que a Band seja mais cautelosa ao enviar seus repórteres para cobrir acontecimentos desta natureza. Já é o segundo a morrer de maneira trágica nos últimos meses. Nenhum dos dois usava capacete ou coleta à prova de bala. Infelizmente, as manifestações têm se tornado num campo de batalha; ora, por conta da atuação desastrosa da polícia, ora por causa de grupos radicais que apelam para a violência. Artefatos explosivos não são aceitáveis, venham de que lado vierem. Alguém sempre se machuca, e na pior das hipóteses, pode ocasionar na morte de gente inocente. 

Finalmente, desejo que Deus console o coração dos familiares de Santiago, e que sua filha, que também é jornalista, siga os passos do pai, orgulhando-se dele e sendo motivo de orgulho para toda a família. 

VAMPIROS DE ALMAS COLETIVAS



Desistir do bem é algo muito fácil neste mundo. Os salmos 37 e 73 nos mostram o processo. Quando quem lidera ou tem poder faz o que é mal, os demais perdem o ânimo. Então, o justo, na modéstia de seus passos, vai perdendo o alento. E, aquele que caminha sem tanta convicção, passa a invejar aquele que faz, faz, faz e nunca é punido; antes, é honrado.

A leitura do livro do Eclesiastes é mais que útil em dias como estes! 

Quando o status do cinismo prevalece, as reações são muitas; e sutis. Desde o cinismo que se instala como câncer, à inveja que o ser bom passa a ter do mal-feitor — tudo corre como as torrentes de águas destruidoras. 

E o mal se torna tanto pior quanto mais se fale como cordeiro e se haja como o lobo. Daí a perversão do “ético” ser enormemente pior do que a do corrupto; pois destrói todas as referencias. No linguajar bíblico: “... remove os marcos”. 

Isto sem falar nas vozes que olham para os céus e pensam que Deus enlouqueceu com a loucura dos malfeitores; ou que Deus mesmo não se preocupa com tais coisas. 

“De que me serve Deus?” — pergunta a alma cansada. 

Frequentemente tem-se que escolher entre poderes. E, nesse caso, a eleição para tal escolha deve contemplar, sobretudo, o fortalecimento daquilo que não abisma a alma nacional em estado de cinismo crônico. 

E isto vai de atitudes pequenas, no âmbito de nossas vidas pessoais, passa pela “igreja” e vai até o Estado. 

De onde vem o ânimo para a honestidade quando os que nos lideram mentem e enganam? 

O argumento de que ‘rouba mais faz’, aplicado ao Maluf, agora é algo que se aplica em geral. Até em relação ao Lula e Bolsa-Família-no-Bolso. Pode? Até quando? 

Eleger um programa de governo para votar, é sábio. Mas não se pode fazer isto à custa da instalação do cinismo na alma nacional. Do contrário, os pobres comerão, mas será comida envenenada pelo sarcasmo. E o pão de hoje será o veneno de amanhã. 

Portanto, nem só de pão vive o homem, mas, sobretudo, de dignidade, confiança, respeito, e honestidade. 

Entretanto, quem divulga tais causas, não pode brincar de fazê-las menores; e nem tampouco pode fazer como o Conde fez nas disputas com o César Maia há uns quatro anos, quando disse: “Eu minto; mas o César mente mais que eu!”. 

Não se governa fazendo avaliação de menos roubo! 

O programa Bolsa Família não pode ser Família no Bolso! — o Lula repudiaria isto se o programa não fosse parte de sua estratégia política. E eu sei o que estou falando; e baseado em horas e horas de conversa com ele mesmo no passado. 

Sim! O Lula que eu conheci não votaria em si mesmo hoje! — é simples assim. 

Isto era contra tudo o que as mentes historicamente mais lúcidas lutavam — até virar populismo eleitoral em favor deles. 

Ah! Eu teria centenas de histórias e argumentos, mas, cansado de muitas “viagens”, apenas ouso dizer: “Que o Senhor nos salve de alimentarmos milhares de famílias, enquanto lhes roubamos as almas e a consciência!”. 

Assim como o pão e a Palavra alimentam o homem, do mesmo modo o pão e a dignidade também o fazem! 

Enquanto isto... Recolher-me-ei; e buscarei agir pelo não-agir. Quieto. Em oração. Afinal, eu creio que Deus é Deus; e que sobre tudo e todos reina; e que o que sinto é somente o que sinto; e nada, além disso. 

Todas as nossas causas e clamores estão diante do Trono da Graça! 

Cada um com sua própria consciência e discernimento. Mas Deus é um! 

O que não podemos é deixar de discernir o que para nós é vampiro de sangue coletivo. Pois, em trocando beijos com tais entes, nós mesmos passaremos a detestar o nascer do dia, do sol e da luz — visto que nosso ambiente será a penumbra da quase-luz e da quase-treva. 

Com todo carinho, reverência e oração por quem pensa e sente diferente, 



Caio