segunda-feira, 31 de março de 2014

Credo Católico que poderia ser o credo dos evangélicos



Creio em um só Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos; Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai.
Por ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai.
E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim.
Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele falou pelos profetas.
Creio na Igreja, una, santa, católica e apóstolica. Professo um só batismo para a remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e vida do mundo que há de vir.
Amém.

O DIABO GENÉTICO, MILITAR, FOLOSÓFICO E SUPERHUMANO!


Me custa admitir que seja tão difícil para os cristãos o crerem que o Diabo não seja aquele tipo de demônio burro das sessões de histeria coletiva dos cultos nervosos; sim, nos quais os diabos que se manifestam na maioria das vezes são apenas o “psiquismo demoníaco” desenvolvido pela mente fraca do “buscador aflito”, e que se “identifica” com o estereótipo do Diabo segundo a concepção pueril que a Religião em geral faz do Demônio.
O Diabo da Bíblia, todavia, é tudo, menos esse “pobre diabo” das possessões dos cultos nervosos dos cristãos!
Nas Escrituras o Diabo começa como Serpente Sutil e Sedutora, com propostas ao homem de transcendência da condição humana; afirmando que o Mandamento de Deus para a Vida [“Do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal não comerás, pois, no dia em que dele comeres, morrendo, morrerás”] — era apenas o fruto do ciúme da divindade; sim, resultado da inveja de Deus em relação à Sua própria criatura...; ou ainda: uma espécie de competição de Deus com a criatura...; ou mais: um sentimento de superioridade divina [...], resultante da manipulação do conhecimento, como fazem os tiranos do mundo, que dominam melhor quando o povo sabe menos ou não sabe nada...
Nós cremos mais no Diabo do que no Mandamento do Amor de Deus, e, assim, “comemos o fruto” da nossa morte até ao dia de hoje!
Na seqüência das “emulações” do Diabo aos humanos vem o ciúme invejoso ou a inveja enciumada de Caim contra o seu irmão Abel; terminando tudo em homicídio e maldição.
Daí em diante lê-se nas Escrituras que o Diabo caiu em estado de silêncio explicito por um tempo... Bastava emular a natureza humana e tudo caminharia para a desgraça.
Assim, da descendência de Caim surgem os elementos constitutivos mais significativos do que os humanos chamam até hoje de fatores civilizatórios. Surge a agricultura e a pecuária de escala; aparece a produção cultural e folclórica, pela vida das artes, resultado da confecção de instrumentos musicais, o que gerou em massa uma cultura de diversão e de entretenimento hedônico; bem como, na mesma época, foram desenvolvidos os primeiros aparatos de guerra em escala coletiva.
Aparentemente, no entanto, isto não era o bastante para o Diabo...
Demoraria muito deixar que os homens se desenvolvessem por si mesmos em sua maldade...
Assim surge e se expressa uma das mais fortes obsessões do Diabo:entrar no homem de modo a que não se possa diferenciar o humano do diabólico; e mais: alterar a própria natureza constitutiva dos humanos, e, portanto, natural da condição humana; ou seja: o Diabo quer ser o produtor do Super-Homemsim, do homem-anjo, do homem-além-do-homem; dos “gigantes”; dos poderosos da Terra; uma geração de líderes semideuses; verdadeiros Titãs.
Desse modo dos “filhos de Deus” [terminologia que no V.T. somente aparece relacionada aos anjos, conforme se vê no texto hebraico de Jó] possuem as filhas dos humanos, e com elas alteram a natureza do homem, fazendo surgir híbridos humano-demoníacos.
Era o joio sendo plantado literalmente na semente [sêmen] dos humanos no campo do mundo...
Desse modo o caminho humano se descaracterizou de tal modo que Deus já não via homens na maioria dos humanos...
Vem o dilúvio; sim, em razão de que os humanos haviam sido hibridizados pela natureza do Diabo!...
Depois do dilúvio estranhamente ainda se vê os “gigantes”, os filhos dos Benai Elohim [“os filhos de Deus”] com as “filhas dos homens”; prova que o dilúvio pode ter sido Universal, mas sua destruição não foi total; houve sobreviventes do mundo antigo que passaram de algum modo pelas “grandes águas”.
Somente quando os homens de Davi matam os últimos gigantes descendentes dos “experimentos genéticos” feitos antes do dilúvio, é que outra vez o Diabo aparece na Bíblia; sim, desde as sutis indicações das intenções dele no livro de Genesis ele aparece outra vez; e com muita raiva de Israel.
Então se levantou Satanás contra Israel” — é o que a Bíblia diz quando os homens de Davi mataram os últimos gigantes.
Há outras afirmações acerca do Diabo no V.T. No entanto, é somente no tempo do Cativeiro em Babilônia, tempo no qual Ezequiel viu as “Rodas”, os “Girantes”; e tempo também no qual os anjos introduzem na narrativa bíblica [em Daniel] o conceito de “Principados e Potestades das Nações”.
No Livro de Zacarias o Diabo é o acusador dos crentes; mas não se diz muito mais acerca dele. Já é nas páginas dos evangelhos que se vêem excessivas manifestações demoníacas; especialmente aquelas de natureza obsessiva mais básica.
Jesus, no entanto, nunca ensinou que aqueles demoniozinhos de meia tigela que atacavam os humanos nos evangelhos fossem os verdadeiros diabos do Mundo.
Não! Para Jesus havia instancias muito superiores implicadas em tudo; e mais: para Ele o Diabo não era uma energia obcecada, mas sim uma mente fria e perversa; com a constante intenção de matar, roubar e destruir a humanidade, o planeta, a vida.
É no contexto do N.T. que o Diabo é desmascarado em suas intenções globais.
Ora, o que se vê apesar de se ficar sabendo que o poder de Satanás é extremamente mais sofisticado do que aquilo que os humanos chamem avanço..., que, por tal razão, Paulo nos diz que o Diabo é o espírito que agora atua em tudo nos filhos da desobediência ao fluxo da vida.
E mais: Paulo diz que uma das fixações do Diabo é se tornar um Super-Homem; o anticristo.
No Apocalipse esse poder revelado no Genesis já nos é apresentado sem sutilezas, exceto as simbólicas.
O que se vê, portanto, é um Diabo que se imiscuiu em tudo...; sim, do processo mental dos humanos à sua produção cultural...; das emulações psicológicas e existenciais aos mais deliberados desejos de genocídio ideológico...; do desejo de alterar sementes vegetais à obsessão pela alteração do código genético dos humanos...; sim, das guerras pessoais aos conflitos globais à destruição prazerosa de uma familiazinha...; e assim vai...
Jesus disse que como foi nos dias de Noé assim será nos dias da Vinda do Filho do Homem!
Ora, entre nós as mesmas coisas estão presentes...
É o mesmo desejo de vencer a morte pela curiosidade do saber e do conhecimento; é o mesmo desejo de desenvolver culturas de poder e de supremacia; é a mesma inteligência para apenas criar diferenciações econômicas acentuadas entre os humanos; e pior: é a mesma obsessão satânica de alterar a constituição dos humanos...
Na antiguidade tais coisas tiveram a cara que na Antiguidade era aceitável. Hoje os mesmos seres e fenômenos estão entre nós; porém, com as caras que a nossa “ficção cientifica” criou para este tempo no qual alteração genética não precisa de cópula sexual, mas apenas de alterações no código genético.
Está tudo aqui...
Sim! A Terra voltou ao principio; o Genesis e o Apocalipse estão se encontrando milênios depois; e mais: é tudo igual; mudaram apenas as roupagens...
Por isto, digo: o Dilúvio está às portas!
Leia Lucas 16 e você me entenderá!...

Nele, que nos mandou andar de olhos bem abertos,

Caio

domingo, 30 de março de 2014

Como Nos Dias de Noé Nefilins UFOs

Parábola usada para aterrorizar os crentes


Por Hermes C. Fernandes


Uma das passagens mais usadas para aterrorizar os crentes é a parábola das Dez Virgens. De acordo com a interpretação de alguns pregadores, a parábola indica que apenas uma porcentagem dos crentes em Jesus participariam do Arrebatamento, e os demais seriam deixados para trás. Se formos um pouco mais literais, somente 50% dos crentes serão realmente salvos. Os demais estão entre os imprudentes, que serão pegos de surpresa, despreparados, e por isso, inaptos para subir com Cristo.

Será que tal interpretação faz jus àquilo que Jesus intentava dizer aos Seus discípulos?

Nessa parábola, Jesus está falando da chegada do reino, e não de Sua segunda Vinda. E o Seu reino foi inaugurado ainda em Seu primeiro advento. O texto diz que “o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo” (Mt.25:1).

Sôa até estranho, se não atentarmos para o contexto cultural da época. Estaria Jesus defendendo algum tipo de poligamia? Por que “dez virgens”, em vez de apenas uma? Teria Jesus mais de uma noiva?

As virgens da parábola não seriam desposadas pelo noivo. Elas eram como “madrinhas” da noiva. Fazia parte do ritual de bodas judaicas, o encontro das “madrinhas” virgens com o noivo para acompanhá-lo até a noiva.

Ora, o noivo da parábola representa o próprio Cristo. E a noiva, embora não figure na parábola, é a Igreja. Quem seriam, então, as virgens? Elas representam o povo judeu.

É interessante que em outra passagem, João Batista se apresenta como “o amigo do Noivo”. Além das virgens madrinhas, o noivo também era assistido por um amigo, geralmente, aquele que fosse considerado o melhor amigo. Assim como não podemos confundir o noivo com o amigo do noivo, também não podemos confundir a noiva com as dez virgens.

Ao ser confundido com o Cristo, João respondeu: “Eu não sou o Cristo, mas sou enviado adiante dele. A noiva pertence ao noivo. O amigo do noivo, que lhe assiste, espera e ouve, e alegra-se muito com a voz do noivo. Essa alegria é minha, e agora está completa” (Jo.3:28b-29).

De acordo com o protocolo, as virgens madrinhas deveriam sair ao encontro do noivo, portando lâmpadas devidamente acesas.

Segundo a parábola, dentre as dez virgens, cinco eram prudentes, e cinco eram insensatas.


“As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo. Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com suas lâmpadas. Demorando o noivo, todas elas acabaram cochilando e dormindo” (Mt.25:3-5).


Repare no detalhe: todas elas acabaram dormindo. Ficaram desatentas, e cochilaram. A diferença entre elas era o suplemento extra de azeite que cinco delas haviam trago. Portanto, a questão não era apenas de vigilância, como bradam os pregadores, mas de prevenção e prudência. Ser prudente aqui, é ser precavido.

Por isso, não parece razoável usar esse texto para amendrontar os crentes, fazendo-os duvidar de sua salvação, temendo que o Senhor lhes flagre “dormindo”. Paulo escreve acerca disso em sua primeira epístola endereçada à igreja em Tessalônica:

“Mas, irmãos, acerca dos tempos e das épocas, não necessitais de que se vos escreva, pois vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite (sem aviso prévio) (...) Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que esse dia vos surpreenda como um ladrão. Todos vós sois filhos da luz, e filhos do dia. Nós não somos da noite, nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios. Pois os que dormem, dormem de noite, e os que se embriagam, embriagam-se de noite. Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios (...) Pois Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação por nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nís, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele” (5:1-2,4-8a, 9-10).
É claro que devemos “vigiar”, isto é, estar atentos, para que não sejamos surpreendidos. Entretanto, quer vigiemos ou durmamos, nosso encontro com o Senhor é garantido. O risco é o de sermos pegos de surpresa, e não o de sermos condenados. Voltando à parábola:
“Mas, à meia-noite ouviu-se um grito: Aí vem o noivo, saí ao seu encontro” (Mt.25:6).

Esse “grito-convocação” foi o grito dos profetas, dos quais, João foi o último expoente. Apenas parte do povo judeu deu ouvidos ao alarde profético. A outra parte se manteve surda e insensível ao apelo de Deus. Faltava-lhes o azeite, a luz, a revelação. Seu coração foi endurecido. Paulo compreendia bem tal situação, pois a havia testemunhado. Em sua última investida evangelística direcionada aos judeus, o apóstolo dos gentios se viu profundamente decepcionado com seus patrícios.

Segundo o relato de Atos, dentre os judeus que vieram ao seu encontro em Roma,“alguns foram persuadidos pelo que ele dizia, mas outros não creram” (28:24). Os que criam eram as virgens prudentes, e os que desdenhavam eram as virgens insensatas. Suas lâmpadas estavam apagadas. Lucas diz que eles “discordaram entre si, e começaram a sair, havendo Paulo dito esta palavra: Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías: Vai a este povo, e dize: Ouvindo, ouvireis, e de maneira nenhuma entendereis; vendo, vereis, e de maneira nenhuma percebereis. Pois o coração deste povo está endurecido; com os ouvidos ouviram pesadamente, e fecharam os olhos, para que jamais vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos, nem entendam com o coração, e se convertam e eu os cure” (Atos 28:25-27).

Dentre os filhos de Israel, somente o remanescente pôde entrar no Reino de Deus. Quem são os remanescentes? Os que deram ouvidos ao grito profético, e foram ao encontro do Noivo. Isso é confirmado por outras passagens, como aquela que Paulo menciona aos Romanos: “Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo”( Rm.9:27).

Somente os que atentarem para as profecias, e se derem conta de que elas falam de Jesus de Nazaré, e confiarem em Sua provisão para a salvação, serão, de fato, salvos.

Ninguém será salvo por pertencer a uma etnia, ou por ter o sangue de Abraão correndo em suas veias.

É Paulo quem declara: “Tenho declarado tanto aos judeus como aos gregos que devem se converter a Deus, arrepender-se e ter fé em nosso Senhor Jesus Cristo”(At.20:21).

Por todo o livro de Atos encontramos o cumprimento da parábola das virgens. Em Antioquia, por exemplo, “muitos dos judeus e dos prosélitos devotos seguiram a Paulo e Barnabé, os quais, falando-lhes, exortavam-nos a que permanecessem na graça de Deus”(At.13:43). Esses equivalem às “virgens prudentes”. Mas logo abaixo no texto, lemos que “os judeus, vendo a multidão, encheram-se de inveja, e, blasfemando, contradiziam o que Paulo falava” (v.45). Esses equivalem às “virgens insensatas”.

A parábola prossegue:

“Então todas aquelas virgens se levantaram e prepararam as suas lâmpadas. E as insensatas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite; as nossas lâmpadas se apagam. Mas as prudentes responderam: Não seja o caso que nos falte a nós e a vós. Ide antes aos que o vendem, e comprai-o” (Mt.25:7-9).
De quem elas deveriam comprar o azeite? Onde encontrariam a luz de que suas lâmpadas necessitavam? Com a palavra, Simão Pedro, o apóstolo da circuncisão:
“E temos ainda mais firme a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que ilumina em lugar escuro, até que o dia clareie, e a estrela da manhã surja em vossos corações” (2 Pe.1:19).

Revelação não é algo que se possa receber de terceiros. Não há como terceirizá-la. Tem-se que buscar na fonte. Podemos adquirir informação através de outros, mas só adquiriremos “azeite” para nossas lâmpadas, se buscarmos diretamente na fonte. Por isso Jesus insistia: “Examinai as Escrituras...”

Por muitos séculos, os judeus negligenciaram a Palavra. Por isso, foram incapazes de reconhecer o Messias, quando Ele apareceu nas ruas da Galiléia.

Quando procuraram por Paulo em Roma, queriam um pouco de azeite para suas lâmpadas, mas a porta já se havia fechado. Como disse Jesus, o Reino lhes fora tirado, e entregue a um outro povo, a igreja. Somente os remanescentes “entraram com ele para as bodas”. Para esse “remanescente”, a porta sempre estará aberta. Como bem afirmou o apóstolo: “Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça” (Rm.11:5).

Como vimos, a parábola das virgens jamais teve a intenção de causar pânico aos seguidores de Cristo. Não estamos nem entre as cinco prudentes, nem entre as cinco insensatas. Somos a única noiva do Cordeiro, aquela que está sendo preparada para ser apresentada “como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (2 Co.11:2).

Christus Victor!

sábado, 29 de março de 2014

Muito cuidando ao tirar foto perto de rios, veja o que pode acontecer

TÁ PENSANDO QUE VOCÊ É ADÃO COM EVA NO PARAÍSO?...


A Bíblia pode ser acusada de tudo, menos de falta de realismo.
Ela diz que fomos expulsos do Paraíso natural e que agora a natureza produz cardos, espinhos e abrolhos; e afirma que a terra se tornou hostil, que a sobrevivência passou a ser fabricada pelo trabalho, pelo suor e pelo esforço; que até o prazer e a esperança de um filho já viriam marcados pela dor, e daí em diante...; pois, até os irmãos podem se odiar e matar.
E continua dizendo que a tendência do homem era para fazer torres e demonstrações de poder e controle; bem como cidades que amontoariam os humanos em civilizações em disputa; que, além disso, ainda havia a serpente, e, com ela, anjos que cobiçavam misturar-se aos humanos, a fim de degenerar a experiência genuinamente humana...
E anuncia o arrependimento de Deus pela criação do homem, ao mesmo tempo em que nos apresenta a “esperança de Deus na Arca”.
Sim, a Bíblia diz que o mundo acabou. Que tudo foi alagado e coberto de lama e escombros. Que os mares mudaram e os rios ganharam novos fluxos e leitos.
E garante mais...
Diz que entre os sobreviventes na Arca havia gente boa e gente nem tanto... Daí, a humanidade prosseguir salva da catástrofe imediata, mas prosseguindo para criar a sua própria.
Então, de certo modo, a Bíblia deixa o resto do mundo seguir o seu curso e se concentra em um homem: Abrão, que depois veio a ser Abraão.
Entretanto, é olhando para ele, tanto para a sua fé quanto para as suas vacilações humanas, que se vê que o melhor homem é ainda capaz de mentir, de negociar, de trocar a mulher por sobrevivência, de aceitar soluções que ele sabia que não resolveriam nada; enquanto, via anjos, cria e sofria, mas perseverava; sendo capaz de obedecer até à morte, até ao absurdo, sempre por causa da fé na Voz que ouvira.
O melhor homem ainda era ambíguo!
Ora, mesmo se concentrando em Abraão e em sua descendência, o que a Bíblia nos mostra é um micro-cosmo, talvez um dos melhores, e, assim mesmo, demonstra a incurabilidade da vaidade, da arrogância, da prepotência, da vontade egoísta de todos os homens — tendo Israel como maquete histórica.
E mostra sempre com clareza que a injustiça atrai a perversidade e que a perversidade chama juízo, o qual sempre vem..., não importando como...
E mostra que se a maldade recebe maldade, pior ainda é quando a bondade recebe maldade como pagamento...
Porém, ela insiste em que o justo é punido na punição global da perversidade generalizada, com alguns exemplos de salvamentos aqui e ali, mas, no geral, o justo vai na enxurrada das maldades alheias...
Diz que o homem mais Jó, mas justo, pode sofrer tudo... E sofrer sem saber a razão. E, ainda assim, ter que manter a fé.
Diz que há ocasiões em que o homem mal é instrumento de Deus para curar o homem que ainda tem chance de arrependimento, mesmo que seja sendo levado cativo para o chão das impotências, em Babilônia, no Egito, ou no mundo inteiro.
Diz que quem fala a verdade corre o risco de morrer, mas insiste que é para falar assim mesmo, porém, com sabedoria.
Diz que até Deus quando visitou o mundo foi crucificado!
E profetiza que até do que sobrara de bom de Deus no mundo, a Igreja, os discípulos, logo a corrupção tomaria conta.
E também profetiza que o testemunho de Jesus não aconteceria quando estivessem falando o nome de Jesus, mas apenas quando um pequenino rebanho estivesse vivendo o Evangelho na Terra.
No meio de tudo se ouve Jesus dizer:
“No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, pois eu venci o mundo”.
Entretanto, algum diabo, ensinou aos “cristãos” que não é assim... Que com Jesus se pode ter tudo o que a Bíblia e Jesus nos garantem que não teríamos...
Ou seja: um diabo ensinou que viveríamos não apenas na terra de Gosen, como os hebreus no Egito, mas também na terra do Gozem, como os que viviam em Sodoma e Gomorra.
Sim, algum diabo disse que se poderia pular do Pináculo do Templo que os anjos nos socorreriam, e pulamos. Disse que se o adorássemos, continuaríamos donos de nós mesmos, e cremos. Disse que poderíamos alterar a natureza da matéria, e que os poderes não seriam abalados.
Para completar, vêm os apóstolos e nos garantem que é de sofrimento em sofrimento, e de gozo em gozo na fé, que perseveraríamos a fim de preservar as nossas almas.
E tudo termina na Revelação do Fim, o Apocalipse.
Portanto, fico chocado quando vejo discípulos de Jesus crendo que ainda estamos vivendo no Jardim do Éden.
Gente! Dói mesmo!... Mas, como me disse meu pai, babando na UTI sem poder controlar a fluxo do alimento: “Meu filho! É assim mesmo!”.
Quem crê assim, não tem do que reclamar!
Quem anda assim caminha na fé!
Quem assim sabe, é feliz até quando chora!...

Nele, que contou como as coisas são,

Caio

sexta-feira, 28 de março de 2014

SE HOUVESSE AMOR NÃO HAVERIA ÓRFÃOS!


Se o amor não tivesse esfriado no coração de quase todos, com todos os meios e recursos disponíveis hoje, já não haveria uma única criança órfã na Terra.
Jesus disse que Seus discípulos teriam em muitos e incontáveis irmãos no amor e na fé —pais, mães, irmãos, irmãs, e todo o sadio séqüito parental.
Ele também ensinou que conforme o tempo, a faixa etária e fase de vida na qual cada um estivesse, cada qual deveria ser irmão, irmã, pai, mãe, avô, avó, amigo e companheiro de jornada de cada outro próximo que viesse a enxergar ou que dele ficasse sabendo existir na Terra.
Jesus ensina que se estiver ao alcance de nossa mão e possibilidade de acolher em amor, como filho, filha, amigo ou apenas um outro igual a nós, mas sem ninguém na vida, se deveria assim fazer a fim de sermos Seus discípulos.
Afinal, Jesus mesmo inaugurou na Cruz esta Era de Famílias Solidárias, quando disse que dali em diante Maria seria a mãe de João, e que João seria o filho guardador de Maria, apesar de Maria ter filhos consangüíneos e de João ter pai e mãe.
Todavia, digo que nem teríamos que pensar em todos os desabrigados adultos, drogados e prostituídos deste mundo...
Quem dera pensássemos em todos!...  
Entretanto, bastava que pelo menos pensássemos nas crianças.
E o que digo é que grande coisa é adotar, é amar uma vidinha que você não gerou na carne,e que na carne já existia com um grande problema histórico — trazendo-a para dentro de sua vida.
Conheço esse privilegio. Como e bebo esta benção há décadas. Tenho sido abençoado pelas bênçãos dessa benção. Hoje como do fruto dessa semeadura. Provo como bem aquilo que um dia, para alguns, parecia ser um bem que eu fazia a alguém, sendo que, a vida toda, daquele bem que fiz, fui sempre o maior beneficiado.
Hoje, depois de tanto tempo, continuo a ser abençoado tanto pela benção que abençoei como adoção de filho, como também me abençoa com a benção de ser abençoado pelo fruto de sua vidinha.
Se você pensa em ter filhos, tenha-os menos, e adote algum dos que já existem, porém, sem amor e cuidado.
No fim você verá que o maior beneficiado é você; posto que o amor que escolhe, sempre tende a amar a escolha como privilégio de eleição — um sentimento que tem raízes no amor de Deus por nós.
Ora, quem assim faz e o faz com amor, e em amor permanece — esse tende a entender bem melhor o amor do Pai que nos adotou em Sua família, e nos fez co-herdeiros com Seu Filho, Jesus.
Pense nisso!

Caio

quinta-feira, 27 de março de 2014

Deus odeia pecadores?


Por Hermes C. Fernandes

Desde que me entendo por gente, ouço a frase: Deus ama o pecador, mas odeia o pecado. Jamais ousei questionar isso, pois sempre fez muito sentido pra mim. Deus odeia o pecado por conta do mal que ele nos faz. Portanto, o ódio divino pelo pecado está diretamente ligado ao Seu amor por nós, pecadores.

Apesar disso, deparo-me com passagens bíblicas que afirmam que Deus não odeia apenas o pecado, mas também o pecador.

Tomemos como exemplo Provérbios 6:16-19, onde lemos:
“Estas seis coisas o SENHOR odeia, e a sétima a sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, o coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, a testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.”
Fica claro que Deus não odeia apenas a mentira, mas também que a profere. Assim como também odeia o que engendra pensamentos malignos, quem promove contendas entre irmãos, quem possui olhar arrogante, entre outros mais. O salmista é ainda mais abrangente ao declarar que Deus odeia “a todos os que praticam a maldade”  (Sl.5:5). Ele odeia ao “ímpio e ao que ama a violência” (Sl.11:5). Basicamente, estas são as passagens mais usadas para respaldar o ódio que Deus nutre pelos pecadores.

Para alguns, jamais deveríamos afirmar que Deus ama igualmente a todos os homens, posto que alguns seriam alvos exclusivamente de Sua ira. Deus não poderia amá-los e odiá-los ao mesmo tempo.

Em cima desta compreensão, a meu ver equivocada, manifestações têm sido promovidas por cristãos ultraconservadores, ostentando placas que trazem inscrições do tipo “Deus odeia os gays”, “Deus odeia Lady Gaga”, e pasmem, “Deus odeia o Brasil”.

Somente os eleitos seriam alvo do amor de Deus. O resto da criação estaria sob a Sua ira por toda a eternidade.

Será que é isso que encontramos nas Escrituras?

De acordo com Paulo, “todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” (Ef.2:3). Portanto, mesmo os eleitos já estiveram um dia sob a ira justa de Deus. Será que neste tempo, Deus deixou de amá-los? Claro que não!

Deus não passou a amar-nos quando fomos atraídos a Cristo. Pelo contrário, Ele nos amou mesmo quando estávamos mortos em nossos delitos e pecados. Ele mesmo afirma: “…com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí” (Jer.31:3). Ele nos atraiu por nos amar desde a eternidade. Mesmo quando estávamos sob Sua ira, Ele não retirou de nós o Seu amor.

O próprio Jesus declara que “aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece”(Jo.3:36). Ora, se sobre uns a ira de Deus permanece, é porque sobre outros ela é retirada.

O ponto que quero enfatizar é a possibilidade de Deus amar, mesmo enquanto odeia. Ele odeia aquilo em que nos tornamos, por causa do pecado, mas ama aquilo que Ele nos criou para ser. Apesar de odiosos, somos amados.

Mesmo os réprobos são alvo do amor de Deus. Repare no que diz o salmista:“Piedoso e benigno é o Senhor, tardio em irar-se e grande amor. O Senhor é bom para todos tem compaixão de todas as suas obras” (Sl.145:8-9). Ora, se é verdade que o Senhor fez todas as coisas, “até o ímpio” (Pv.16:4), logo, Deus também o ama. Caso o contrário, não poderíamos afirmar que Ele tem compaixão de todas as suas obras.

Um exemplo disso pode ser encontrado no episódio em que Jesus é abordado por um jovem rico. O texto diz que “Jesus, olhando para ele o amou” (Mc.10:21). Não obstante, ele recusou a oferta de Jesus, e saiu triste por não querer abrir mão de suas riquezas pela vida eterna. Portanto, sobre ele permaneceu a ira de Deus.

Quando um filho meu apronta, naquele instante sinto ódio dele, mas nem por isso perco o meu amor. A diferença é que a ira é momentânea, mas o amor é eterno. O salmista diz que a ira de Deus dura só um instante, mas no seu favor está a vida (Sl.30:5).

Até quando está irado, Deus não desiste de amar. É Seu amor teimoso a razão de sobrevivermos à Sua justa ira. O profeta Habacuque conclui que mesmo na ira, Deus lembra-se da misericórdia (Hc.3:2). Só por isso não somos consumidos. Enquanto Sua ira, além de tardar, dura um momento, Suas misericórdias se renovam a cada manhã.

A ira de Deus é a Sua reação ao pecado. Porém, o amor é aquilo de quê é constituído o Seu ser. Deus pode eventualmente irar-se, mas jamais deixa de ser amor. Deixar de amar seria aniquilar-se, deixar de ser Deus, negar Sua própria natureza. E a todos quanto ama, Ele os ama eternamente.

QUAIS SÃO AS ALTERNATIVAS DA HUMANIDADE?


Se eu não tivesse a fé que tenho, e apenas olhasse o mundo como ele é e com as configurações de cenários que apresenta, qual seria a minha esperança?

Sim! Quais seriam minhas alternativas de esperança?

Não creio que os humanos irão privilegiar o cenário global ao cenário imediato e tópico. Assim, estaremos sempre discutindo o “modo de nossa morte”, e jamais nossa salvação no planeta.

Não creio que haja tempo para salvar a humanidade, mesmo que todos, agora, a uma, nos mobilizássemos para lidar com as questões conceituais e estruturais ligados à nossa auto-extinção.

Não creio que os dogmas religiosos, nacionalistas, étnicos e morais, jamais darão lugar ao Dogma do Amor que tem o poder de preservar a vida humana na Terra e com ela a própria Terra.

Não creio que o amor à humanidade será jamais maior do que a disposição de morrer pela amargura das calamidades provocadas pelo ódio no passado dos povos.

Não creio que haja qualquer força no coração da humanidade que seja hoje maior do que a vontade emulada pelas preocupações deste mundo e pelo poder que o dinheiro dá.

Não creio que a humanidade seja capaz de pensar no bem de todos, abrindo mão de privilégios momentâneos e caprichosos, e, assim, criar as circunstancias para a sobrevivência global.

Portanto, sem Jesus eu sou um ser de alma apocalíptica em minhas avaliações. Ou seja: somente a esperança em Jesus me dá um Apocalipse para além dos apocalipses da humanidade.

Sem Jesus, para mim, o mundo far-se-á mal até o fim. A alternativa é o desenvolvimento de aparatos de fuga para as estrelas. Entretanto, mesmo assim, iríamos fazer guerra em outros mundos, mas ainda assim guerras, pois, somos habitados pelo poder da guerra.

Com Jesus, vejo a humanidade se fazendo mal, sempre mal, mas não o fará até o fim-fim. O fim da humanidade, o fim do mundo, ou qualquer que seja a designação escolhida para tal catástrofe — não será fim-fim se o que Jesus disse é verdade. Pois se é verdade, haverá novo céu e nova terra, nos quais habita justiça. Porém, se Ele não é Ele, mas apenas um “ele” qualquer, então, a humanidade está perdida, e o que sobra é a orgia dos vampiros e o baile dos zumbis — até a última hora.

Quais são suas esperanças para a humanidade?

Eu só tenho uma!

Sem ela eu morreria antes da morte chegar!


Nele, que é minha vida e esperança,


Caio

quarta-feira, 26 de março de 2014

O fiasco da Marcha da Família com Deus


Por Hermes C. Fernandes

Pelo jeito, os conservadores que saíram às ruas neste sábado (22) têm muito que aprender com os evangélicos. Se queriam pretendiam reunir uma multidão em defesa dos "valores da família", deveriam ter organizado shows com a presença de estrelas afinadas com o diapasão do conservadorismo. Afinal, somente mediante este tipo de expediente, faz-se possível arrastar uma multidão de desmiolados, sem qualquer noção de história, apenas embalados no oba-oba

Diferente da primeira Marcha da Família com Deus pela Liberdade, ocorrida há cinquenta anos, em 19 de março de 1964, a edição de sábado foi um completo fiasco em todas as 15 capitais que tentaram reviver o protesto, que entre várias coisas, defendiam o retorno dos militares ao poder. 

O Rio de Janeiro, considerada uma das cidades mais politizadas do País, cerca de 150 pessoas se concentraram na Candelária, no centro da cidade, e marcharam até a sede do Exército, na Avenida Presidente Vargas, com cartazes e gritos de ordem. Um total vexame no mesmo cenário que reuniu quase um milhão de pessoas no último grande protesto popular em julho do ano passado. 

Em São Paulo, a locomotiva econômica do Brasil, cerca de 200 adeptos do movimento se reuniram na Praça da República com o objetivo de relembrar a marcha anticomunista e de apoio ao golpe militar. Em Belo Horizonte, o vexame foi ainda maior: apenas cinquenta pessoas se concentraram na porta da 4ª Companhia de Polícia do Exército, na rua Juiz de Fora, no Santo Agostinho, região centro-sul da capital. 

Em sua edição original, “Marcha da Família Com Deus pela Liberdade” reuniu cerca de 500 mil pessoas em São Paulo. A marcha foi uma resposta ao comício que o presidente João Goulart fez na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, em 13 de março, quando reuniu 200 mil pessoas. 

Creio que a experiência mal-fadada deste final de semana enterra de vez qualquer pretensão de mobilização pela volta dos militares ao poder. A sociedade brasileira está "mal acostumada" com a democracia e aprendeu que é para frente que se anda. Apesar do mar de corrupção que insiste em assombrar nosso país, a liberdade é valor inegociável para a nossa gente. Ademais, mesmo durante os anos de ditadura militar, a corrupção tem se mostrado uma questão endêmica que demanda muito mais do que uma intervenção golpista. A diferença é que hoje, com a liberdade de imprensa e a autonomia da polícia federal para investigar, o que antes ocorria sorrateiramente, agora vêm à luz.

William Schnoebelen Entrevista com um Ex Vampiro 9 de 9

segunda-feira, 24 de março de 2014

A FESTA DO PAI NÃO É UM BAILE DE MÁSCARAS


Soren Kierkegaard certa vez disse que a vida é um baile de máscaras.
Ele sabia que este era o escudo atrás do qual as almas se escondiam de si mesmas, e, assim, tentavam ocultar suas faces também para a percepção dos demais.
 A maioria quer ser famosa, mas poucos querem ser conhecidos!
Ora, usar máscaras, para muitos, não passa de truque, de um direito, de uma opção: ser ou não ser; mostrar ou não mostrar; como se tal bravata contra o próprio ser pudesse passar sem punição.
Para muitos, esconder-se atrás das máscaras é apenas um questão de proteção ou de diversão inexaurível e viciante.
Sim, acaba virando um vício do ser, a tal ponto que sem as máscaras muitos homens não suportam e morrem.
Assim, para a maioria, sem o personagem, acaba a pessoa.
Talvez esta seja a razão pela qual até agora ninguém conseguiu conhecer você, pois toda revelação que você faz de “si mesmo”, é sempre uma ilusão.
Você não sabe quem você é, mas apenas sabe qual deve ser a sua imagem, a sua máscara.
Nesse caso, sua mais ardente e compulsiva tarefa na existência consiste em preservar seu esconderijo. E, sem dúvida, devemos admitir que muita gente desenvolveu tal capacidade de transformismo com a mesma habilidade dos polvos miméticos.
Sendo assim, diz Kierkegaard, “você é tão mais bem sucedido, quanto mais enigmática for a sua máscara”.
Quando a existência se transforma “nisto”, eu e você viramos de fato nada além de NADA.
Ou seja, passamos a ser apenas uma “relação com os outros”; e o que nos tornamos é unicamente em razão e em “virtude dessa relação”.
A moral é a grande máscara. E os moralistas são o que detém o maior número de disfarces. Entre esses, o mais danoso de todos é o estelionatário da religião, o picareta que come as almas dos homens.
Lobos mascarados de ovelhas! A maioria existe assim. Daí, para muitos, catástrofes que lhes roubem as “máscaras” os deixam em estado de desespero, visto que sem a máscara eles não possuem um rosto próprio, algo que a própria pessoa reconheça para si e como sua, e não apenas como um reflexo da imagem que os outros devolvem para você mesmo, supostamente acerca de quem você aparenta ser para eles.
Desse modo, você vende imagem, e se alimenta dela. Mas no dia em que as máscaras são tiradas, muitos não conseguem mais viver, pois neles não há uma vida própria, mas apenas uma existência fabricada para consumo no Baile de Fantasias, que é a existência da maioria.
”Você não sabe que vem a hora chamada “meia noite” na qual todos terão que lançar fora suas máscaras? Você crê realmente que a vida se deixará zombar para sempre? Ou talvez você pense que pode escapar um pouco antes da “meia noite” e fugir de tal hora? Ou será que você fica apavorado com essa idéia?”—pergunta o profeta.
Você consegue pensar em algo mais apavorante do que ter que viver tal “meia noite” em sua existência na Terra ou em qualquer outro lugar onde isto possa lhe acontecer?
Quem vive nesse Baile de Fantasias não tem idéia do que faz de mal à sua própria alma.
Não existe droga mais viciante do que a força compulsiva da “máscara”.
Aquele que se faz um com a mascara, faz-se um com o Nada, pois sua natureza vai se dissolvendo numa multiplicidade...e que acaba fazendo com que esse ser realmente se torne muitos.
Você pode se tornar semelhante àquele pobre Gadareno, ocupado por “infelizes demônios”; numa legião de falsas identidades, que não são suas identidades, e muito menos correspondem a você!
Os demônios habitam sob máscaras.
Por isto mascarados lhes são tão desejáveis residências.
Pobre do auto-enganado que pensa que as máscaras o salvarão!
Tire de sua cara a máscara. Do contrário, você poderá vir a perder a coisa mais sagrada e preciosa de um homem - o poder unificador da personalidade, e a capacidade abençoada de se tornar alguém que seja realmente você.

Caio 13/04/04 - menos de um mês depois da passagem de meu filho, Lukas, para a Glória do Pai.
Reflexão sobre as “Máscaras”, conforme a advertência de Kierkegaard, um irmão de leite que não cheguei a conhecer pessoalmente, visto que entre nós há séculos de separação no tempo. Mas somos mais chegados que irmãos, em milhares de pequeninas coisas.

sábado, 22 de março de 2014

WILLIAM SCHNNOEBELEN-ENTREVISTA-5

Brasília 50 Anos: Cidade em crescimento

Brasília em 1975 - Uma Cidade em Construção.

Em defesa de "Jesus Cristo Superstar"


Por Hermes C. Fernandes
Esta semana assisti à entrevista de Negra Li no programa "Agora é Tarde" com Rafinha Bastos. Fiquei surpreso ao saber de sua participação no elenco do polêmico musical "Jesus Cristo Superstar", mesmo confessando-se evangélica. Porém, minha surpresa foi positiva e não negativa como alguns poderiam pensar.
Desde que estreou na Broadway em 1970, por onde tem passado, a ópera-rock de Tim Rice e Andrew Lllyd Werber coleciona protestos ao redor do mundo. Com montagens em mais de 40 países, seu sucesso estrondoso se deve muito a esses protestos e já faturou mais de 120 milhões de dólares. 
Diversos grupos religiosos querem proibir sua apresentação no Brasil. Um dos mais atuantes é a Associação de Devotos de Fátima que criou uma petição online exigindo que a ministra da Cultura, Marta Suplicy, cancele o que considera um espetáculo blasfemo, sacrílego, grotesco e pecaminoso. Dentre as coisas escandalosas do musical, destacam-se o fato da história ser narrada por ninguém menos que Judas Iscariotes, o discípulo traidor, além de sugerir de maneira subliminar uma relação "indecente" com Maria Madalena. Sem contar os trejeitos descolados do Filho de Deus que aparece sem camisa e de calças jeans.
Sinceramente, não vejo razões plausíveis para tanto. Devo confessar que nem mesmo "A Última Tentação de Cristo" me causou incômodo. Fui levado a assisti-lo justamente por curiosidade, devido à repercussão negativa entre os grupos religiosos. Lembro-me da onda de quebra-quebra nas salas de exibição. Assim que o lançaram em vídeo, fiz questão de assistir para que não emitisse uma opinião baseada em suposições de terceiros. Não vi nada demais. Nada que ferisse meus escrúpulos. Sinto-me muito mais ultrajado com o circo montado em torno de Cristo pelas igrejas midiáticas. 
Obras polêmicas como essas e o Código da Vinci de Dan Brown só fazem renovar o interesse das pessoas pela figura do Nazareno. O resto, é licença poética. 
Assim como fazemos vista grossa a produções como "Os dez mandamentos", "Príncipe do Egito" e agora, "Noé", que jamais se preocuparam em ser fiéis aos textos bíblicos, acho que deveríamos ser mais tolerantes com qualquer produção que fale de Jesus. Sentir-se insultado me parece ser equivalente a tomar a direção oposta proposta por Jesus. Não somos seguidores radicais do Islã, mas d'Aquele que nunca abriu Sua boca em defesa própria, nem pediu que o fizéssemos.
Assim que o espetáculo vier para o Rio, quero prestigiá-lo. Mesmo que não concorde com tudo o que ali for exposto. Pelo menos, terá falado de Jesus e Sua proposta subversiva. 

sexta-feira, 21 de março de 2014

WILLIAM SCHNNOEBELEN-ENTREVISTA-4

WILLIAM SCHNNOEBELEN-ENTREVISTA-3

PUXANDO REDES DE CULPA


João 21


A culpa ganha muitas caras. Uma, dentre milhões de caras, é aquele que se apresenta comopiedade sacrificial.

Foi o caso de Pedro. Culpado por haver negado, agora, na praia de Tiberíedes, ao saber que Jesus estava às margens do lago, ressuscitado, atira-se à água e nada; chegando primeiro dos que outros seis discípulos, que vieram trazendo o barco cheio de peixes.

Silêncio. Pedro e Jesus na praia. Os outros chegando. Somente o singrar dos remos se fazem ouvir cortando a água. O silencio só era quebrado sutilmente pelo vivo farfalhar prateado dos peixes na rede.

Trazei alguns dos peixes que acabastes de apanhar!” — disse-lhes Jesus. Mas não disse “Trazei todos os peixes que acabastes de apanhar!”.

Pedro, porém, não deixou ninguém ajudar; e puxou sozinho não “alguns dos peixes”, mas a rede toda, com cerca de 153 grandes peixes.

Após comerem, Jesus perguntou a Pedro: “Tu me amas?

Ora, o que teria sido de Pedro se a questão toda não tivesse sido retirada do plano do arrependimento esforçado e trabalhador para o do serviço amoroso e grato?

Sem a conversa do “tu me amas?” Pedro teria se tornado um neurótico devocional para o resto da vida.

Culpa faz muitas vezes a pessoa carregar sozinha todos os pesos. Pesos desnecessários. Quantidades não solicitadas. Tudo por causa da culpa!

Pergunta:

Sua culpa não tratada por você diante de Deus está levando você a escolher sacrifício, trabalho neurótico, missões solitárias?

Pense quais são as motivações para o tamanho de seus esforços para agradar a Jesus mais do que qualquer outro consiga.

Tudo é muito bonitinho, mas, continuando, acaba com a vida!


Nele, que não nos chama para puxarmos as redes da culpa,


Caio