terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Mais presépios, menos presepadas


Por Hermes C. Fernandes

Um dos costumes mais populares durante o período natalino é o de montar presépios. O primeiro presépio do mundo teria sido montado em argila em 1223 por ninguém menos que Francisco de Assis. Naquele ano, em vez de celebrar a noite de Natal na igreja, como de hábito, Francisco resolveu celebrá-la na floresta, para onde mandou transportar uma manjedoura, um boi e um burro. Seu objetivo era explicar o Natal às pessoas comuns, camponeses iletrados que não tinham acesso aos textos bíblicos que narravam o nascimento de Jesus. O costume acabou se espalhando por entre as principais Catedrais, Igrejas e Mosteiros da Europa durante a Idade Média, começando a ser montado também nas casas de Reis e Nobres a partir do Renascimento. Somente no Século XVIII que o costume de montar o presépio se disseminou pelas casas comuns por toda Europa e, posteriormente pelo mundo.

Cristãos em países de tradição protestante como os Estados Unidos não têm qualquer problema com esta tradição. Porém, no Brasil, o presépio tem encontrado muita resistência por parte dos evangélicos, principalmente os neopentecostais, entre os quais, muitos sequer celebram o Natal. Esta resistência se deve, sobretudo, à associação que se faz entre as imagens do presépio e os santos venerados no catolicismo.

Nem mesmo os católicos mais fervorosos encaram o presépio como um altar de devoção. Trata-se, tão somente, de uma lembrança da cena do nascimento de nosso Salvador. 

Pode ser usado para ajudar as crianças a imaginarem e compreenderem as condições em que Jesus veio ao mundo. 

Em vez de se preocuparem tanto com os presépios, os cristãos deveriam preocupar-se mais com as presepadas que têm sido feitas em cima da figura de Seu Mestre e Redentor. Em vez de vociferarem contra árvores de Natal, guirlandas, papai Noel e presépios, os pregadores fariam bem em denunciar o consumismo exacerbado, a gula que põe em risco nossa saúde, a avareza, o narcisismo, e, sobretudo, as chagas sociais que acometem, sobretudo, aos excluídos e marginalizados. 

Sugiro que neste Natal haja mais presépios e menos presepadas. Mais amor e menos exploração da fé. Mais solidariedade e menos auto-promoção. Mais companheirismo e menos corporativismo. Enfim, mais JESUS!

Ed René Kivitz - Tribunal