terça-feira, 8 de outubro de 2013

Ed René Kivitz - Sinais

O bem que a Graça faz ao próprio Deus


Por Hermes C. Fernandes


Você já parou pra pensar no bem que a graça faz ao próprio Deus? Para entender isso, precisamos antes compreender o mal que nosso pecado Lhe faz. Veja o que o próprio Deus diz por intermédio de Isaías:

“...me deste trabalho com os teus pecados, e me cansaste com as tuas iniquidades.” Isaías 43:24b
O pecado trouxe discórdia entre o homem e Deus, e afetou toda a criação. Para resolvê-lo, Deus teve que Se fazer um de nós, e arcar com as suas consequências. O que para nós é pura gratuidade, para Ele custou caríssimo. Portanto, não se trata de uma graça barata. Na sequência da passagem, Ele diz:
“Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro. Procura lembrar-me, entremos juntos em juízo; apresenta as tuas razões, para que te possas justificar.” vv.25-26
Ao assumir nosso lugar na Cruz, Ele passou uma borracha em todos os nossos pecados. E isso, não apenas por amor a nós, mas também por amor a Si mesmo. Ele não queria ter que carregar o peso dos nossos pecados em Sua lembrança para sempre. E ele ainda nos desafia: “Procura lembrar-me...”

Em outra passagem, Ele afirma:
“Desfiz as tuas transgressões como a névoa, e os teus pecados como a nuvem. Torna-te para mim, pois eu te remi.” Isaías 44:22
Não há quem possa refazer o que Deus desfez. Os arquivos celestes foram totalmente deletados. E não há hacker que consiga recuperá-los. Não há backups!Perderam-se para sempre. E se ousarmos tocar no assunto, Ele dirá: Não sei do que você está falando!

Para Deus, perdoar é esquecer: “Pois lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados” (Jr. 31:34b). É isso que a graça faz! Apaga totalmente nosso passado, zera nossa quilometragem.

Desde o momento em que somos regenerados, os erros cometidos em nossa ignorância já não são levados em conta (At.17:30). Não interessa o quão terríveis tenham sido nossos pecados lá trás. Acabou! Já não se ouve seu eco.

Se pudéssemos puxar nossa ficha celestial, leriamos: NADA CONSTA!

Mas é aí que entra em cena o acusador de nossas almas. Ele já não nos pode acusar diante de Deus, como fazia até antes da Cruz. Porém, sabe como nos acusar perante o tribunal de nossa consciência. Sobre isso, João diz em sua epístola: “Se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas” (1 Jo.3:20).

Não importa a sentença proferida por nosso coração. Maior é Deus em cuja Palavra se diz que nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Rm.8:1). Prefiro crer no que diz a Palavra a crer no que diz o meu coração, sempre enganoso e incorrigível (Jr.17:9).

O problema é que Satanás tem seus mensageiros. Pessoas estrategicamente enviadas para nos relembrar o passado. Esses acham que podem curar a amnésia voluntária de Deus. Estão tentando ocupar o antigo emprego de Satanás na promotoria celeste.

Paulo teve que lidar com o tal mensageiro de Satanás, que vinha esbofeteá-lo, isto é, jogar na cara o seu passado. Depois de orar com insistência para que Deus lhe removesse aquele espinho na carne, o apóstolo ouviu dos lábios do Senhor: “A minha graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co.12:9).

A resposta é sempre a mesma: A GRAÇA!

Não temos que recorrer a sessões de CURA INTERIOR, nem nos submeter à manipulação psicológica. Nada de REGRESSÃO! Submeter o povo de Deus a isso é o mesmo que tentar ressuscitar o velho homem. Sem contar que é um insulto ao Espírito da Graça. Um ultraje ao Sangue precioso do Cordeiro de Deus.

Infelizmente, há muitos ministérios em nossos dias que são verdadeiros ministérios de condenação. Descobriram que as pessoas são ingênuas, e quanto mais as mantiverem sob o peso da culpa, mais facilmente as manipularão. Por isso, ensinam que as pessoas precisam relembrar pecados cometidos até na infância, para que sejam perdoadas e curadas. Isto é um absurdo, e um verdadeiro crime contra o rebanho de Deus.

Somos novas criaturas! Coisas velhas já passaram, e tudo se fez novo! (2 Co.5:17). Só avançaremos à medida que deixarmos para trás as coisas que para trás ficam (Fl.3:13). Deus não tem prazer em quem retrocede (Hb. 10:38-39).

E mais:

Que história é essa de que temos que perdoar a Deus?  Deus jamais pecou! Quem precisa de perdão é quem peca.

Quem olha pra trás não é apto para o reino de Deus. A graça nos convoca a focar naquilo que está diante de nós. Ela nos impulsiona para o futuro.

Relembrar o passado só faz distrair-nos do alvo.

Recuse-se a dar ouvidos a quem parece querer seu bem, mas no fundo, quer mesmo seus bens.