quarta-feira, 19 de junho de 2013

Oração, ação, cidadania e o sonho de todos nós


Por Hermes C. Fernandes

EU TENHO UM SONHO... 

Sonho com o dia em que a igreja cristã deixará as quatro paredes e sairá às ruas clamando por justiça e paz. 

Sonho ver a liderança cristã despreocupada com os holofotes, descendo dos seus púlpitos, gastando a sola de seus sapatos juntamente com o seu povo. 

Sonho com uma igreja verdadeiramente profética, que denuncia a injustiça enquanto anuncia a boa nova do reino de Deus. Uma igreja movida por compaixão e não por interesses políticos. 

Sonho com uma igreja cujo discurso seja menos moralista e muito mais ético, engajado nas transformações sociais, que não coe mosquitos, enquanto se engasga com dromedários. 

Um gigante já acordou (BRASIL). Pena que o outro parece está acordado, mas está sonâmbulo (IGREJA).

Desperta, povo de Deus. Não é hora de demonstração de força, e sim de manifestação do amor que foi derramado em nossos corações. 

Saiamos ao encontro do Deus que se esconde no clamor do pobre, do injustiça, do discriminado e do excluído.

Orar é importante? Sem dúvida. É orando que exercemos nossa cidadania celestial. Mas a equação só está completa quando acrescentamos ação à oração. Agindo exercemos nossa cidadania terrena. Lembremo-nos que a vontade de Deus deve ser feita assim na terra como no céu.

Vozes que ecoam no céu devem reverberar nas avenidas da cidade. Joelhos que se dobram ante a soberania de Deus não podem vacilar ante às injustiças dos homens. Mãos que se estendem a Deus em louvor devem ser igualmente estendidas ao próximo em amor. 

"Tu me vistes quando eu era uma gosma sem forma... Salmo 139


"Tu me vistes quando eu era uma gosma sem forma, e no Teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles, já definidos em mim, quando nem corpo inteiro ainda havia para mim". Sl 139.
Jesus diria: "O homem é mais que a genética, assim como a vida é mais que o alimento e o corpo mais do as vestes".
Sim; o homem é mais... Mais que o DNA. Já havia um "me" em "mim" antes que meu DNA apresentasse a definição do meu corpo.
O corpo é meu, mas não é Eu.
Eu sou mais que meu corpo.
Assim como o corpo é definido pela genética, a dimensão da imaterialidade humana é definida antes que exista qualquer "Dia" material e genético na existência de alguém; é o que diz o Salmo 139.
Portanto, a definição do homem condicionada ao DNA é um reducionismo anti-cristão!
EU sou um espírito. E como este é um mundo caído e esta é uma Natureza caída [na qual crescem "cardos e abrolhos"], nem sempre espírito e corpo estão alinhados. Por isto, desde sempre, existem humanos que carregam condições de natureza interior imaterial que nem sempre co-incidem com a condição genética do indivíduo.
Não aceitar isto é o endeusamento da genética; e é materialismo reducionista da complexidade humana.
Caio Fabio
 

Ed René Kivitz - Jumentinho