quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Literatura Fundamental 63 - As Irmãs Makioka - Neide Hissae Nagae

Literatura Fundamental 64 - Memorial do Convento - José Horácio Costa

Literatura Fundamental 65 - O deserto dos Tártaros - Aurora Bernardini

Literatura Fundamental 66 - Pedro Páramo - Laura Hossiasson

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Maria, a Mãe Subversiva de Jesus


Por Hermes C. Fernandes


É claro que a figura central do Natal é Cristo. José, Maria, os Magos, os pastores de Belém, e até os anjos, são apenas coadjuvantes nesta história de esperança para a humanidade. Cada um deles reagiu de maneira diferente à chegada do Redentor ao Mundo. Os pastores anunciaram a todos. Os anjos cantaram nas alturas. Os Magos O presentearam. E Maria, o que fez? Qual teria sido a reação daquela que hospedou em seu ventre o Filho de Deus?

Somente Lucas preocupou-se em relatar o cântico com que Maria expressou sua felicidade e expectativa com a chegada do Messias prometido. Seu cântico ficou conhecido como Magnificat:



"A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador; porque atentou na condição humilde de sua serva; desde agora, pois, todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o Poderoso me fez grandes coisas; e santo é o seu nome. E a sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem. Com o seu braço agiu valorosamente; dissipou os soberbos no pensamento de seus corações. Depôs dos tronos os poderosos, e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, e despediu vazios os ricos. Auxiliou a Israel seu servo, recordando-se da sua misericórdia; como falou a nossos pais, para com Abraão e a sua descendência, para sempre."  Lucas 1:46-55



Embora tivesse "sangue azul", pois pertencia à dinastia de Davi, Maria viveu na simplicidade e no anonimato, casada com um operário braçal. O trono antes ocupado por seus ancestrais, agora era ocupado por um rei marionete do império romano, cujo nome era Herodes. Seu povo vivia sob a tirania imperial. Maria era virgem, mas não ingênua. Humilde, mas não idiota. Santa, não alienada. 


A imagem que construiu-se de Maria não faz jus à sua postura subversiva expressada neste cântico. A jovem desposada com José era uma adolescente questionadora, com um espírito rebelde e revolucionário. Sua alma anelava por mudanças. Ao receber o anúncio trazido por Gabriel, ela soube que o ente gerado em seu ventre era a resposta aos seus anelos. 

Como que vislumbrando o futuro, Maria declarou profeticamente que Deus havia deposto os poderosos do trono, e elevado os humildes. Ela fala como alguém que vivia além do seu próprio tempo. Era como se fosse uma visitante proveniente do futuro. Pra ela, tais fatos não aconteceriam um dia, mas já teriam acontecido. Deus já teria enchido de bens os famintos, e despedido vazios os ricos. Se isso não é uma revolução social, o que é, então? Os defensores do status quo preferem espiritualizar passagens como esta, para que se encaixem em sua agenda ideológica e política. Porém, a jovem Maria não está falando de coisas estritamente espirituais, mas concretas, abrangendo a realidade sócio-econômica, política e cultural. 

O nascimento de Jesus anunciava que o tempo havia sido subvertido, e o futuro invadira o presente. Aquele que Se apresenta como o Princípio e o Fim, agora vive em nosso meio. A ordem predominante teria que ser colapsada para dar vazão ao Reino de Deus. A revolução há muito esperada fora deflagrada, e aquele seria, definitivamente, um caminho sem volta. Nunca mais o mundo seria como antes. 

Como todo subversivo que ameaça o establishment, Maria teve que exilar-se com seu filho e esposo no Egito, onde viveram na clandestinidade até o momento designado por Deus.

Pelo cântico que compôs, dá para inferir que valores Maria teria transmitido para seu Filho. 

Com o tempo, o cristianismo deixou sua marginalidade essencial, para tornar-se em religião oficial. Maria deixou de ser vista como subversiva, para tornar-se numa espécia de padroeira do status quo. Domesticaram a mãe do Salvador.  Desproveram-na de sua rebeldia. Tornaram-na inofensiva. O mesmo fizeram com a igreja cristã, que deu as costas aos pobres, humildes e oprimidos, para aliar-se aos poderosos.

Se quisermos ver as profecias de Maria cumpridas, temos que dar meia-volta, trair nossos laços com os interesses econômicos e políticos, e abraçar nossa vocação subversiva. Se Maria estava certa, e de fato, anteviu o futuro, isso eventualmente acontecerá. E quando ocorrer, o Natal passará a ser celebrado como uma data revolucionária, como é a celebração da revolução francesa ou da inconfidência mineira. 

Literatura Fundamental 68 - Luiz Gama - Ligia Fonseca Ferreira

Literatura Fundamental 69 - Clarice Lispector - Marília Librandi

Literatura Fundamental 70 - Victor Hugo - Maria Lúcia Dias Mendes

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

NATAL CONFORME A NATA DE CADA ALMA


Paulo disse que não era mais para se guardar festas religiosas como se elas carregassem virtude em si mesmas.


Assim, as datas são apenas datas, e as mais significativas são aquelas que se fizeram história, memória e ninho em nós.

Ora, o mesmo se pode dizer do Natal, o qual, na “Cristandade”, celebra o “nascimento de Jesus”, ou, numa linguagem mais “teológica”, a Encarnação.

No entanto, aqui há que se estabelecer algumas diferenciações fundamentais:

1. Que Jesus não nasceu no Natal, em dezembro, mas muito provavelmente em outubro.

2. Que o Natal é uma herança de natureza cultural, instituída já no quarto século. De fato, o Natal da Cristandade, que cai em dezembro, é mais uma criação de natureza constantiniana, e, antes disso, nunca foi objeto de qualquer que tenha sido a “festividade” da comunidade dos discípulos originais.

3. Que a Encarnação, que é o verdadeiro natal, não é uma data universal — embora Jesus possa ter nascido em outubro —, mas sim um acontecimento existencial que tem seu inicio em nós quando cremos que Deus estava em Cristo, e se renova em nós cada vez que vivemos no amor de Deus, confiantes na Graça da Encarnação e na Encarnação da Graça: Jesus, o Emanuel.

4. Que embora o Natal da Cristandade não seja nada além de uma celebração religiosa e sincrética, nem por isso ele faz mal a quem o celebra como quem come o pão e bebe o vinho do Amor de Deus em Sua Encarnação. Isso porque, como qualquer outra coisa, o que empresta sentido às coisas não são as coisas em si mesmas, mas o olhar de quem nelas projeta, simbolicamente, o seu próprio coração.

Assim, que cada um tenha o Natal que em si mesmo tiver sido gerado!

O meu é todo dia, pois, a cada dia vivo apenas porque creio que Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo.

Do contrário, para mim não haveria natal, posto que um homem como eu já não encontra ilusões viáveis como paliativo e auto-engano para a existência.

Por isso digo: sem o meu natal de fé em Cristo, sobraria apenas o meu funeral de tristeza.

Há quem faça um natalzinho existencialmente do tipo “Casas Bahia”.

Há quem o torne algo tão “exato” que não o celebrar é como não comparecer ao “Aniversário de Jesus”.

Há quem não o celebre por julgá-lo uma festa pagã.

E há também quem o denuncie de modo estapafúrdio, como um certo “apóstolo” que, desejando “teologizar” — coisa, para ele, mais difícil do que boi voar —, disse que a Encarnação não é para ser celebrada, mas apenas a Ceia do Senhor. E concluiu que quem celebra a Encarnação celebra o Primeiro Dia em vez de celebrar o Sétimo. Assim, conclui ele, tal pessoa voltou atrás. E isso tudo sem lembrar que João diz que todo espírito que não confessa a Encarnação não procede de Deus, pois é espírito do anticristo, o qual já está no mundo, e, segundo João, “procede do meio de nós”.

Sem Encarnação, Aquele que morreu e ressuscitou não poderia dizer: “Vede! Um espírito não tem carnes nem ossos, como vedes que eu tenho!”

Sem começo, não há fim. Portanto, tratando-se de Deus, Alfa e Ômega são a mesma coisa, pois Aquele que é é, e nEle não se pode m separar eventos que salvam e eventos que não salvam. E isso por uma única razão: Quem salva é Ele, e não pedaços dEle!

Portanto, como todos os dias, celebre seu natal com a gratidão dos filhos da Graça que se encarnou como manifestação de uma reconciliação que já estava feita antes de acontecer na História, visto que o Cordeiro de Deus já havia sido imolado desde antes da fundação do mundo.

Portanto, não há nada tão final quanto o próprio começo de tudo!


NEle,



Caio

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O Natal numa perspectiva RADICALMENTE subversiva



Por Hermes C. Fernandes

Natal é a história de um Deus que Se esvazia, abre mão de Sua glória, para sair ao encontro de Sua criatura extraviada.

Nesta época do ano, muitos textos são usados como base para os sermões natalinos. Amo todos eles. Gosto dos detalhes oferecidos por Lucas. Aprecio a ponte que Mateus faz entre os acontecimentos e as profecias. Inspiro-me na ousadia de João ao expor a origem divina e atemporal do Messias. Mas para mim, o texto que melhor revela o propósito do Natal foi escrito por Paulo e está registrado em Filipenses, capítulo 2.

Paulo não se atém ao significado da encarnação de Cristo para os homens, mas aborda o seu significado para o próprio Cristo.

De acordo com o apóstolo, devemos ter “o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus”(v.5). A partir desta admoestação, Paulo nos abre um leque, descortinando-nos o que representou tal experiência para Jesus.

1 – “Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus...” – Para nos redimir, Cristo teve que tomar a contramão. O pecado inaugural foi ceder ao apelo da serpente que dizia: “Sereis como Deus...” (Gn.3:5b). Para reverter isso, Jesus teve que recapitular a mesma história, embora em cenários diferentes (Adão foi tentado num jardim, cerca de árvores frutíferas, e caiu. Jesus foi tentado no deserto, depois de quarenta dias sem comer, e resistiu). Diferente do primeiro homem, Ele não usurpou ser igual a Deus, ainda que fosse “em forma de Deus”. Em vez de agir com autonomia, Ele preferiu colocar-Se numa posição de total dependência do Pai, obedecendo-O em tudo (Jo.8:28-29; 12:49).

2 – “...mas a si mesmo se esvaziou...” – Lá estava Ele, deitado numa manjedoura, chorando como um bebê qualquer. Deus vazio! Deixou Seu trono de glória para hospedar-Se por nove meses no ventre de uma mulher. O Deus Onipresente confinado e protegido numa placenta, nadando no líquido amniótico. O Criador dos buracos negros, das passagens dimensionais existentes no Cosmos, teve que passar pela mesma fresta apertada por onde todo ser humano passa num parto natural. O ambiente em que nascera era fétido, sem as mínimas condições higiênicas que oferecessem conforto e segurança, tanto à parturiente, quanto ao recém-nascido. Em vez de cânticos angelicais, o que se ouviu foi o barulho característico dos animais que ali eram guardados. O Deus que fez os céus e a terra, e que mantém cada partícula do Universo pela Palavra do Seu poder, agora estava ali, frágil, vulnerável, inaugurando Seus pulmões com um choro estridente. Quem deve ter dado aquela palmada básica no bumbum do Deus menino? Não havia nenhum obstetra de plantão em Belém! Nem mesmo uma parteira experiente. É plausível acreditar que o próprio José tenha feito o trabalho, aparando o menino.

Se a hipótese do zoólogo alemão Ernst Haeckel for verdadeira, então, ao esvaziar-se, tornando-se um embrião, Jesus recapitulou todos os estágios evolutivos pelos quais a humanidade e cada ser vivo vertebrado passou desde seu surgimento na terra. Segundo esta teoria, a ontogonia recapitularia a filogenia, isto é, o desenvolvimento de um organismo refletiria exatamente o desenvolvimento evolucionário das espécies. Isso explicaria a razão pela qual o embrião humano passaria por etapas em que aparentaria um peixe, dotado de guelras, e, num estágio posterior, um réptil dotado de cauda, ambos desaparecendo antes de chegar à etapa anterior ao nascimento. Durante os primeiros estágios, todos os vertebrados seriam idênticos. A comprovação desta teoria redimensionaria a compreensão que temos do mistério da encarnação de Cristo, e encontraria eco no ensino paulino de que Ele assumiu a totalidade da criação em Si mesmo a fim de reconciliá-la com Deus. Sua encarnação, portanto, visaria a redenção de toda a criação, incluindo o processo evolutivo pelo qual houvesse passado ao longo das eras. 

3 – “...tomando a forma de servo...” – Jesus Se identificou com as camadas mais pobres da sociedade. Embora pertencente a uma estirpe real (por isso era chamado “Filho de Davi”), teve que trabalhar desde cedo, aprendendo o ofício de Seu pai adotivo. Aquele que modelou as montanhas e os vales da Terra, que plantou as grandes florestas tropicais, agora tinha que aprender a arte da carpintaria.

4 – “...fazendo-se semelhante aos homens...”- Ele não era um embuste. Era 100% humano (embora em Sua essência fosse 100% Deus). Por isso, teve fome e sede, como demonstrado na tentação no deserto (Mt. 4). Se não fosse assim, Sua cruz seria uma encenação, e Sua morte teria sido a maior trapaça de que se tem notícia. A única coisa que O diferenciava dos demais humanos era o fato de jamais ter pecado (Hb.4:15).

5 – “E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo...” – Do Trono Celestial para o ventre de Maria. Do ventre para a manjedoura. Da manjedoura para a vida serviçal. De lá para o deserto. Do deserto para as ruas empoeiradas dos subúrbios da Galiléia. Sua próxima escala antes da Cruz seria a bacia. Numa atitude inusitada, Jesus toma uma bacia e uma toalha, despe-Se aos olhos dos Seus discípulos, e lava-lhes os pés. Aquela era uma tarefa para os escravos. Aquele que criara os oceanos, e projetara as mais lindas praias, agora usava uma bacia rasa para banhar os pés calejados dos Seus discípulos. Antes que as autoridades judias e romanas O humilhassem publicamente, Ele humilhou-Se a Si mesmo.

6 – “...sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” – Sua próxima parada seria um jardim. Um cenário bem parecido com aquele em que o primeiro homem preferiu rebelar-se contra o seu Criador. Jesus, o segundo Adão, tinha a oportunidade de reverter a maldição, obedecendo a Deus até as últimas conseqüências, abrindo mão de Sua própria vida. A atenção do Universo se voltou para aquele lugar. Era o momento decisivo. Jesus sofreria Sua última tentação. Enquanto Seus discípulos dormiam, deu-se o embate mais importante da história do Cosmos. O destino de cada partícula subatômica dependia do resultado desse embate. Os pássaros silenciaram-se. O vento aquietou-se. Os anjos prenderam a respiração. Suspense! Jesus pondera e apela: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice!” Os anjos engoliram a seco. E agora? Deixem que o Filho de Deus complemente Seu pedido: “Todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt. 26:39). Onde o homem falhou, o Novo Homem venceu. O caminho da redenção estava aberto. O cosmos respirou aliviado. O que já houvera sido decidido na Eternidade, agora encontrou eco dentro do tempo e do espaço. A obediência de um reverteu para sempre o efeito causado pela desobediência de outro (Rm.5:19). 

7 – “Pelo que Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Cristo Jesus é o Senhor, para glória de Deus Pai”(vv.9-11). Percebe que Paulo omite a ressurreição e a ascensão de Cristo? Da Cruz, ele vai direto para a exaltação. Por que? Alguém poderá dizer que aqui estão subentendidos tanto a ressurreição, quanto a ascensão. Pode ser que sim. Mas prefiro acreditar que Paulo percebeu que a exaltação de Cristo Se deu na Cruz. Não estou diminuindo o peso da ressurreição. Apenas demonstrando que o que deveria ser considerado vergonhoso, Deus declarou como o mais glorioso evento da História. Foi lá no madeiro que Deus fez convergir em Cristo todas as coisas, tanto as que estão nos céus, quanto as que estão terra (Ef.1:10; Cl.1:20). Foi também lá que Ele triunfou e despojou os principados e potestades, expondo-os publicamente ao desprezo (Cl.2:15). Foi na Cruz que Deus O exaltou! Sua ressurreição e ascensão são conseqüência desta exaltação. Mesmo em Seu corpo glorioso, as cicatrizes dos cravos são mantidas. E não duvido que abaixo da coroa de glória, ainda se vêem as cicatrizes deixadas pela coroa de espinho. Essa é a Sua glória! Quando Jesus pediu ao Pai que lhe restituísse a glória que tinha antes da fundação do mundo, Ele estava falando da glória da Cruz, pois o Cordeiro foi morto antes dos tempos eternos. A Cruz não foi um acidente de percurso. A Cruz é eterna! Por isso, na visão de João em Apocalipse, o trono de Deus é ocupado por um Cordeiro “como tendo sido morto”.

É na Cruz que o tempo e a eternidade se cruzam. O Cronos e o Kairós contraem matrimônio. Do ponto de vista histórico, não se pode dissociar a cruz da manjedoura. Aqueles que afirmam que não devemos celebrar o Natal de Jesus, mas unicamente a Sua morte, estão cometendo um grande engano. Ser inimigo da manjedoura é também ser inimigo da Cruz (Fp.3:18).

Feliz Natal a todos que o celebram com o mesmo sentimento que houve em Cristo.

sábado, 20 de dezembro de 2014

O GRANDE DITADOR VEM AÍ!


2006 foi um ano que terminou enforcado!

Hoje é o 1º dia de 2007!
O que será 2007? O que nele nos aguarda?
2006 terminou com Saddam na eternidade!
 
Já não está entre os humanos o “monstro” deste início de século 21. Entretanto, Saddam enforcado é muito mais forte do que Saddam preso. Saddam enforcado vira demônio, vira “jean”...— um demônio na versão popular dos árabes; isso para os que vêem a vida como ele via.
Saddam pendurado pela corda amarra a imaginação do mundo
“civilizado” ao seu próprio veredicto. Eles, os iraquianos, mataram em nosso nome.
O que isto produziu e produzirá nas camadas do inconsciente coletivo mundial, sinceramente, eu não sei.  Mas produzirá um grande volume...
2007 parece carregar um alívio em relação aos pesos de 2006. Entretanto, ao mesmo tempo, dá a sensação de que daqui pra frente cada ano é de importância essencial para o futuro humano e do planeta.
A humanidade não tem mais tempo. O prazo esgotou-se...!
O machado está posto à raiz da Terra. O tronco humano está sob a ameaça de ser cortado...
Faz tempo que tenho ecoado a voz dos profetas da Bíblia e dos profetas da ciência... Tempo demais. Entretanto, mesmo clamando à semelhança de milhões de outros, não vejo mudança alguma que nos afaste de nosso próprio juízo.
O que temos diante e adiante de nós?
Não corremos apenas o risco de acabar com a humanidade conforme a conhecemos. Não! Nossa situação é pior: podemos acabar com a Terra conforme ela nos foi entregue. Sim! Temos o trágico poder inercial de acabar com o mundo e com o Planeta... Basta continuarmos existindo e comendo da energia da qual nos alimentamos...— que tudo de ruim acontecerá conosco.
Ah! Quem dera! Sim! Quem dera a humanidade adiasse para sempre o Apocalipse!
Ah! Quem dera! Sim! Quem dera a humanidade alegra-se a Deus descumprindo todas as profecias trágicas mediante a prática do bem!
Ah! Quem dera! Sim! Quem dera a humanidade alegrasse os profetas da Bíblia provando-os errados e negativos — pois, tivéssemos nós vivido para contradizê-los mediante a conversão de nossos caminhos!
Mas não é assim...
O cenário que se cria é de gravidade tão grande que somente um Ditador Mágico e Supra Ideológico poderá ter os “poderes” para parar o processo.
A Terra e a Humanidade estão prontos para “um novo líder” — diria o “Seu Jorge” — e quem vem no poder da mentira, do engano e por meio de sinais e prodígios, conforme a humanidade entende essas coisas AGORA; e não conforme os homens da Bíblia entendiam “sinais e prodígios” no passado.
Eleições não resolverão o problema da Terra. Chegará a hora em que o Espinheiro reinará sobre todas as árvores do mundo.
Ele, o Espinheiro, será o Anti-Árvore-da-Vida!
Pressa! Pressa! Pressa! — é o clamor da humanidade consciente.
O Grande Ditador chegará com a agilidade necessária!
O mundo não tem mais tempo para a democracia...
O Grande Ditador emergirá da Grande Calamidade!
A gravidade será tanta em no máximo dez anos, que os próprios homens pedirão uma Única Ordem.
O sistema já é uno na inter-conectividade potencial...
Agora as premências da sobrevivência determinarão a unificação de um projeto global.
Ninguém desejará um ditador. Não! O Ditador será uma necessidade, não um capricho ou uma escolha ideológica.  Simplesmente será por não poder deixar de ser...
O que sei é que a cada ano mais nos aproximamos dessa
data. Sim! Vem a hora em que tal coisa será inadiável...
Nós estamos aqui. Frente a frente com tal
presente-futuro. E, para nós, tais coisas acontecem como
manifestação da natureza humana cumprindo o que a
Escritura definiu como profecia apenas porque antes
discerne o tipo de natureza da qual somos feitos...
 
Palavra para muita, muita gente mesmo. É tudo o que
quero para mim mesmo. Não tenho outros planos. Meus
sonhos são todos de olhos bem abertos; amando e beijando
os vivos; enquanto luto pelo adiamento do enforcamento
da humanidade saddamizada.
 
Em Saddam, estranhamente, a humanidade assinou seu
próprio veredicto!
 
Sim! Ou é a Forca, o Estrangulamento Global; ou o Grande
Ditador!
 
Não sei por que estou escrevendo isto. Sentei aqui no
jardim pra ver as flores e os pássaros — e acabei
escrevendo o que escrevi. Deus sabe!
 
Um beijo a todos!
 
Nele, que é Senhor de todas as Eras,
 
Caio
 
                        1/01/07
                        Segunda-feira
                        Lago Norte
                        Brasília

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós!



“Que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo, e que deixes livres os quebrantados, e despedaces todo jugo...” ISAÍAS 58:6


“Liberdade não é meramente tirar as correntes de alguém, mas sim viver de uma forma que respeita e aumenta a liberdade dos outros”.
NELSON MANDELA


Não temos o direito de restringir a liberdade de quem quer que seja. O mandamento de Deus é claro: “Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás” (Lv. 19:13). Toda opressão é roubo, pois é privação da liberdade, um dos mais importantes direitos humanos.

A presença do Espírito Santo visa disseminar a genuína liberdade no Mundo, pois“onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Co.3:17). Não apenas liberdade no sentido de “ir e vir”, mas liberdade no sentido de não viver debaixo de jugo algum, nem espiritual, nem emocional, nem social.

Toda opressão é contrária à justiça do Reino de Deus. Ninguém tem o direito de oprimir seu próximo, ou explorá-lo, servindo-se de seu trabalho, sem lhe dar paga alguma.

O que mantém as pessoas sob opressão ou escravidão é a falta de conhecimento. Somente o conhecimento da verdade é capaz de produzir plena liberdade. Foi Cristo quem anunciou: "Conhecereis a verdade, a verdade vos libertará". E Ele mesmo Se identifica como "a verdade". É por Ele que conhecemos nossa condição espiritual e somos desafiados a transcendê-la. Devemos, portanto, conhecer, não apenas à Sua pessoa, ou à Sua doutrina, mas também à Sua obra, e ao Seu modus vivendi.

Sua morte vicária na Cruz foi a carta de alforria assinada com o Seu próprio sangue. Estamos finalmente livres! Ninguém mais tem o direito de dominar-nos a seu bel-prazer. Infelizmente, nem todos têm acesso a esta poderosa verdade, e por isso, aceitam passivamente a exploração e a servidão.

Imagine que depois de tanto tempo que a Lei Áurea foi assinada pela Princesa Isabel, ainda haja gente trabalhando em regime de escravidão em nosso País. Esta é uma triste realidade. Pessoas trabalham por comida e estadia. São exploradas, privadas de sua dignidade, e se não produzirem o exigido por seus senhores, são submetidas aos mais severos castigos. O fato é que tais “senhores” se aproveitam da ignorância de seus “criados”, para mantê-los sob seu ferrenho domínio.

A morte de Cristo atribui dignidade a todo ser humano independente de raça, cor, religião ou sexo. “Cristo nos libertou para que sejamos de fato livres” (Gl.5:1a). Não podemos nos colocar “debaixo de jugo de escravidão”.

Essa liberdade deve ser partilhada com nosso semelhante. E isso fazemos quando proclamamos “liberdade aos cativos” (Is.61:1b), e trabalhamos para que toda estrutura injusta de domínio seja denunciada desbaratada.

Paulo nos informa que o fim desta Era virá quando Cristo “tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver destruído todo domínio, e toda autoridade e todo poder. Pois convém que ele reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo dos seus pés” (1 Co. 15:24-25). E será através da ação profética/social da igreja, que tais estruturas serão destruídas.

Isso nos coloca numa posição marginal/subversiva neste mundo. Estamos no ramo de demolição de estruturas de poder. Não as demolimos com armas carnais, e sim espirituais e poderosas em Deus (Confira 2 Co.10:4). Não precisamos nos engajar numa luta arma, numa revolução militar, política ou ideológica. As estruturas de poder ruirão depois que forem fragilizadas pela infiltração da verdade. Resistência, denúncia, profetismo, ação social e discipulado são algumas das munições usadas por nossas armas espirituais.

Não podemos nos aliar aos poderes deste mundo, ainda que estejamos, por ordem divina, submetidos às autoridades constituídas. Devemos lealdade unicamente a Cristo e ao Seu Reino. Quando nos aliamos aos poderes deste mundo, estamos traindo nosso chamado. Vale aqui a exortação do salmista:

“Até quando defendereis os injustos, e tomareis partido ao lado dos ímpios? Defendei a causa do fraco e do órfão; protegei os direitos do pobre e do oprimido. Livrai o fraco e o necessitado; TIRAI-OS DAS MÃOS DOS ÍMPIOS. Eles nada sabem, e nada entendem. Andam em trevas”. SALMOS 82:2-5a

Paulo faz coro com esta verdade, ao declarar que “os poderosos deste mundo” estão destinados a serem aniquilados, pois nenhum deles conheceu a verdadeira sabedoria,“pois se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória” (1 Co.2:6,8). Por isso, o salmista diz que “eles nada sabem, e nada entendem”. Aliar-se a tais poderes, é o mesmo que aliar-se a algo destinado a ser completamente aniquilado. Devemos, como povo de Deus, optar pelos oprimidos, pelos fracos, pelos explorados, pelos excluídos, pelos pobres, pelas minorias.

Até quando as igrejas cristãs se manterão aliadas aos poderosos? Até quando aqueles que alegam representar Cristo na Terra vão continuar se promiscuindo com os opressores? Não há meio termo. Quem deseja viver e propagar a justiça do Reino, tem que fazer uma opção pelos oprimidos, e não pelos opressores. Tal qual Cristo, devemos optar pelos excluídos, os menos favorecidos, e trabalhar para tirá-los das mãos dos seus algozes.

O sábio rei declarou: “Informa-se o justo da causa dos pobres; mas o ímpio não quer saber disso” (Pv. 29:7). O ímpio está sempre “lavando as mãos”, como fez Pilatos. Ele prefere omitir-se, em vez de tomar posição em favor dos menos favorecidos.

Tanto os profetas, quanto os apóstolos, aliaram-se às camadas mais necessitadas, em vez de se aliaram aos poderosos. Por isso, eram considerados subversivos, e foram duramente perseguidos.

Contrário a qualquer tipo de discriminação social, Tiago escreve: “Se na vossa reunião entrar algum homem com anel de ouro no dedo, e com trajes de luxo, e entrar também algum pobre andrajoso, e atentardes para o que tem os trajes de luxo, e lhe disserdes: Assenta-te aqui em lugar de honra, e disserdes ao pobre: Fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do estrado dos meus pés, não fazeis distinção entre vós mesmos, e não vos tornais juízes movidos de maus pensamentos? Ouvi, meus amados irmãos: Não escolheu Deus aos que são pobres aos olhos do mundo para serem ricos na fé e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam? Mas vós desonrastes o pobre. Não são os ricos os que vos oprimem e vos arrastam aos tribunais?” (Tg.2:2-6). Fica claro nessa passagem que o próprio Deus prioriza o pobre, o oprimido, o necessitado.

Temos a obrigação de livrar o fraco e o necessitado. Alguém precisa falar-lhe da verdade libertadora do Evangelho. Alguém tem que contar-lhe da dignidade que Cristo lhe conferiu. “Glorie-se o irmão de condição humilde na sua alta posição. O rico, porém, glorie-se na sua insignificância, porque ele passará como a flor da erva”(Tg.1:9-10).

Uma revolução está a caminho, mas que não demandará derramamento de sangue, nem violência. Será a revolução do amor, da paz e da justiça.

“Assim diz o Senhor: Exercei o juízo e a justiça, e livrai o oprimido das mãos do opressor. Não oprimais mais ao estrangeiro, nem ao órfão, nem à viúva, e não façais violência, nem derrameis sangue inocente neste lugar.” JEREMIAS 22:2

Violência gera violência. Não se apaga fogo com fogo. Devemos transformar nossas armas em arados, e qualquer desejo de vingança em perdão. A profecia messiânica diz que Cristo “exercerá o seu juízo entre as nações, e repreenderá a muitos povos. Estes converterão as suas espadas em arados e as suas lanças em podadeiras. Não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerra”(Is.2:4). Eis nossa esperança!

“Assim diz o Senhor dos Exércitos: Executai justiça verdadeira; mostrai bondade e misericórdia cada um a seu irmão. Não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente o mal cada um contra o seu irmão em seu coração”.ZACARIAS 7:9-10

As viúvas e os órfãos representam para nossa sociedade as classes desassistidas, aqueles para os quais a corda rompe primeiro. Nossa sociedade está cheia de órfãos de pais vivos. Nossas crianças e adolescentes estão crescendo sem qualquer assistência. Embora o Estatuto da Criança e do Adolescente represente um avanço considerável, precisamos de políticas mais eficazes, que promovam uma educação de qualidade para nossos filhos. O que será de uma geração inteira que cresceu aos cuidados da babá eletrônica?

E quanto aos nossos velhos? Até quando morrerão nas filas do INSS? São viúvos do Estado. Estão entregues à própria sorte.

O estrangeiro representa o diferente, o pertencente a outra realidade, outra crença, outra ideologia. É triste constatar como os imigrantes brasileiros são explorados no Exterior. Geralmente, trabalham por menos que o salário mínimo do país.

Uma etnia não tem o direito de dominar pessoas de outra etnia. Não há raças superiores, nem física, intelectual, ou espiritualmente.

Também é triste assistir ao crescimento dos bolsões de miséria, das favelas e guetos, habitados por aqueles que deixaram seus rincões, no afã de obterem melhores oportunidades na cidade grande.

“O estrangeiro não afligirás, nem o oprimirás, pois estrangeiros fostes na terra do Egito.” ÊXODO 22:21 
“Como o natural entre vós será o estrangeiro que peregrina convosco. Amá-lo-eis como a vós mesmos, pois fostes estrangeiros na terra do Egito. Eu sou o Senhor vosso Deus.” LEVÍTICO 19:34 
“Pois o Senhor vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno. Ele faz justiça ao órfão e à viúva, e ama o estrangeiro, dando-lhe alimento e vestes. Amai o estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egito.” DEUTERONÔMIO 10:17-19

Deus apela à compaixão. Só podemos nos compadecer daquele que passa por algo pelo qual um dia passamos. Somos um país de imigrantes. Quem não é imigrante, é, no mínimo, filho, neto ou bisneto de imigrante. Os únicos que têm suas raízes fincadas nesta terra há mais tempo são os indígenas. Os demais descendem de europeus, africanos e orientais. Portanto, antes de agirmos com preconceito, ou explorarmos mão-de-obra estrangeira, lembremo-nos de nossos ancestrais.

O trato que Deus ordenou que Seu povo dispensasse ao estrangeiro era de tal ordem, que é usado como referência para o trato que devemos dispensar a nossos irmãos, quando estes atravessarem alguma dificuldade econômica:

“Quando teu irmão empobrecer e as suas forças decaírem, sustentá-lo-ás como a um estrangeiro ou peregrino, para que viva contigo.”LEVÍTICO 25:35

Quem diria... Em vez de o estrangeiro ser tratado como irmão, o irmão que deveria ser tratado como estrangeiro. Porém, hoje, tratar um irmão como se fosse um estrangeiro, seria considerado um total descaso, dado o desprezo com que tratamos àqueles que consideramos diferentes de nós.

Se amamos a liberdade, devemos promovê-la, ainda que isso nos custe a privação momentânea desta mesma liberdade.

Fonte - Blog de Hermes C. Fernandes

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Graça, prazer e dever


Por Hermes C. Fernandes


Voltemos ao texto que narra o retorno de Davi a Jerusalém. De repente, quem sai ao seu encontro? Mefibosete, neto de Saul. Aquele que Ziba acusara de estar conspirando contra Davi para ocupar seu trono. O texto diz que sua aparência era de alguém em grande abatimento:
“Não tinha cuidado dos pés, nem feito a barba, nem lavado as vestes desde o dia em que o rei saíra até o dia em que voltou em paz. Chegando ele a Jerusalém a encontrar-se com o rei, este lhe perguntou: Por que não foste comigo, Mefibosete?” (2 Sm.19:24-25).
Percebe-se que o rei ainda estava triste pela ausência de Mefibosete durante o tempo de maior crise do seu reino. Será que ele realmente havia conspirado contra Davi? Será que Ziba havia dito a verdade? Estaria ele esperando que o trono de Saul lhe fosse devolvido?
“Respondeu ele: Ó rei meu senhor, o meu servo me enganou. O teu servo dizia: Albardarei um jumento, e montarei nele, e irei com o rei; pois o teu servo é coxo. Demais disto ele falsamente acusou o teu servo diante do rei meu senhor. Porém o rei meu senhor é como um anjo de Deus; faze, pois, o que bem te parecer. Toda a casa de meu pai não era senão de homens dignos de morte diante do rei meu senhor, mas puseste a teu servo entre os que comem à tua mesa. Portanto, que direito tenho de clamar ao rei?” (vv.26-28).
Eis aqui alguém que de fato entendeu o significado da palavra “Graça”. Embora Mefibosete pudesse representar uma ameaça ao trono de Davi, dada a sua condição de descendente direto de Saul, Davi o acolheu em seu palácio. E isso por conta da aliança que Davi fizera com o pai de Mefibosete, Jônatas. Foi por amor a ele, que Davi resolveu correr todos os riscos, trazendo Mefibosete pra debaixo do seu teto.

Ele agora perdera tudo. Por causa de uma calúnia, Davi transferira para Ziba todos os seus bens. Mas mesmo assim, Mefibosete não se vê no direito de reclamar. Para ele, já era um privilégio sentar-se entre os príncipes, mesmo sendo neto do maior inimigo de Davi. Bastava-lhe a satisfação de reencontrar o rei em seu retorno a Jerusalém.

Com a cabeça mais fria, sem estar debaixo da mesma pressão que estava naquele dia, Davi responde: “Por que falas ainda de teus negócios? Já decidi: Tu e Ziba repartireis as terras” (v.29). Foi esta a maneira que Davi arrumou pra tentar consertar as coisas. Metade pra um, metade pro outro. Estando bom para ambas as partes... De repente, Mefibosete o interrompe e diz: “Que ele fique com tudo, uma vez que o rei meu senhor já voltou em paz a sua casa” (v.30).

Ainda existem homens como Mefibosete entre nós. São poucos. Na verdade, são raríssimos. Mas são frutos de uma consciência tomada pela Graça. Homens que não fazem questão de nada, cujo coração está inteiramente no Rei, e não nas benesses que possam receber.

Barzilai, o prazer de servir por servir

Embora já tenhamos falado de sete homens que se revelaram durante o tempo de crise no reino de Davi, gostaria de fazer um acréscimo, um oitavo tipo representado por Barzilai.

O texto diz:
“Também Barzilai, o gileadita, desceu de Rogelim, e passou com o rei o Jordão, para acompanhá-lo ao outro lado do rio. Ora, Barzilai era muito velho, da idade de oitenta anos. Ele tinha sustentado o rei, quando este estava em Maanaim, pois era homem muito rico. Disse o rei a Barzilai: Passa tu comigo e eu te sustentarei em Jerusalém. Porém Barzilai disse ao rei: Quantos serão os dias dos anos da minha vida, para que suba com o rei a Jerusalém? Da idade de oitenta anos sou eu hoje. Poderia eu discernir entre o bom e o mau? Poderia o teu servo ter gosto no que come e no que bebe? Poderia eu ainda ouvir a voz dos cantores e das cantoras? Por que seria o teu servo ainda pesado ao rei meu senhor? Com o rei irá teu servo ainda um pouco mais além do Jordão. Por que o rei me daria tal recompensa? Deixa voltar o teu servo, para que eu morra na minha cidade junto à sepultura de meu pai e de minha mãe. Mas aqui está o teu servo Quimã. Passe ele com o rei meu senhor, e faze-lhe o que bem parecer aos teus olhos” (2 Sm.19:32-37).
Mesmo avançado em idade, Barzilai poderia ter-se aproveitado da situação para desfrutar a reta final de sua vida em grande estilo, transitando pelos corredores do poder, comendo à mesa com o rei. Mas em vez disso, preferiu ceder seu lugar a outro. Sua postura nos remete à recomendação de Paulo: "Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros"(Rm.12:10).

Barzilai representa aqueles que servem pelo prazer de servir, sem esperar nada em troca. Aqueles que, como Jesus ensinou, não deixam que a mão esquerda saiba o que fez a direita. Tudo o que fazem, fazem-no por amor, e amor totalmente despretensioso, sem interesses ocultos.

Davi ficou profundamente sensibilizado com a atitude de Barzilai. De maneira que respondeu: “Quimã passará comigo, e eu lhe farei como bem parecer aos teus olhos. E tudo o que me pedires te farei. Havendo todo o povo passado o Jordão, e passando também o rei, beijou o rei a Barzilai, e o abençoou, e Barzilai voltou para o seu lugar. Dali passou o rei a Gilgal, e Quimã passou com ele” (vv.38-40a).

Davi jamais se esqueceria do bem que aquele ancião lhe fizera no momento mais crítico de sua vida (2 Sm.17:27-29). Uma vez que ele se recusava a ser recompensado, transferindo esta honra a outro, Davi prontamente o atendeu. E não apenas acolheu a Quimã, mas tratou de estender o benefício a todos os filhos de Barzilai.

Em seu leito de morte, enquanto se despedia de Salomão, Davi recomendou: “Porém com os filhos de Barzilai, o gileadita, usarás de benevolência e estarão entre os que comem à tua mesa, porque assim se houveram comigo, quando eu fugia por causa de teu irmão Absalão” (1 Reis 2:7).

Mesmo que Berzilai não fizesse questão de nada, Davi soube preservar sua gratidão.

Berzilai era um homem voltado para o futuro. Não propriamente o seu futuro, uma vez que estava velho e prestes a partir, mas o futuro de sua descendência. Recusar-se a receber aquela honra foi fator decisivo para que sua descendência fosse preservada no futuro.

Mídia Sem Máscara na TV - Programa 16

Mídia Sem Máscara na TV - Programa 17

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O tempo se incumbe de revelar o valor de seu trabalho




Por Hermes C. Fernandes

A professora havia passado um trabalho para turma que deveria ser feito em dupla. O trabalho consistia numa entrevista com a aplicação de um teste psicológico que deveriam ser transcritos e entregues valendo a nota da última prova do período. Como havia feito o trabalho anterior em companhia de uma colega, resolvemos manter a dupla neste novo trabalho. Afinal de contas, a nota tirada antes foi um generoso 9 (poderia ter sido 10 caso a colega não houvesse se esquecido de incluir a conclusão).

Como a colega alegou que estaria sobrecarregada e não poderia dedicar-se ao trabalho, resolvi fazê-lo sozinho, porém, sem excluir seu nome.

Em pleno dia do meu aniversário, dediquei-me inteiramente à transcrição da entrevista e do teste, bem como à análise psicológica dos mesmos. Nem sequer pude sair com a família para comemorar meu aniversário. Informei à colega que teria que entregar o trabalho antes do prazo, pois no dia marcado estaria super ocupado. Ela pediu que enviasse para ela o trabalho para que ao menos imprimisse, já que não havia colaborado em nada até ali. Preferi imprimir, encadernar e entregar pessoalmente à professora. Porém, enviei uma cópia por e-mail para sua apreciação.

Já era madrugada quando recebi seu recado dizendo-se profundamente insatisfeita com o trabalho. Segundo ela, eu havia feito tudo errado e isso resultaria numa nota baixa para ela, fazendo com que perdesse sua bolsa do FIES. Humildemente, pedi desculpas e disse que fiz o melhor que pude. Na mensagem seguinte, ela me chamou de relapso (não com esta palavra), e que eu deveria ter prestado mais atenção às explicações da professora. Disse-me, então, que, já que o prazo para a entrega não havia vencido, ela se prontificaria a fazer outro trabalho, corrigindo os erros grosseiros que eu havia cometido. Eu disse que tudo bem. Não me importaria com isso, pois não achava justo que ela fosse prejudicada pelo meu suposto mau desempenho.

No dia seguinte, enviei uma mensagem pedindo que ela me mandasse uma cópia do trabalho para que eu pudesse apreciar, assim como eu havia enviado uma cópia do meu. Ela se sentiu ofendida e me enviou outra mensagem dizendo que não incluiria meu nome nesse novo trabalho. Estava tão estressada que usou palavras de baixo calão. Confesso que senti-me ofendido, porém, não perdi a linha. Procurei manter-me calmo. Disse apenas “tudo bem”. Então, comuniquei-me com a professora informando o ocorrido e pedindo que considerasse o meu trabalho como sendo apenas meu.

Esta situação me deixou extremamente mal. Já estava estressado com todo o corre-corre envolvendo o lançamento do meu CD, o aniversário da Reina, minhas bodas de prata, meu aniversário, etc. Aquilo foi a gota d’água.

De uma coisa eu tinha certeza: fiz o melhor que pude. E mesmo procurando agir com elegância, fui ofendido por uma colega a quem só quis ajudar.

Na segunda-feira, no comecinho da noite, recebo o recado da minha professora:"Parabéns, Hermes. Você tirou 10. Seu trabalho foi o melhor que já corrigi. Posso ficar com ele para usá-lo como exemplo para os demais alunos?"

Aquele simples recado encheu meu coração de alegria. Minha vontade era reenviar o recado para a colega, mas resisti bravamente, pois achei desnecessário me cartar depois da humilhação a que ela me submeteu.

Desde que decidi retomar minha vida acadêmica, sabia que poderia passar por situações desgastantes, mas jamais imaginava algo assim.

Resolvi compartilhar aqui para servir de estímulo àqueles que estão passando, já passaram ou vão passar por coisas semelhantes. Se deram o melhor de si, confiem. E se alguém quiser desfazer-se do seu trabalho, sigam confiantes. O tempo se incumbirá de revelar o valor de suas obras. 

Mídia Sem Máscara na TV - Programa 5

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

CONFORTOS, FAMA, VIAGENS E FROUXIDÃO EXISTENCIAL...


Quando eu era jovenzinho ouvia nas igrejas que o Comunismo tinha concluído que a melhor maneira de vencer o Capitalismo seria estimulando o estilo de vida capitalista, especialmente o lazer adoecido pelas drogas como “viagem”.

Obviamente que aos meus ouvidos de 14 anos de idade isso soava como ameaça, posto que nas igrejas o Capitalismo fosse a doutrina econômica de Deus e o Comunismo a do diabo. Além disso, eu sabia que existia também o desejo eclesiástico de fazer a juventude pensar que a cada baseado ou ácido [...] se estava chamando o “diabo do comunismo” para as nossas vidas.
Esqueci o assunto para sempre [...], até há pouco tempo atrás, quando vi um documentário sobre “Drogas Alucinógenas”, e em meio a tudo [...] lá se dizia justamente algo a respeito da KGB ter estimulado no passado o uso de LCD a fim de “alienar a juventude americana e internacional”...
Hoje, vendo um clipe musical na Vem e Vê TV e que foi feito pela Vinde, com letra minha e musica do Josué Rodrigues, e que compus a fim de estimular aCampanha Contra a Fome, do meu amigo Betinho, e que teve em mim um dos mais ardorosos proponentes e guerreiros do projeto na década de 90, lembrei das idéias conspiratórias das igrejas na minha juventude...
Isto porque [no clipe] vi muitos cantores gospel cantando juntos a minha musica, ao estilo “We are the World”, em um tempo quando eles todos ainda eram muitos puros e inocentes em relação ao que a maioria se tornou depois...
Os CDs, os DVDS, as paradas de sucesso, os contratos ricos, os Halls da Fama para eles criados, os cachês milionários, e, a reboque, as mulheres ou os muitos namoradinhos ou amantes, muito pó para animar os aleluias, muita vaidade para ungir o show — acabaram com eles todos...
Então me lembrei que ontem ao ver um filme sobre o radicalismo islâmico [...] pensei que o que de “melhor” poderia afetar a pulsão suicida de muitos dos que naquele meio fanatizado se oferecem para o martírio ou para a loucura terrorista [...], seria dar a ele todos os confortos dos veados dos meninos e meninas ocidentais...
Sim, se alguém deseja acabar com o terrorismo e com os homens bomba [...], basta que se faça um derrame de luxos, confortos e banalidades ocidentais sobre eles...
Sim, é fazer o território Palestino ou qualquer outro do mundo islâmico mais fanático [...] receber as desgraçadas benesses dos nossos adoecidos e enfraquecedores confortos, que, logo, logo, os guerrilheiros de hoje se tornarão os veadinhos de amanhã.
Sim! Já imaginou os jovens terroristas de hoje tendo cada um o seu DVD musical e seu status de artista do Islã?...
Rapidinho todo mundo viraria Infeliciano! Rsrsrs!
Assim, a esta geração se diz:
Jovens, eu vos escrevi porque sois frouxos, a Palavra de Deus morreu em vós e tendes vos dado avidamente ao Maligno!”
Por isto digo:
SOMENTE UM GRANDE PERRENGUE PODE SALVAR A ALMA DOS CRISTÃOS DO ESTADO DE AFETAMENTO FROUXO E ENFRAQUECIDO NO QUAL A ALMA DOS CRISTÃOS SE COLOCOU!
Pense nisso!

Caio