sábado, 31 de janeiro de 2015

O papel da igreja no Carnaval: Entre Blocos e Retiros



Por Hermes C. Fernandes

Uma parábola sobre o papel da igreja durante o Carnaval

Epêneto era o presbítero responsável pela igreja em Roma, desde que Priscila e Áquila tiveram que deixar a cidade em busca de novos campos missionários. Epêneto foi um dos primeiros a se converterem através do trabalho realizado por Paulo nessa cidade.

Aquela igreja era muito ativa, sempre aberta a acolher as pessoas. Quando havia algum cataclismo, fome ou guerra, os cristãos se mobilizavam para socorrer as vítimas. Por causa de seu envolvimento com a dor humana, ganhou a simpatia de todos, inclusive de funcionários do palácio de César.

Num belo dia, ouviu-se o clangor do clarim. Todos se reuniram para ouvir o que o mensageiro do império tinha para anunciar. Em duas semanas, o exército romano estaria chegando de uma campanha militar bem-sucedida. O próprio César o receberia com uma Parada Triunfal, que seria seguida de um feriado prolongado dedicado aos deuses Marte e Saturno, também conhecidos como Apolo e Baco, divindades da guerra e do vinho, respectivamente. Seria uma grande festa, regada a bebidas alcoólicas e todo tipo de luxúria. A população sairia às ruas para assistir ao desfile das tropas romanas, dando-lhes boas-vindas, e assistiriam à execução de milhares de prisioneiros. Ninguém trabalharia naqueles dias.

Epêneto ficou preocupado com a notícia. Qual deveria ser o papel da igreja durante essa festa pagã? Ainda inexperiente como líder, reuniu alguns dos mais antigos membros da igreja para discutir o que fazer.

Um deles, chamado Narciso, pediu a palavra e deu sua sugestão:

- Amados no Senhor, por que não aproveitamos o ensejo para promover um desfile paralelo, onde demonstraremos ao mundo a nossa força, revelando a todos nossa lealdade ao Rei dos reis, Jesus Cristo? Podemos até copiar algumas de suas canções, adaptando-as à nossa fé. Em vez de exibirmos prisioneiros, exibiremos testemunhos daqueles que foram salvos. Vamos montar nosso próprio bloco, quer dizer, nossa própria parada triunfal. Pode ser uma grande oportunidade evangelística.

Epêneto, depois de algum tempo pensativo, respondeu: Caro Narciso, a idéia parece muito boa. Porém, quem ouviria nossa voz durante os momentos de folia? Nosso modesto bloco se perderia no meio de toda aquela devassidão. Ademais, a maioria das pessoas estará embriagada, incapaz de entender nossa mensagem. Também não estamos preocupados em dar uma demonstração de força. Jesus disse que nosso papel no mundo seria semelhante à de uma pitada de fermento, que de maneira discreta, sem chamar a atenção para si, vai levedando aos poucos toda a massa. Por isso, acho que sua idéia não é pertinente. Quem sabe em gerações futuras, haja quem a aproveite?

Levantou-se então Andrônico, que gozava de muito prestígio por ser parente de Paulo, e sugeriu:

- Amados, durante o Desfile Triunfal e as Saturnais, a situação espiritual da cidade ficará insuportável. Divindades pagãs serão invocadas, orgias serão promovidas em lugares públicos à luz do dia. Não convém que estejamos aqui durante essa festa da carne. A melhor coisa a fazer é nos retirarmos, buscarmos um refúgio fora da cidade, e aproveitamos esse tempo para nos congratularmos, sem nos expormos desnecessariamente às tentações da carne.

Todos acenaram com a cabeça, demonstrando terem gostado da idéia. Já que seria mesmo feriado, ninguém precisaria trabalhar. Um retiro parecia a melhor sugestão.

O velho presbítero ficou um tempo em silêncio, meditando. Todos estavam atônitos esperando sua palavra, quando mansamente respondeu:

- Irmãos, não nos esqueçamos de que somos o sal da terra e a luz do mundo. Se no momento de maior trevas nos retirarmos, o que será desta cidade? Por que a entregaríamos ao controle das hostes espirituais das trevas? Definitivamente, nosso lugar é aqui. Não Precisamos de exposição, como sugeriu nosso irmão Narciso, nem de fazer oposição à festa, retirando-nos da cidade, como sugeriu Andrônico. O que precisamos é estar à disposição para acolher aos necessitados, às vítimas da violência, aos desassistidos, aos marginalizados. 
A propósito, não temos estado sempre disponíveis para atender as pessoas durante as tragédias que tem abatido o império? E o que seriam tais desfiles, senão tragédias morais e espirituais? Saiamos às ruas, mesmo sem participar da folia, e estendamo-los as mãos, em vez de apontar-lhes o dedo, oferecendo compaixão em vez de acusação, amor em vez de apatia. Que as casas que usamos para nos reunir estejam de portas abertas para receber quem quer que seja, e assim, revelaremos ao mundo Aquele a quem amamos e servimos. Afinal, o reino de Deus se manifesta sem alarde, sem confetes, sem barulho, mas perturbadoramente discreto.

Depois dessas sábias palavras, ninguém mais se atreveu a dar qualquer outra sugestão.


* Esta é apenas uma parábola que elaboramos para emitir nossa humilde opinião acerca do papel da igreja durante o período carnavalesco. 

Literatura Fundamental 28 - O processo - Celeste H. M. Ribeiro de Sousa

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

CONCEITO DE FANTASIA PERVERSA


O que é fantasia do ponto de vista psicológico?


 

 

Fantasia é uma noção que encontra as mais diversas conceituações na psicologia. O conceito de Freud relaciona a fantasia a um mecanismo ligado ao princípio do prazer e distanciado do mundo externo, que o indivíduo utiliza como uma busca da satisfação por meio da ilusão.

Para Jung a fantasia expressa o fluxo ou agregado de imagens e idéias vindas do Inconsciente, e que produz uma atividade imaginativa, espontânea e criativa da psique.

Assim, a Fantasia é uma espécie de união entre os conteúdos inconscientes e conscientes. Nesse caso, a fantasia é o resultado imediato de operação das estruturas arquetípicas; ou seja: daquilo que no inconsciente são simbolos e imagens que correspondem ao sentido ou des-sentido do mundo interior, e que buscam Integraçao com o consciente humano.

Jung classificou a Fantasia em "fantasias ativas", as que requerem o auxílio do ego para emergirem na consciência, e "fantasias passivas", aquelas que emergem diretamente do inconsciente, porém utilizando-se de conteúdos conscientes.

As fantasias ativas seriam altamente criativas, enquanto que as passivas seriam de natureza patológica. Ambas podem ser interpretadas.

O que nos interessa aqui, entretanto, é a fantasia como fuga e evasão da realidade e, espiritualmente, da verdade.

Quando Jesus disse que o nosso ser deveria ser “sim” para sim e “não” para não, Ele acabava com a fantasia como fuga do real. Pois o que disso passa faz mal; ou seja: vem do maligno.

Ele, entretanto, nada tinha contra a fantasia assumida como arte e criação; jamais teria.

Todavia, a fantasia como fuga do que é, para Jesus é o caminho do diabo no ser.

Quase todo mundo tem grandes doses de fantasia perversa na mente.

Fantasias perversas são aqueles que privam o individuo da apreciação da realidade, dando a ele um olhar que corrompe tudo.

Tais pessoas não amam, elas desejam o desejo; mas nem mesmo desejam o desejado.

Digo estas coisas tão simples apenas por estar convencido cada vez mais de que boa parte do que as pessoas chamam vida, problema, angustia, dor, esperança, fé, crença, etc. — não passa de fantasia.

Conheço muita gente que tem fétansia, não fé.

Ora, a lista é sem fim; e eu tenho que dar uma saidinha agora...


Pense nisso, entretanto!


Caio

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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

DEIXA QUE EU CHUTO A TERRA!


Quem me tem lido ultimamente, já pôde perceber quão aflita anda minha alma pelo futuro da Terra e dos humanos.


Mas por quê?

Você não crê em “novos céus e nova terra, nos quais habita justiça”? — você indaga. Meu entendimento do Evangelho afirma o fato de que o Senhor quer nos ver lutando contra toda tragédia, a fim de que nos diga: “Bem-vindo! Quando te encontrei estavas lutando o bom combate!” “Bem-aventurado aquele servo a quem o seu Senhor, quando voltar, o encontrar fazendo assim!” — disse Jesus.

Os “crentes”, porém, pensam que quanto pior, melhor; sem lembrarem que o Filho do Homem voltará e condenará os que se esconderam de seu semelhante, conforme Mateus 25.

Quem quer que seja discípulo de Jesus, além de viver o bem do Evangelho em si mesmo, também deve pregar com palavras, atitudes, sentimentos, ações, gestos, pequenos e grandes movimentos; e, sobretudo, com sua majestosa ‘mera existência’.

Ora, se é assim; e se o sal tem que de dissolver na terra, e o fermento tem de levadar as medidas de farinha; e se também importa que seja pregado “este Evangelho do reino” antes que venha o fim; então, todo aquele que crê, precisa pensar, sobretudo, acerca de que aptidões Deus lhe deu; e, dedicar-se buscando excelência no que faz; seja em que área for; porém, muito especialmente, naquelas que ensejarem ações de transformação de algumas coisas essenciais ao planeta. E tudo isto como culto a Deus na vida. Além de uma profunda consciência do espírito do Evangelho, conforme a Graça.

Será maravilhoso se aparecerem milhares de ambientalistas e engenheiros de meio ambiente que sejam discípulos do Evangelho. Será lindo se muitos e muitos discípulos dedicarem suas existências ao desenvolvimento de formas de energias não poluentes. Será de “dar muitas graças a Deus” se muitos se dispuserem a lutar juntos com “o anjo que tem um Evangelho eterno para pregar”, o qual, voando pelo meio do céu, diz: “Temei a Deus, e dai-lhe glória; a ele que fez o céu, a terra, o mar, e as fontes das águas” — pois água será um dos maiores problemas dos próximos anos.

A entrada de raios de intensidade bem maior, em razão da desproteção crescente causado pelo enfraquecimento de nossa atmosfera, em razão do perfuramento da Camada de Ozônio, fará com que haja grandes surtos de câncer de pele; “ulceras malignas”, na linguagem apocalíptica.

Ora, há muito mais do que tudo isto acontecendo — que de tão obvio já nem necessita mais ser enumerado... e precisa ser parado logo, antes que seja irreversível...—, porém, tem-se ainda que lembrar pelo menos do Grande Sistema de Controle que já está montado na terra.

Bill Gates já até comprou uma pancada de satélites Russos, antigos ou com pouco uso, a fim de entrar na guerra pela mais fascinante brincadeira da Internet, que é o Google Earth, por cujo meio, ainda não em ‘tempo-real’, porém com atualizações freqüentes, você, de sua casa, de seu computador, pode viajar pelo mundo inteiro, via satélite, localizando o que você desejar localizar, qualquer prédio, endereço, beco, esquina, etc...

Lindo e agradável. Porém, como todas as invenções geradas pelo saber da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, esta também já vem carregada de bem-mal. Assim, por tal meio, a liberdade se vai..., pois, qualquer um, poderá, em tempo real, espionar sua existência, enquanto, por exemplo, fala com você ao celular.

Então você diz: “Quem não deve, não teme!”

Seu tolo! Não estamos falando de ser apanhado em lugar ‘errado’ pela esposa ou o marido, mas sim de não se poder mais andar sem que olhos humanos saibam de seus passos, sem sua permissão. É um direito inalienável dos homens não terem que se esconder em cavernas a fim de poderem ter alguma privacidade. É também nosso direito podermos andar ao ar livre sem que olhos humanos nos espreitem dos céus. É um direito do homem que haja lugares ao ‘ar livre’ onde somente ele e Deus estejam se vendo! Ora, e ainda estamos falando de brinquedos...

Basta imaginar que isto já existe hoje, razão pela qual é inexplicável a não prisão de Bin Laden, mas que estará em todas as mãos, via Internet, em tempo real. Controle é tara dos humanos, porém, se mostrará como sendo a mais compulsiva de todas as taras; posto que esse Big Brother Real está a dois anos ou três... no máximo, de ser uma realidade acessível a todos.Ontem eu vi um cientista do comportamento apresentar a mais recente invenção de detecção de mentira. É uma espécie de leitura das informações verdadeiras estocadas no cérebro. Sim, porque até o mentiroso tem um cérebro mecanicamente verdadeiro com a realidade; ou seja: se aconteceu e a pessoa participou ou soube; ficou registrado no cérebro; e, portanto, por meio de eletrodos supersensíveis, e mediante a sugestão de acontecimentos reais ante os quais o “questionado” é posto, um computador lê e diz se aquela informação existe no cérebro daquele sujeito. Ao final o documentário concluiu: “Agora já não se dependerá de confiança, mas sim do que diz a tecnologia”. Todas as liberdades serão invadidas.

Todos estaremos sob vigilância. E isto enquanto a Terra geme e cambaleia, já mais pra “bola” que se chuta (está agora mais redonda) do que para “laranja” que se chupa (conforme era antes). E a moçada diz: "Deixa que eu chuto a redonda!" Nossa contagem regressiva é tão clara que até mesmo o tempo foi alterado, e, assim, temos um segundo a menos em nossas vidas, objetivamente; e isto em razão do terremoto que gerou o Tsunami.

Assim, esses não são dias de férias para quem não ficou cínico; e também para quem não se entregou às causas idiotas que são discutidas enquanto o mundo acaba. Quando vejo as preocupações dos políticos e suas promessas, por vezes, tenho vontade de espancá-los, de tão burros e idiotas que são; presos sempre ao seu mundo-imediato, incapazes de olhar para nada que não seja a barganha perversa do agora.

De fato, todos os recursos da Terra deveriam ser re-locados e dedicados apenas à saúde; à melhoria da qualidade de vida e de saúde pública; ao ensino, sobretudo, de uma nova consciência de auto-preservação ambiental; à produção de formas de energia não poluentes; e à preservação de todas as formas de vida na Terra.

Mas... e os palestinos querem saber disso? E os israelenses? E os iraquianos? E os americanos? Sim, quem? O Brasil, então, meu Deus!

É como um sapo discutindo a qualidade da lama enquanto o mundo pega fogo!

Outro dia re-vi o Titanic. E dessa vez o que mais me impressionou foi o fato de que havia gente matando, brigando por mulher, escondendo tesouros, abandonado filhos, trancando grades, despachando barcos de elite apenas para a elite..., enquanto o monstro do navio afundava inapelavelmente.

Ao ver o filme, vi a todos nós. Sim, nos vi como espécie e como cidadãos da Terra hoje! O navio está mais que afundando, as águas já invadiram os porões, ele já inclinou, range, geme, se contorce, se inclina, incendeia, quebra ao meio...—porém, há ainda tempo para nos dedicarmos ao que é apenas “luxo da morte”: essas nossas causas pequenas e de minhoca, as quais ocupam nossos dias, nos fazem matar, nos tornam os seres mais irracionais em relação ao sentido da vida que já existiram na Terra.

Nunca pensei que aos cinqüenta anos estaria aqui escrevendo estas palavras!Sinceramente, não mais do que há uns oito anos, eu cria que a Terra ainda se agüentaria mais tempo; e, também, cria que uma nova consciência poderia aos poucos emergir desse caldo de insanidade. Hoje, entretanto, não me é mais honestamente possível ver assim. É por esta razão que escrevo o que escrevo. Não sou nada e nem ninguém, mas a verdade É.

Assim, ouso bradar como ousam os pequenos que não temem; como os que não foram ouvidos no que sabiam; como os que vêem em angustia o mal que se avizinhava sem serem cridos; e, sobretudo, ouso como alguém que crê que o vento sopra onde quer, e que palavras como esta podem chegar a corações que eu nem mesmo sonho que podem dar a elas ouvidos.

Todavia, minha esperança está no fato de que é vontade de Deus que lutemos contra isto tudo, apesar de crermos no novo céu e na nova terra. Andar com Deus é sempre caminhar existencialmente no Paradoxo!

Assim, a tragédia é tragédia; e, como discípulos de Jesus, temos que ser daqueles que choram com dor verdadeira a putrefação da Terra e dos homens, assim como Ele chorou ante a tumba de Lázaro, mesmo que fosse haver Ressurreição depois de tudo. Santo Paradoxo!

Portanto: “Os dias são maus”; porém, me alegro e digo: “Maranata! Vem Jesus!”

Nele, que voltará conforme prometeu,


Caio

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

PENA DE MORTE: Como me posiciono apesar do que a Bíblia diz


Por Hermes C. Fernandes


Sempre que ocorre um crime hediondo com requintes de crueldade, ouve-se vozes em defesa da aplicação da pena capital. Eu mesmo, ao assistir à reportagem sobre o assassinato a sangue frio de uma criança de apenas cinco anos que suplicava pela vida mãe, deixei escapar dos lábios: Este bandido não merece viver.
Todavia, não é sensato posicionar-se sobre um tema tão complexo na hora da emoção. Como cristãos, devemos buscar abalizar nossas opiniões no espírito do Evangelho.
Engana-se quem pensa que não há pena de morte no Brasil. Ela é prevista exclusivamente para crimes militares cometidos em tempo de guerra. O Brasil é o único país de língua portuguesa que prevê a pena capital em sua constituição. O código pena militar trata dos crimes que são puníveis com a morte (ao todo são 36 crimes), e determina que seja executada por fuzilamento, havendo a possibilidade de que o presidente da República conceda graça ou comute a pena por outra. Somente a partir da constituição de 1988, a pena de morte foi totalmente abolida para todos os crimes não-militares.
Portugal foi praticamente o primeiro país do mundo a abolir a pena de morte. E hoje, a maioria dos países civilizados já a aboliu.
Nos Estados Unidos, onde os estados possuem certa autonomia em sua legislação, alguns ainda mantêm a pena, mesmo depois de terem sido comprovadas falhas no sistema de justiça que levaram à execução pessoas inocentes.
Há vários métodos usados em sua aplicação ao longo da história, alguns dos quais são vigentes até hoje.
 Injeção Letal - Aplica-se por via intravenosa, e de forma contínua, barbitúricos de ação rápida em quantidade letal, combinados com produtos químicos paralisante-musculares. 
• Fuzilamento - São disparados vários tiros simultaneamente sobre indivíduos condenados à morte. 
• Enforcamento – Pressiona-se com uma corda o pescoço, interrompendo o fluxo de oxigênio para o cérebro.  
• Câmara de Gás - Método muito usado pelo regime nazista. 
• Eletrocussão – Prende-se o indivíduo a uma cadeira onde recebe uma forte descarga elétrica. 
• Crucificação – Método predileto dos romanos. Era uma espécie de ritual em que, primeiro o individuo era flagelado, e depois crucificado. 
• Fogueira – Muito usado durante o período da Santa Inquisição. 
• Decapitação  – Por espada ou guilhotina 
• Envenenamento – O indivíduo é obrigado a ingerir poção venenosa 
• Lançando às feras – Muitos cristãos foram vítimas deste método cruel no Império Romano.
O que todos estes métodos têm em comum além de provocar a morte? São irreversíveis. Se for comprovada a inocência de um preso, basta soltá-lo. Mas este houver sido executado, não haverá como corrigir a injustiça. Talvez esta seja a argumentação mais razoável sustentada por quem é contra a aplicação da pena de morte.
O que dizem as Escrituras sobre o tema? Há amparo bíblico para a aplicação desta pena? Uma leitura honesta nos levará a algumas conclusões que para alguns podem parecer desconcertantes.
A primeira delas é que foi o próprio Deus quem a instituiu. Confira:
“E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Gênesis 2:16-17
A partir da desobediência do primeiro casal, todos já nascemos espiritualmente mortos e destinados a experimentar igualmente a morte física. Portanto, a pena do pecado (a  morte) se aplica à toda humanidade.
A segunda constatação é que a Lei dada por Deus a Moisés no monte Sinai sanciona a pena de morte, que deveria ser aplicada em casos de assassinato premeditado (Êx 21:12-14); sequestro (Êx 21:16; Dt 24:7); adultério (Lv 20:10-21; Dt 22:22); incesto (Lv 20:11-12, 14); bestialidade (Êx 22:19; Lv 20:15-16); desobediência aos pais (Dt 17:12; 21:18-21); ferir ou amaldiçoar os pais (Êx 21:15; Lv 20:9; Pv 20:20; Mt 15:4; Mc 7:10); falsas profecias (Dt 13:1-10); blasfêmia (Lv 24:11-14; 16:23); profanação do sábado (Êx 35:2; Nm 15:32-36); e sacrifícios aos falsos deuses (Êx 22:20).
Os profetas não a invalidaram. Veja, por exemplo, o que diz o Senhor pelos lábios de Ezequiel:
“Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá.” Ezequiel 18:4
Alguém poderia argumentar que todas estas passagens se encontram no Antigo Testamento, mas que agora, sob a égide da Nova Aliança, a pena de morte perdeu a sua legitimidade. Porém, não é isso que constatamos ao ler os evangelhos e as epístolas. Repare, por exemplo, no que diz Paulo, apóstolo da graça:
“Porque os magistrados não são motivo de temor para os que fazem o bem, mas para os que fazem o mal. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela; porquanto ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador em ira contra aquele que pratica o mal.”Romanos 13:3-4
Paulo reconhece que Deus outorgou ao Estado o dever de aplicar duras penas para coibir o avanço do crime e da injustiça. Toda autoridade é ministro de Deus, trazendo consigo a espada para punir os malfeitores. Em momento algum Paulo questiona o direito que Deus confere às autoridades na aplicação da pena capital. Num episódio narrado em Atos, vendo-se sob o risco de ser condenado a tal pena, o apóstolo diz:
“Se, pois, sou malfeitor e tenho cometido alguma coisa digna de morte, não recuso morrer; mas se nada há daquilo de que estes me acusam, ninguém me pode entregar a eles; apelo para César.” Atos 25:11
Diante do que expus a cima, não vejo alternativa senão admitir que a pena de morte seja bíblica, autorizada por Deus tendo como objetivo a manutenção da ordem social. Todavia, recuso-me a posicionar-me favorável a ela. Será que posicionando-me assim, eu estaria me opondo aos princípios da Palavra de Deus? Permita-me explicar minhas razões, antes de condenar-me à fogueira destinada aos hereges.

Assim como Deus autoriza o estado a usar a espada, Cristo ordenou que Seus discípulos o acompanhassem na reta final de Sua jornada na terra munidos de espadas. Porém, quando um deles, afoito, desembainhou sua espada para tentar defender seu mestre daqueles que pretendiam leva-lo preso, Jesus o repreendeu e disse: “Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão” (Mt.26:52). Talvez Pedro tenha ficado confuso, pensando: - Como assim? Ele mesmo nos manda trazer espadas e agora me censura por usá-la para defendê-lo?

Ora, violência gera violência. A melhor maneira de se combater o crime, a desordem, a injustiça e suas mazelas não é com o uso da força. Não estou, com isso, dizendo que o estado não tenha tal prerrogativa. Todavia, a igreja deve oferecer uma alternativa ao uso ostensivo da violência. E isso, a meu ver, inclui a aplicação da pena capital. 

Outro caso que nos ajudará a tomar posição acerca do assunto é o da mulher pega em flagrante adultério e prestes a ser sumariamente executada. Aqueles homens munidos de pedras não estavam agindo arbitrariamente. Pelo contrário, estavam devidamente amparados pela Lei. Aquilo era o certo a fazer. O pecado tinha que ser punido publicamente para que outros, ao assistirem àquele espetáculo de horror, pensassem duas vezes antes de incorrerem no mesmo erro.

Jesus Se vê numa saia justa. A quem, afinal, ele deveria defender, a vítima ou seus algozes? Jesus não poderia desautorizá-los, questionando e relativizando a ele. Mas também não poderia assistir àquela execução passivamente. Em vez de posicionar-se contra ou a favor da pena capital, Ele lança um desafio: “Aquele que não tem pecado, atire a primeira pedra” (João 8:7). Todos foram saindo à francesa. Pelo jeito, ela não era a única digna de morte ali.

A pena capital está fundamentada no Princípio da Proporcionalidade. Moisés declarou que “quem ferir o outro, de modo que este morra, também será morto (...) Olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé” (Êx 21:12, 24). Trata-se da lei de talião, que visava impedir abusos por parte de requeresse justiça. Quem perdesse um olho, não poderia cobrar dois de quem o furou. Sem dúvida, qualquer jurista vai dizer que esta lei foi um avanço na compreensão que a sociedade alcançou acerca do direito. Todavia, Jesus veio nos mostrar um caminho mais excelente. Leia atentamente o que Ele diz:
“Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra.” Mateus 5:38-39
Jesus, portanto, lança um novo fundamento sobre o qual deveríamos construir a civilização do reino:  o perdão. Ele reconhece o direito que a sociedade tem de requerer a morte de quem praticou um crime hediondo, porém, nos desafia a ir além do exercício deste direito, perdoando e rompendo assim com o ciclo da violência. Por incrível que pareça, Gandhi, um hindu, percebeu isso melhor do que muitos cristãos. Pregador da não-violência, ele acreditava que se levássemos a lei do “olho por olho” ao pé da letra, todos acabaríamos cegos.

A prova de que a justiça humana falha está no fato de Jesus ter sido condenado à morte inocentemente. O mesmo não aconteceu com os outros dois crucificados ao Seu lado. Um deles reconheceu a inocência de Jesus e a sua própria culpa. Se aquele ladrão que se converteu na cruz tivesse a chance de ter sua pena revogada, ele teria se tornado numa bênção para toda a sociedade. Acho que ele teria sido mais útil no mundo do que no paraíso. Eu só poderia ser a favor da pena de morte se não acreditasse no poder que o evangelho tem de transformar monstros em homens de bem.

Literatura Fundamental 34 - O coração das trevas - Marcos César Soares

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Einstein, a Cruz e as viagens no tempo


Por Hermes C. Fernandes


Devemos supor que o futuro já tenha sido escrito? Não! Muito mais do que isso. O futuro já é real. No universo descrito por Einstein através de sua Teoria da Relatividade, tudo está escrito. Nossas escolhas já estão escritas no tecido da realidade. Isso parece concordar com a declaração do salmista:

Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles. E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grande é a soma deles!” Salmos 139:16-17

O que os antigos se referiam como “livro”, talvez hoje pudesse melhor ser compreendido como um gigantesco computador cósmico.  Neste “computador” tudo está arquivado; passado, presente e futuro são arquivos igualmente acessíveis. Tudo o que aconteceu desde o início da história até o seu fim existe ao mesmo tempo. Esse “computador” é o próprio Universo.  

O livro de Deus a que se refere o salmista reaparece nas páginas do Apocalipse. Arrebatado à sala do trono do Todo-Poderoso, João descreve a cena em que vê “na mão direita do que estava no trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos” (v.1). João deve ter se perguntado que livro era aquele. Por que estava lacrado? Por que era escrito por dentro e por fora? Aquele era o livro da existência.  O registro de toda a história, englobando o papel de cada elemento do Universo. Além dos fatos em si, nele também se encontra a interação entre eles e o propósito divino por trás deles. Ali estava o projeto de Deus, pronto para ser desencadeado. Naquele rolo estava escrito a História do Cosmos, desde o momento singular, até o seu desfecho. Criação, Queda, Redenção, Restauração e Juízo, tudo estava ali. A História de cada partícula, de cada ser vivo, de cada família, de cada nação. É claro que esse livro não deve ser entendido literalmente. Ele representa a vasta soma dos pensamentos de Deus relativos à Sua Obra. Paulo ficou igualmente estupefato diante desta realidade: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que seja recompensado? Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (Rm.11:33-36).

O fato de o livro estar selado aponta para a inescrutabilidade dos decretos divinos. Estar escrito por dentro e por fora indica que o propósito de Deus abarca a criação como um todo, tanto a visível quanto a invisível, a material e a espiritual, a macro e a micro. Ali a mecânica quântica e a Teoria da Relatividade se encaixam perfeitamente.  Nenhuma dimensão da existência está fora do escopo do projeto de Deus.

João prossegue em seu relato: “Vi também um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro, e de lhe romper os selos? E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele. E eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele” (vv.2-4). Não havia ninguém capaz de dar o pontapé inicial, o start para que o projeto de Deus fosse deflagrado. Pra que a trama começasse e fosse bem sucedida, alguém teria que romper os selos, os lacres do misterioso livro. Mas teria que ser alguém digno disso. João se desespera enquanto assiste apreensivo. “Todavia um dos anciãos me disse: Não chores! Olha, o Leão da Tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos” (v.5). Alguém que emerge de dentro daquele pergaminho, que apesar de viver para além do tempo e do espaço, emerge de dentro da história, apresentando-se no cenário como o personagem principal da trama, como aquele que venceu para abrir o livro. Esse personagem é apresentado como que se identificando com duas etapas distintas da História, mas que estão intimamente conectadas. Ele é o Leão da Tribo de Judá, e o Descendente prometido por Deus a Davi, para ocupar seu trono. Ele também é a semente da mulher, o Descendente de Abraão, o Messias de Israel, o Cristo de Deus.

Ele existe dentro e fora da História. N’Ele se conecta o cronos e o kairós, o tempo e a eternidade. Ele é o ponto de convergência de todas as dimensões que possam existir. Ele é o diapasão pelo qual as cordas encontram sua fina sintonia.

“Então vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes, e entre os anciãos, em pé, um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados por toda a terra. E veio e tomou o livro da mão direita do que estava assentado no trono” (vv.6-7).

Cristo surge como o centro gravitacional de tudo. Ele está no meio do trono e tudo O orbita. O Cordeiro visto por João se apresenta “como havendo sido morto”. Portanto, trata-se do Cristo Crucificado, aquele de quem Paulo diz: “Pois nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado” (1Co.2:2). O sacrifício de Cristo foi o detonador da História. A História não começa com a criação de todas as coisas, e sim com o sacrifício do próprio Criador. O Cosmos surge a partir da Cruz.

Os sete chifres do Cordeiro representam Sua Onipotência, enquanto Seus sete olhos representam Sua Onisciência e Onipresença. Portanto, o Cordeiro é o próprio Deus, pois compartilha de todos os atributos incomunicáveis da Divindade.

João prossegue: “Logo que tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos” (v.8). Ora, como poderiam ser as orações dos santos, se tudo isso ocorre antes da abertura do livro, e, portanto, antes da fundação do mundo? Mais uma vez Davi nos responde: “Sem que haja uma palavra na minha língua, ó Senhor, tudo conheces” (Sl.139:4). Sua presciência permite que todas as orações dos santos estejam diante d’Ele, mesmo antes de terem sido feitas. Todos os ingredientes estavam postos diante do Trono. Louvores, orações, e acima de tudo, Alguém digno de abrir o livro, e iniciar o processo histórico, que culminaria com a glória de Deus revelada à Criação.

Imagine um livro em forma de um rolo de pergaminho. Ele não é encadernado como os livros de hoje. Trata-se de uma grande tira de pergaminho, enrolada pelas duas pontas. Quando seus selos são rompidos, ele começa a desenrolar-se por igual. O lado esquerdo pode representar as coisas passadas, e o lado direito, as futuras. A Cruz entra no meio, e faz com que o rolo se abra para os dois lados. Tudo acontece na Cruz, com a morte do Cordeiro. A História começa na Cruz, mas já surge contendo um passado e um futuro. No Kairós, a Cruz é o ponto inicial. Mas no Cronos, a Cruz ocorre na plenitude dos tempos.

Deus cria o mundo a partir da Cruz. Mas o cria já com um passado e um futuro. Ainda que os cientistas tenham razão em dizer que o Universo tem 15 bilhões de anos, aos olhos de Deus, esse universo veio a existência a partir da Cruz, como que instantaneamente.

Ali o rolo se abriu, para esquerda e para direita. Nada existia antes da Cruz, pelo menos, não da perspectiva divina. Há quem defenda a hipótese de que Deus possa ter criado as coisas com aparência de certa idade. Mas tudo não passaria de “aparência”. Portanto, a Terra “aparenta” ter 4,5 bilhões anos, mas seria, de fato, muito mais jovem (aproximadamente 6 mil anos, defendem). Os que advogam tal hipótese, argumentam que Adão fora criado já adulto. Quem quer que o encontrasse, lhe atribuiria certa idade, ainda que ele houvesse sido criado um dia antes. Pode parecer um argumento plausível, pelo menos do ponto de vista teológico. Entretanto, não me parece ser este o modus operandi de Deus.

Por que Jesus não surgiu no mundo já em idade adulta? Por que Ele teve que ser gerado no ventre de uma mulher, e experimentado cada etapa do desenvolvimento humano? Se esse fosse o modus operandi de Deus, haveríamos de esperar que o mesmo se sucedesse com o advento de Jesus. Em vez de acreditar que Deus criou um Universo aparentemente velho, prefiro acreditar que Deus criou um Universo já com uma História pregressa, e um futuro glorioso. Não creio que Deus faria alguma coisa com a intenção de criar uma ilusão de ótica.

Portanto, concluímos que a Cruz é o início de tudo. Nada existia antes dela! Sem que o Cordeiro fosse morte antes da fundação do mundo[1], não haveria nada que cobrisse a nudez do primeiro casal. Nossa culpa foi expiada mesmo antes que houvéssemos pecado.

Como já vimos, o livro em forma de pergaminho visto por João é o universo. Retomando a analogia do computador, o universo é o hardware, enquanto que a Mente de Cristo é o software.  As estrelas equivalem aos neurônios da mente de Cristo. O universo é o corpo cósmico de Cristo. Ao encarnar, o Logos Divino assumiu nossa humanidade, e, ao ascender ao céu, assumiu o cosmos inteiro.

De acordo com a teoria da relatividade de Einstein, o tempo é a quarta dimensão de um espaço tridimensional que é encurvado pela gravidade. O espaço curvo de Einstein lembra o livro da existência em Apocalipse. É também neste mesmo livro que o universo é apresentado “como um livro que se enrola” (Ap.6:14). Mais de setecentos anos antes, Isaías já havia previsto que “os céus se enrolarão como um livro” (Is.34:4).

O que tudo isso tem a ver com viagem no tempo? Os físicos só admitem a possibilidade de viagens no tempo, ainda que hipoteticamente, por causa da teoria da relatividade de Einstein. Segundo esta teoria, o espaço é curvo e, assim, o nosso universo é dobrado várias vezes sobre si mesmo, e que pode ser conectado a vários outros universos paralelos através de “túneis de tempo” produzidos por buracos negros e buracos de minhoca (wormholes).[2] Tal teoria não apenas possibilitaria viagens no tempo, mas também viagens a longas distâncias no espaço. Assim, uma distância que deveria ser percorrida em milhões de anos na velocidade da luz, seria percorrida em segundos por esses atalhos cósmicos.

Imagine um rolo de papel. Se desenrolado, uma formiga precisaria de uma hora caminhando para alcançar de uma a outra extremidade. Porém, se o mantivermos enrolado e com um lápis fizermos um furo que o penetre até o outro lado, esta mesma formiga poderia alcançá-lo em segundos.

Não existe movimento espacial sem movimento temporal. Isto é, no espaço-tempo não é possível a um corpo se mover nas dimensões espaciais sem se deslocar no tempo. Mas mesmo quando não nos movemos espacialmente, estamos nos movendo na dimensão temporal (no tempo). Mesmo sentado em sua cadeira enquanto lê este artigo, você está se movendo no tempo, para o futuro. Este movimento é tão válido na geometria do espaço-tempo quanto os que estamos habituados a ver em nosso dia a dia. Portanto, no espaço-tempo estamos sempre em movimento, e a nossa ideia de estar parado significa apenas que encontramos uma forma de não nos deslocarmos nas direções espaciais, mas apenas no tempo.

A maneira como encadernamos nossos cadernos escolares também nos oferece uma boa analogia para compreendermos a teoria da relatividade. Apesar das folhas serem soltas e as páginas sequenciais, elas são presas por uma espécie de espiral. Este arame espiralado perpassa todas as folhas várias vezes através dos buracos que as pontilham de cima a baixo.

Seguindo a analogia, cada página da história poderia ser revisitada inúmeras vezes por alguém advindo de uma dimensão atemporal. Ninguém menos que o próprio Deus seria este “Alguém”. Que Ele dispõe de tal poder, ninguém ousa duvidar. A questão é se Ele já ofereceu carona a alguém. Tenho razões para crer que sim.

Como já disse em outro artigo, o profeta Elias poderia ter sido uma destas. De acordo com o relato bíblico, um redemoinho o teria arrebatado.  Repare nos detalhes:
“E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho. O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel, e seus cavaleiros! E nunca mais o viu; e, pegando as suas vestes, rasgou-as em duas partes. Também levantou a capa de Elias, que dele caíra; e, voltando-se, parou à margem do Jordão.” 2 Reis 2:11-13
Não foi o carro de fogo que o tomou, mas um redemoinho. O carro de fogo apenas o separou de Eliseu. O redemoinho poderia ter sido um buraco de minhoca em forma espiralada, uma dobra aberta no tempo. Outro detalhe interessante é que as vestes de Elias ficaram para trás. Isso nos remete a uma das cenas de viagem no tempo mais marcantes do cinema, em que Arnold Schwarzenegger aparece completamente nu, vindo do futuro. De onde os roteiristas de Hollywood teriam tirado a conclusão de que não seria possível transportar um corpo pelo tempo juntamente com sua roupa?

Outro episódio misterioso das Escrituras é o do homem que aparece inusitadamente nas páginas de Marcos completamente nu, usando um lençol para cobrir-se, enquanto Jesus é preso pelos soldados do sinédrio.
“E um certo jovem o seguia, envolto em um lençol sobre o corpo nu. E lançaram-lhe a mão. Mas ele, largando o lençol, fugiu nu.” Marcos 14:51-51 
Quem era? De onde viera? Por que surge e desaparece misteriosamente? Por que estaria nu numa hora daquelas? Seria um viajante do tempo? Possivelmente. Não vejo outra explicação para o fato de estar nu, senão que tenha tido viajado no tempo com a intenção de assistir, ou quem sabe, tentar impedir a prisão de Jesus.

P.S.: Recebi um comentário neste artigo que me achou a atenção, e que abriu ainda mais o leque da questão nele abordada. Ei-lo: "Em Gênesis 1:5 lemos: "...E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro". A expressão é mencionada seis vezes no capítulo 1, sempre se referindo aos dias da criação. O interessante é que pela lógica do cronos, ou cronologia, a expressão deveria ser: "e foi a manhã e a tarde." Mas na lógica do kairós, ou da kairosfera, o início se dá à tarde, pois foi à tarde, mas precisamente às quinze horas que Jesus foi crucificado. E a expressão termina com "a manhã", pois foi pela manhã que Ele ressuscitou, o que, para o nosso tempo cronológico durou três dias. Mas na criação, Deus já antevia a morte e ressurreição de Jesus."

Outros artigos meus sobre o tema aqui e aqui.


[1]  1 Pe.1:19-20 - “...mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o que, na verdade, foi conhecido ainda antes da fundação do mundo, mas manifesto nestes últimos tempos por amor de vós”. Ap.13:8b - “...O cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”.
[2] A Ponte de Einstein-Rosen é um conceito teórico que vislumbra a hipótese da existência de buracos negros ou buracos de minhoca. 

Literatura Fundamental 38 - 1984 - George Orwell - Mayumi Ilari

domingo, 18 de janeiro de 2015

A ERA DOS CASAMENTOS ALIENÍGENAS


Jesus disse que assim como havia sido nos dias de Noé, assim seria nos dias da vinda do Filho do Homem. Então, aparentemente sem muita explicação, Jesus introduz o tema da rotina —“casavam-se e se davam em casamento” — como uma marca daquela época.

Entretanto, fica a pergunta:
Que casamentos de fato definiram a Era Pré-Diluviana?
A leitura do Gênesis deixa claro que o “casamento” importante daquela Era havia sido definido pela invasão alienígenas dos “Benai Elohim” [traduzido por “filhos de Deus”] possuindo fêmeas humanas muito belas.
Até ao 5º século de nossa Era esta era a interpretação simples e prevalente do texto de Gênesis. Somente depois de Agostinho é que o texto passou a ser interpretado como o casamento de pessoas da descendência de Sete, filho de Adão, com as mulheres filhas de Caim, igualmente filho de Adão.
Portanto, a mudança interpretativa acontecida depois do 5º século, arbitrou tal interpretação baseada no fato que Jesus diz que os anjos não se casam e nem se dão em casamento; esquecidos que em Gênesis, a referencia é a anjos que se demonizaram pela desobediência [a 1ª queda de anjos explicitamente registrada na Bíblia], e não a anjos que, segundo Judas, permaneceram nos limites de seu domicilio, natureza, energia e dimensão, em obediência ao Criador.
Entretanto assim foi feito no 5º século, porém, sem qualquer explicação para o significado do texto, tanto nas palavras especificas que usa ao descrever o que houve, como também e, sobretudo, quanto a não levar em consideração o tamanho do impacto que o tal “casamento” entre esses dois grupos de criaturas inteligentes gerou na Terra, no planeta todo; os Benai Elohim e as filhas dos homens; e não os filhos de Sete com as filhas de Caim.
Entretanto, sendo honesto com a Bíblia, e não com o que seja considerado teológico/politicamente/correto, não dá para fugir do fato que o Gênesis garante que o Dilúvio veio como salvação para a humanidade em face da inseminação de elementos alienígenas na natureza humana; a ligação hibridizada entre os Benai Elohim e as filhas dos homens, entre elas as mais belas.
Por favor, leia Gênesis de 4 a 6 e tire as suas próprias conclusões.
Os Benai Elohim no VT são designados como “anjos” [como no livro de Jó] ou seres inteligentes e elevados; de natureza energética diferenciada da nossa, mas que, misteriosamente, conseguiram gerar filhos híbridos com os humanos; ao ponto de que se diz que tal coisa corrompera  todo o caminho humano na Terra; bem como, gerou uma raça de dominadores, de gigantes, de seres poderosos e superiores, os quais dominaram a antiguidade, e cujos ecos se pode ouvir na mitologia de todos os povos.
Outra hora ampliarei o tema e as suas implicações, mas hoje quero apenas simplificar.
Assim, ao falar dos dias de Noé como sendo semelhantes aos dias da vinda do Filho do Homem, e ao aludir a “casamentos e casamentos” como marca daquela hora....,possivelmenteJesus estivesse fazendo alusão ampla ao fenômeno ”casamento” tanto daqueles dias como também dos dias ainda por virem... No fim.
Portanto, o que se está falando é de um tempo de casamento como mistura.
Sim! Começa com o casamento em alternâncias sem significado conforme as monogamias sucessivas...; como também no espírito de mistura que existe hoje em geral, quando o acasalamento acontece entre mulheres e homens, homens e homens, mulheres e mulheres, entre humanos e animais; bem como, também, pode fazer alusão ao “casamento” entre cientistas e genes, na alteração crescente da natureza genética do homem [estamos entrando nesta era, para o bem e para o mal]; como também as “misturas” humano/mecânico-cibernética que acontecerão em breve, sendo apenas uma questão de pouco tempo; além do fato que os Benai Elohim estão soltos na intenção de fazer o que já fizeram antes..., só que agora com a cara desses tempos.
Nos dias anteriores à Vinda do Filho do Homem, uma das grandes marcas será a invasão dos Benai Elohim por todos os meios possíveis...
No fim a intenção tanto é fazer estatuas falarem [o inanimado ganhar inteligência — o inumano com inteligência humana], como também alterar o homem, seja “abduzindo-o” para o laboratório de engenharia genética e não apenas curando-o, mas, sobretudo, alterando-o; seja levando-o... para experimentos de natureza espiritual que altera o individuo.
 Portanto, uma das marcas dos últimos dias será alteração do homem como o conhecemos, e isto através das mais diversas formas de “casamento”.
Apenas uma opinião. Por isto postei no link "Opinião".
Posso ter uma, não posso? Sim! E sem que isto seja nada além de uma opinião. 

Caio