sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Jesus, os pastores da Forbes e os inimigos públicos dos gays


Por Hermes C. Fernandes


Os discípulos de Jesus voltaram alegres de sua primeira incursão ministerial.

- O Senhor precisava ter visto! Bastava que usássemos o Seu nome e os demônios eram expulsos das pessoas.

Sem demonstrar tanto entusiasmo, Jesus responde:

- Vocês não acham que este não deveria ser o principal motivo de tanta comemoração? Vocês deveriam estar alegres por outra razão:  seus nomes constam da lista daqueles que o Pai escolheu desde antes da fundação do mundo. 

Dois mil anos se passaram desde então.

A cena se repete.

- Senhor, você não sabe da maior! Meu nome foi parar na lista da Forbes. Eu e alguns outros que te servem estamos sendo contados entre os mais ricos do mundo.

Outros se aproximam e dizem:

- Já sabe da última? Nossos nomes acabam de ser incluídos na lista dos dez maiores inimigos públicos dos gays no Brasil!

Sem esconder Seu olhar de decepção, Jesus diz baixinho:

- Acho que vocês não entenderam nada do que eu quis dizer. 

Um deles, ex-bigodudo, diz em alta voz:

- Como assim, Senhor? Meu nome consta das duas listas. Estou na Forbes e entre os dez inimigos públicos dos gays. Isso é uma glória!

Aumentando o tom de Sua voz, Jesus diz:

- Vocês conseguiriam me imaginar comemorando por meu nome constar da lista dos inimigos das prostitutas e publicanos do meu tempo? Pelo contrário. Fui duramente criticado por ser considerado amigo de pecadores. Fui contado entre os malfeitores. Se houvesse uma revista Forbes naquela época, meu nome seria o último a constar dela. Eu sequer tinha onde recostar a cabeça...  Nasci numa manjedoura emprestada, fui crucificado numa cruz que não era minha, sepultado num sepulcro de outro... Até o jumento com que entrei em Jerusalém era emprestado. A única coisa que tinha de valor foi uma túnica disputada entre os soldados que me crucificaram. Vocês deveriam se envergonhar de ter seus nomes em tais listas. Pelo jeito, vocês estão bem mais preocupados em ajuntar tesouros na terra e não no céu. 

Envergonhados, saíram cabisbaixos, mas assim que se afastaram um pouco, começaram a discutir para ver quem era o mais importante, rico e famoso dentre eles. 

- Eles continuam sem entender nada...



Fontes: Lista da Forbes com os pastores mais ricos do Brasil
            Lista dos dez maiores inimigos dos gays
            Diálogo de Jesus com Seus discípulos baseado em Lucas 10:17-20
            Marcos 15:28Mateus 11:28

Ed René Kivitz - Perdoa

AS PREVISÕES DE ISAAC ASIMOV, HÁ 50 ANOS, PARA 2014

O escritor de ficção científica e professor de bioquímica fez, a convite do New York Time e no ano de 1964, uma leitura de como seria o mundo hoje em diversos aspectos.

“Em 2014 já estará sendo planejada uma expedição a Marte e até a formação de uma colônia por lá”
O modo de vida, as tecnologias e a sociedade de 2014 foram previsíveis 50 anos atrás. Pelo menos para o escritor de ficção científica e professor de bioquímica Isaac Asimov, nascido na Rússia mas naturalizado americano. Em 1964, durante a Feira Mundial de Nova York, o New York Times convidou Asimov a fazer previsões de como seria a feira e o mundo em geral, 50 anos depois, ou seja, esse ano. Asimov escreveu mais de 500 trabalhos, entre romances, contos, teses e artigos e sempre se caracterizou por fazer projeções acuradas sobre o futuro. Nesse texto, as previsões do escritor, que morreu em 1991, são surpreendentes. Confira algumas delas:
Cozinha
Asimov prevê que os equipamentos de culinária pouparão a humanidade de fazer trabalhos tediosos. “As cozinhas estão equipadas para fazer ‘auto-refeições’. Almoços e jantares serão feitos com comida semi-preparadas, que poderão ser conservadas em freezer. Em 2014, as cozinhas terão equipamentos capazes de preparar uma refeição individual em alguns poucos segundos”. Só faltou mesmo ele usar a palavra “micro-ondas”.
Computadores
O escritor previu um mundo repleto de computadores capazes de fazer as mais complexas tarefas. “Em 2014, haverá mini computadores instalados em robôs”, escreve ele, no que parece ser uma alusão aos chips. E garantiu que será possível fazer traduções com uma dessas máquinas, como se previsse a existência do Google Translator.
Comunicação
As ligações telefônicas terão imagem e voz, garantiu Asimov em seu texto. “As telas serão usadas não apenas para ver pessoas, mas também para estudar documentos e fotos e ler livros”. E prevê que satélites em órbita tornarão possível fazer conexões telefônicas para qualquer lugar terra e até mesmo “saber o clima na Antártica”. Mas em terra haverá outras soluções. “A conexão terá que ser feita em tubos de plástico, para evitar a interferência atmosférica”, escreve ele, como se já conhecesse a fibra ótica.
Cinema
Asimov previu que em 2014 o cinema seria apresentando em 3-D, mas garantiu que algumas coisas nunca mudam: “continuarão a existir filas de três horas para ver o filme”.
Energia
O escritor previu que já existiriam algumas usinas experimentais produzindo energia com a fusão nuclear. Errou. Mas acertou quando vaticinou a existência de baterias recarregáveis para alimentar muitos aparelhos elétricos de nossa vida cotidiana. Mais ainda: “uma vez usadas, as baterias só poderão ser recolhidas por agentes autorizados pelos fabricantes” — o que deveria acontecer, mas nem sempre acontece.
Veículos
Asimov erra feio nas suas previsões relacionadas ao transporte. Ele acreditou que carros e caminhões pudessem circular sem encostar no chão ou água, deslizando a uma altura de “um ou dois metros” e que não haveria mais necessidade de construir pontes, “já que os carros seriam capazes de circular sobre as águas, embora serão desencorajados a fazer isso pelas autoridades”.
Marte
Para o escritor, em 2014 o homem já terá chegado a Marte com espaçonaves não tripuladas embora “já estará sendo planejada uma expedição com pessoas e até a formação de uma colônia marciana”. O que nos faz lembrar da proposta pública de uma viagem a Marte só de ida, feita recentemente, para formar a primeira colônia no planeta.
Televisão
Asimov cita a provável existência de “televisões de parede”, como se pudesse prever as telas planas, mas acredita que os aparelhos serão substituídos por cubos capazes de fazer transmissões em 3-D, visíveis de qualquer ângulo.
População
O escritor previu que a população mundial seria de 6,5 bilhões em 2014 (já passou dos 7 bilhões) e que áreas desérticas e geladas seriam ocupadas por cidades — o que não é exatamente errado. Mas preconizou, também, a má divisão de renda: “uma grande parte não terá acesso à tecnologia existente e, embora melhor do que hoje, estará muito defasada em relação às populações mais privilegiados do mundo. Nesse sentido, andaremos para trás, relativamente”, escreve ele.
Comida
“Em 2014 será comum a ‘carne falsa’, feita com vegetais, e que não será exatamente ruim, mas haverá muita resistência a essa inovação”, escreve Asimov, referindo-se provavelmente aos hambúrgueres de soja.
Expectativa de vida
O escritor preconizou problemas devido à super população do planeta, atribuindo-a aos avanços da medicina: “o uso de aparelhos capazes de substituir o coração e outros órgãos vai elevar a expectativa de vida, em algumas partes do planeta, a 85 anos de idade”. A média mundial subiu de 52 anos em 1964 para 70 anos em 2012. Em alguns países, como Japão, Suíça e Austrália, já está em 82 anos.
Escola
“As escolas do futuro”, escreve Asimov, “apresentarão aulas em circuitos fechados de TV e todos os alunos aprenderão os fundamentos da tecnologia dos computadores”. O que ele não previu foi a possibilidade de os alunos ensinarem os professores quando se trata de uso de computadores — como, aliás, ocorre em algumas escolas públicas brasileiras.
Trabalho
Asimov previu uma população entediada, como sinal de uma doença que “se alastra a cada ano, aumentando de intensidade, o que terá consequência mentais, emocionais e sociais”. Seria uma previsão da depressão? “Ouso dizer”, prossegue ele, “que a psiquiatria será a especialidade médica mais importante em 2014. Aqueles poucos que puderem se envolver em trabalhos mais criativos formarão a elite da humanidade”.
Fonte: IG