quarta-feira, 14 de maio de 2014

Fotos de fatos do que já foi...



A Dignidade Moral em Kant

SENHOR DÁ-ME UM OLHAR LIMPO


Ser puro de coração significa desejar apenas uma coisa nesta vida e em qualquer vida: mergulhar em Deus, conhecê-lO e gozar de Sua presença.

Jesus ensinou que somente os puros de coração podem ver a Deus. E somente se Deus se aproximar deste que o busca é que seu coração ficará puro.

De fato, nenhum de nós está capacitado para se oferecer para tal encontro com Deus. Ou Deus se mostra a mim em Graça ou morrerei ante Sua revelação. Afinal, quem possuiu pureza de coração que possa lhe garantir aproximar-se de Deus sem ser consumido?

Na realidade, é Deus quem põe no coração humano o desejo de vê-lO, ao mesmo tempo em que o próprio homem não tem como cumprir tal façanha sem morrer, sem perecer. Daí a pureza de coração ser, sobretudo, carência de Deus, e um desejo incontrolável de conhecê-lO, mesmo que isto signifique morrer, embora eu saiba que não morrerei apenas porque Deus quer que eu o conheça.

Ora, nesse caso, não é a minha pureza de coração que faz Deus se aproximar de mim, mas minha carência de Deus, e que se mostra como pureza de coração, pois só um coração puro de presunções é que pode desejar ver a Deus. Paradoxo!

Pureza de coração é querer a Deus mais que tudo! Assim, é a pura ambição de ter intimidade com Deus e só por Deus, e nada mais, aquilo que purifica meu coração para Deus, visto que quanto mais o desejo, mais puro será meu coração.

O desejo de conhecer a Deus em intimidade é o que purifica os nossos olhos e os nossos sentimentos, de tal modo que é meu desejo de conhecer a Deus —desejo que já me foi posto no coração pelo próprio Deus— aquilo que me põe no caminho da pureza de coração, e que vê a Deus.

Mas como é isto? Como se pode ver a Deus?

Quando o coração fica puro pelo desejo de ver a Deus, os olhos começam a se abrir para ver Deus em tudo. Assim, o puro de coração vê a Deus já nesta vida, visto que seu olhar está limpo, e por isso pode enxergar Deus em todas as coisas. Até nas estranhas, bizarras, esquisitas e absurdas.

Normalmente, quando se fala de “ver a Deus” pensa-se logo em ter acesso a manifestações sobrenaturais e gloriosas de Deus. De fato haverá o dia em que o verei como Ele hoje me vê, e o conhecerei como também sou conhecido. Todavia, é possível ver a Deus desde agora, e vê-lO em toda parte.

O grande milagre do coração puro é que ele enxerga Deus em tudo. Ou seja, os olhos só vêem Deus, e até nas mais trágicas manifestações da vida é Deus que nelas a gente enxerga.

Ora, tudo começa com o desejo de ver a Deus. E esse desejo purifica o coração e limpa o olhar. E esse olhar limpo vê Deus em tudo. E a amplidão dessa visão de Deus traz um sentido de galardão ao coração, o qual passa a dizer: “Bem nenhum tenho na terra senão a Ti somente, ó Senhor”.


Caio