sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Sonambulismo Espiritual


Por Hermes C. Fernandes

O sonambulismo é um transtorno do sono durante o qual a pessoa pode apresentar habilidades motoras simples ou complexas. O sonâmbulo é capaz de andar, urinar, comer, realizar tarefas comuns e mesmo sair de casa, enquanto permanece inconsciente e sem possibilidade de comunicação. Embora seja difícil acordar um sonâmbulo, não é perigoso fazê-lo. É mais comum em crianças e adolescentes. Recentemente houve um caso no qual um homem escalou uma montanha durante o sono, e acordou apenas lá em cima. O incrível é que bombeiros cheios de equipamentos e outros levaram horas para escalar a montanha para o resgate, já que a montanha era muito íngreme.

Podemos verificar que há um paralelo entre o sonambulismo e o estado em que se encontra a igreja contemporânea.

Fala-se de "moveres", "movimentos", "avivamentos", que revelam uma igreja adolescente, susceptível a qualquer vento de doutrina. Porém, falta a consciência renovada. É como se o corpo estivesse agindo por reflexo, e não por ordem enviada do cérebro.

Tal qual o sonâmbulo, a igreja perdeu a lucidez, e por conta disso, alienou-se da realidade. Daí a dificuldade que tem de interagir com o mundo.

Mesmo que, aparentemente, de olhos abertos, está adormecida. Os crentes perderam o senso crítico, e estão como que hiptonizados por líderes com mentes igualmente cauterizadas.

Confunde-se avivamento com gritos, histeria coletiva, pulos, e até gargalhadas. Mas não sobra lugar para o quebrantamento e o arrependimento.

Em Efésios 5:14, encontramos a seguinte exortação: "Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará".

Há muita gente se levantando em nossos dias, porém, sem antes se despertar. É justamente isso que faz o sonâmbulo. Ele se move, se veste, e se deixar, sai de casa, expondo-se ao perigo iminente.

Um genuíno levante provocado pelo Espírito Santo deve ser precedido de um autêntico despertamento. A consciência tem que ser renovada! A realidade à nossa volta não pode ser ignorada.

O sono tem cinco estágios durante os quais as ondas cerebrais diminuem de intensidade até atingir um profundo estado de relaxamento. A baixa atividade se mantém no hipotálamo, ligado à consciência, e no córtex cerebral, que controla os movimentos do corpo. No caso dos sonâmbulos, essas ondas, vindas de uma área do cérebro chamada ponte, são irregulares. Por isso não cumprem a contento a função de inibir a região motora. Como as áreas motoras permanecem ativas, o sonâmbulo é capaz de se sentar, andar e trocar a roupa.

Já a área relacionada à consciência, no hipotálamo, se mantém quase inativa. E isso explica porque quem sofre desse distúrbio não percebe o que faz nem se lembra de nada no dia seguinte.

Daí o fato da igreja contemporânea exibir uma memória tão curta. É como se houvesse um lapso no tempo entre o livo de Atos dos Apóstolos e os nossos dias. Onde estivemos durante esses quase dois mil anos? A maioria dos crentes sequer tem noção das realizações dos crentes da geração anterior. Cada novo "mover", faz desaparecer da memória tudo o que aconteceu anteriormente. E interessante que cada novo movimento se autoproclama o último, o que precede a volta de Cristo. Porém todos estão fadados ao esquecimento, pois são resultantes de uma igreja sonâmbula.

Paulo diz que devemos estar ligados à Cabeça que é Cristo, agindo de acordo com as órdens que dela recebermos. Não agimos por reflexo, mas sob o comando do Espírito de Cristo que habita em nós.

O que precisamos não é de mais uma revelação poderosa, nem uma nova unção, mas tão-somente de um despertamento, que nada mais é do que acordar para a realidade, interagir com ela, trabalhando pela sua transformação.

Está na hora da igreja despir-se deste pijama com a qual tem estado vestida por pelo menos duzentos anos. Quem vai à guerra de pijamas?

Vale aqui a recomendação de Paulo:
"E fazei isto, conhecendo o tempo. Já é hora de despertarmos do sono... A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz." Romanos 13:11a,12
Infelizmente, a maioria imagina que está anoitecendo, e que as coisas tendem a piorar, preparando o cenário para a volta de Jesus. Porém, as Escrituras afirmam outra coisa. O dia está clareando. A partir da Cruz, surge um novo dia, que gradativamente vai rasgando as trevas, e preparando o cenário para o surgimento do Sol da Justiça. Por isso Jesus é apresentado em Apocalipse como a Estrela da Manhã. Ele é que anuncia a chegada do novo dia. De Adão a Jesus, as trevas predominaram, e alcançaram seu apogeu na Cruz. Mas a partir daí, as trevas cedem lugar à Luz, e em breve será Dia Perfeito.

Estamos vivendo no aurora do novo dia. Hora de aposentar os pijamas.
“Mas a vereda do justo é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Provérbios 4.18

Colorindo o olhar


























Ed René Kivitz - Insuficiente

PERDÃO PARA HOJE…


Você quer perdoar?
Então decida.
Perdão é uma decisão.
Você quer perdoar?...
Então, ao decidir, decida também matar os temas como ilustração para sempre...
Se você diz que perdoou apenas porque aceitou o culpado, mas lembra a ele de seu erro sempre que ele erre, então, você não o perdoou, apenas o seqüestrou a você.
O perdão não tira a nossa memória dos fatos, mas tira a emoção deles, e, além disso, mata o fato/passado como argumento para a vida contra a pessoa.
Ninguém é obrigado a ficar com ninguém mesmo depois de perdoar o ofensor...
Aliás, até para que duas pessoas se separem é essencial que se perdoem...
No entanto, se decidem continuar perdoadamente juntos, então, que o tema da ofensa não volte nunca mais...
Cada ofensa é uma ofensa... Quem perdoa lida com cada uma, não com o montante das ofensas, pois, se a cada nova ofensa tudo voltar..., é porque perdão nunca houve.
Jesus mandou perdoar até 70X7 o mesmo individuo em um só dia... Mas a cada perdão não se deve trazer a multidão dos outros para o encontro com a verdade... Ou, então, melhor é não dizer que se perdoou...
O grande desafio do perdão é desistir da ofensa do outro como direito nosso contra ele!
Quem perdoa não perde a memória, mas desiste do direito de acusar ou de reter a memória como raiva ou crédito...
Por isto o perdão é um ato de fé e não de emoção...
Pela emoção ninguém perdoa ninguém...
Somente pela fé que antes olha para o próprio perdão que se recebe de Deus todos os dias..., é que alguém pode praticar o perdão como decisão de graça e como privilégio...
Se perdoar não se tornar um privilégio..., creia: ninguém perdoa.
Somente quem diz de verdade “é meu privilégio perdoar”... é que de fato perdoa de modo perdoado mesmo...
Mas enquanto perdoar é um fardo e uma obrigação, todo perdão será apenas sacrifício...
Perdão é vida quando se torna privilégio em fé!
Pense nisso!

Nele, que me perdoa,

Caio