segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Violência extrema no estádio e a rivalidade entre torcedores cristãos


Por Hermes C. Fernandes

Lamentável o incidente ocorrido neste domingo na Arena Joinville. Nada justifica a violência protagonizada por torcedores do Atlético-PR e do Vasco. Até o momento, três torcedores foram internados em coma, e um deles, de apenas 19 anos, em estado gravíssimo. 

Como não se chocar vendo um torcedor usando um pedaço de pau com prego para espancar torcedores do time rival? 

Para surpresa de muitos, o juiz decidiu que o jogo paralisado por causa das cenas de selvageria deveria ser retomado. A meu ver, tal decisão demonstrou total falta de respeito às vítimas daquela agressão gratuita, bem como às famílias que lá estavam para assistir a um espetáculo futebolístico e não àquele barbárie. Queira Deus que as autoridades investiguem a fundo as cenas veiculadas pela TV e encontrem os responsáveis pelo início da baderna. 

Chamou-me a atenção as manifestações quase que instantâneas nas redes sociais. Torcedores de times rivais se aproveitavam do momento para espezinhar os torcedores do Vasco e do Atlético-PR. Até vejo com naturalidade esta rivalidade, porém, acredito que um momento como esse deveria ser lamentado por todos, e não celebrado.

Apesar de torcer pelo flamengo, tenho grandes amigos que torcem por times rivais como o vasco, o fluminense e o botafogo. Meu carinho e respeito por eles é bem maior do que meu 'amor' ao time rubro-negro carioca. Por isso, prefiro não levar a rivalidade dos campos para meus perfis no facebook e no twitter. Admito até certas brincadeiras e provocações, mas jamais permitiria agressões verbais que alimentassem uma animosidade idiota que, quando levada às últimas consequências, pode resultar em vias de fato. 

Não é um episódio como este que assistimos hoje que vai macular toda uma torcida formada de gente honesta, trabalhadora e de bom-senso, que vai aos estádios unicamente para torcer e se divertir. Toda torcida tem gente fanática ao extremo, capaz de ferir e até de matar por seu time. Em vez de lançar querosene na fogueira, que tal tentar apaziguar?

Sinceramente, recuso-em a crer que alguns colegas, pastores cuja reputação é ilibada, levem para seus púlpitos esta rivalidade ou use as redes sociais para alimentá-la. Perdoem-me pela crítica, mas não acho de bom tom. 

Recentemente, dois líderes proeminentes cariocas protagonizaram um episódio, no mínimo, vexatório. O Pr. Silas Malafaia, por quem nutro profundo respeito (ainda que não concorde com parte de sua teologia), resolveu fazer uma brincadeira com o Pr. Abner Ferreira da Assembleia de Deus de Madureira, presenteando-o com um kit do vasco, incluindo camisa e bandeira. Flamenguista declarado, Abner sentiu-se constrangido com a brincadeira feita em pleno púlpito durante o culto. A 'homenagem' teria sido uma forra, pois no dia do seu aniversário, Silas, que é botafoguense, recebeu de Abner um kit do flamengo. Entendendo perfeitamente tratar-se de uma brincadeira entre colegas. Mas penso que o púlpito não deveria ser lugar para isso. Tampouco as redes sociais deveriam ser usadas por pastores para provocar a torcida de times rivais.

Depois deste episódio em Joinville, deveríamos redobrar nossos cuidados e incentivar as torcidas a uma atitude respeitosa tanto nos estádios, quanto na igreja e no ambiente virtual. 

Brincadeiras, tudo bem. Desrespeito, jamais.

Aproveito para lamentar o rebaixamento de dois grandes times cariocas: o vasco e o fluminense. Falo com sinceridade. Não estou fazendo média. Penso que a série A do próximo ano não será a mesma sem a rivalidade histórica entre eles e o flamengo.

Espero que nenhum flamenguista me veja como traidor. Mas torci de coração para que ambos os times não fossem rebaixados. Assim como celebrei a chegada do botafogo à Libertadores. Ora, se torço pela seleção brasileira, por que não torceria pelo futebol carioca?

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