sábado, 1 de fevereiro de 2014

O PAI/OLEIRO E A RELIGIÃO/OLEIRA...


Omar Caiam, um poeta, disse acerca do barro falando do oleiro: “Que tu não te esqueças de que um dia tu foste como eu; por isto, não me maltrates!

Sim, pois a coisa mais fácil que existe é o esquecermo-nos de onde viemos e de qual seja a nossa natureza essencial!

Agora, aparentemente mudando de assunto...

Imagine se o Pai do chamado “filho pródigo” fosse como a “igreja”, que, sendo apenas barro, surtasse o surto de um oleiro, de um fazedor de vasos, que tratasse o barro como se ele próprio barro não fosse.

Neste caso, o filho/barro sairia de casa no seu surto de independência ufanista. Estrepar-se-ia todo depois de consumir tudo... Então, caindo/o barro/em/si diria: “Pequei contra os céus e diante da Igreja/Oleiro; posto que na olaria da mina Igreja/Oleiro até os barros/trabalhadores têm pão com fartura; e, chagando..., direi: Igreja/Oleiro recebe-me apenas como um dos teus barros/trabalhadores!

E assim foi o filho/barro...

Chegando, porém, sua Igreja/Oleiro, ao vê-lo de longe, o ignorou... O filho/barro, porém, prosseguiu... E disse o que havia predeterminado antes.

Mas sua Igreja/Oleiro disse:
Este vaso não procede de mim. Não temos a mesma essência. Não sei quem ele é. Coloquem-no no forno como um trabalhador sem privilégios. Lembro-me de um vaso que um dia saiu daqui bem pintado; mas este é um vaso gasto e irreconhecível; e que ainda tem a presunção de querer ser algo meu ou de minha criação. Coloquem-no no fogo. Quem sabe um dia vire alguma coisa!

Esta é a parábola que a maioria conhece quando volta de seus erros à “Igreja/Oleiro”.

No caso da Parábola de Jesus o Pai é Deus e os filhos, até o “pródigo”, somos nós. E a recepção é de perdão e Graça.

Mas quando a “igreja” é o Pai/Oleiro, então a parábola é digna da lembrança de Omar Caiam:
Que tu não te esqueças de que um dia tu foste como eu; por isto, não me maltrates!

A nossa tendência quanto a esquecermos de nossa natureza, origem e essência é diabólica; assim como diabólico seria o Pai que esquecesse que o “prodigo” desfigurado era seu filho!

Diabólica também se torna a “Igreja” que se esquece de que seus vasos quebrados são exatamente da mesma natureza dela!

Quando Jesus contou aquela parábola Ele mostrava como o Pai era diferente da Religião/Oleiro/Presunçoso de Israel; a qual, sendo apenas barro, dadas as mudanças de poder histórico que lhes acometera exteriormente apenas como status e poder, tratava os publicanos/pecadores/barros como se barro mesmo ela, a religião, nunca tivesse sido e ainda não continuasse a ser.

O Pai de Jesus diz ao filho que retorna:
Psiu! Chega de falação. Ponham o anel da graça nas mãos dele e calcem-no com o Evangelho. Cubram-no com as melhores roupas da justiça da fé. E mais: preparem uma festa e convidem os anjos; pois, este meu filho é meu filho; posto que tendo estado morto e irreconhecível, reviveu; e estando se perdido de tudo e de si mesmo, caindo em si, foi achado”.

Portanto, graças de fato a Deus, o Pai/Oleiro não é a Religião/Oleiro!

Esta é a minha e a sua salvação!


Nele, em Quem a Graça é também nunca esquecermos que mesmo o vaso hoje mais belo não passa essencialmente de barro nas mãos da Misericórdia do Pai/Oleiro,


Caio

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