segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Você tem certeza que ama ou é amado?


Por Hermes C. Fernandes


“O amor... não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.” 1 Coríntios 13:5-6

Entre toda de descrição que Paulo dá acerca do amor, esta pequena porção capta minha atenção de maneira especial. Aqui são apresentadas seis características que, a meu ver, autenticam o amor.

Primeiro, o amor não se porta de maneira indecente, apelativa, inconveniente. Seu propósito jamais foi ferir os escrúpulos de quem quer que seja. Respeita-se a subjetividade alheia, seus valores morais, suas preferências. Desprovido desta característica, o amor se tornaria um insulto. Não se pode confundir a intimidade promovida pelo amor com invasão de privacidade. A comunhão entre seres não atenta contra a dignidade e individualidade, antes, as preserva.

Nossos interesses devem estar abaixo do interesse de quem se ama. Temos o direito de expor nossos desejos, sem, contudo, impô-los, antes, fazendo-os passar pelo crivo do outro. O outro sempre terá a última palavra. Caso esta não expresse a nossa própria vontade, isto não será motivo de irritação. Afinal, a felicidade do amado sempre tem primazia sobre a satisfação do amante.

Na maioria das vezes, a irritação ocorre quando nutrimos expectativas sobre-humanas de alguém, impossíveis de serem correspondidas. Quem ama se nega a irritar-se por reconhecer suas próprias limitações no outro, ainda que reveladas em áreas distintas.

O desprovido de amor sempre suspeita mal do seu semelhante. Se este demonstrar bom caráter, suspeita-se de sua integridade: “Ele não é tão bom quanto parece! Deve estar escondendo algo”. Se for criativo e inteligente, suspeita-se de sua autenticidade: “Duvido que a ideia tenha sido dele. provavelmente copiou de alguém”. Se for próspero, suspeita-se de sua honestidade: “Deve ter roubado ou trapaceado”. Se for generoso, suspeita-se de sua motivação: “Deve querer algo em troca”. Porém, o verdadeiro amor jamais suspeita mal, nem perde seu tempo procurando chifres em cavalos. Em vez disso, ele aposta na integridade, autenticidade, honestidade e na boa motivação do outro, sem buscar qualquer razão para duvidar.

É insuportável conviver com quem suspeita de tudo e de todos. Quando não acusa diretamente, faz insinuações infundadas, atentando contra a credibilidade do outro. Quem ama, buscará preservar a reputação do seu semelhante.

Semelhantemente, quem ama jamais torce contra o outro, nem comemora a sua derrota, sentindo-se vindicado e deixando escapar um “bem feito!”. E, se porventura, o outro alcançar algum êxito, quem ama não o invejará, tampouco se sentirá traído por Deus ao permitir isso. Caso tenha sido ofendido e perdoou, seu perdão será validado pela alegria que sentirá assistindo à vitória de quem o ofendeu. 

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